Narrativas, afetos e pensamento: Hannah Arendt e a responsabilidade na educação
Narrativas. Pensamento. Educação. Estórias.
Contar estórias no cotidiano do exercício profissional em educação vincula-se ao desejo de não deixar que se rompam os fios que ligam uma geração antiga às novas gerações que chegam ao mundo. A pesquisa aqui apresentada é uma reflexão sobre minha experiência como professora do Ensino Fundamental I em uma instituição pública da rede municipal de ensino na cidade de Salvador – BA. Essa experiência circunscreve-se nas ações de escrever e narrar estórias para os meus alunos e também na reflexão sobre a importância dessas ações para a formação das crianças. Como professora especialista, ensino em todas as turmas da escola, o que contempla alunos do 1º ao 5º ano. Para fazer essa reflexão, tomo por base o pensamento de Hannah Arendt presente no ensaio A crise na educação, inserido no livro Entre o Passado e o Futuro, assim como suas reflexões sobre a ação e o discurso constantes na obra A Condição Humana. Outros autores que dialogam no campo da educação e no campo dos estudos sobre as narrativas foram convidados a ajudar nesse processo reflexivo. Para melhor conduzir o exercício de pensamento, algumas questões foram colocadas: como o passado, refletido por meio da narrativa de estórias, pode legar posses às novas gerações de crianças que constantemente chegam ao mundo? Qual o lugar das narrativas na experiência cotidiana escolar no Ensino Fundamental I? Narrar estórias pode contribuir para a formação de agentes que no futuro possam vir a se responsabilizar e cuidar do mundo? Nesse sentido, mediante a busca de respostas sobre os questionamentos apresentados, o texto da pesquisa se delineia como um escrito ensaístico que narra e pensa a prática cotidiana de uma professora narradora de estórias e seus alunos.