Banca de DEFESA: ADRIANA PRISCILLA COSTA CAVALCANTI

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ADRIANA PRISCILLA COSTA CAVALCANTI
DATA : 26/03/2020
HORA: 15:00
LOCAL: FACED
TÍTULO:

“AS MARIAS DE GADO”: DESCORTINANDO TRAJETÓRIAS DA PARTICIPAÇÃO DE MULHERES NAS VAQUEJADAS DA BAHIA


PALAVRAS-CHAVES:

Mulheres; Vaquejada; Trajetórias.


PÁGINAS: 237
RESUMO:

Dentre as práticas equestres elencadas pelo Atlas do Esporte temos a vaquejada, a qual ao longo da história vem se reconfigurando enquanto possibilidade esportiva e de lazer, típica dos interiores brasileiros, notadamente o nordestino. Observamos que por muito tempo, este espaço, não havia sido vislumbrando por uma mulher em sua “intimidade”, ou seja, era incomum ver um corpo feminino puxar e derrubar um boi pelo rabo, em pé de igualdade com os homens. Atualmente, essa realidade tem-se modificado de modo que as duplas de vaqueiros passaram a ser compostas também por mulheres. Assim sendo, nos interessa analisar as trajetórias de mulheres que fazem parte das vaquejadas, a fim de compreender a constituição da participação delas nesta prática no estado da Bahia entre os anos de 1960 até o tempo presente. Para tanto, estamos utilizando enquanto método, a História Oral, que lança mão das experiências, fatos e acontecimentos vividos e relatados pelos sujeitos, como mecanismo principal para se conhecer/saber sobre determinado tempo histórico, que venha a se constituir enquanto objeto de investigação no campo científico. Como fontes, a oralidade, bem como a consulta em jornais da capital e do interior do estado têm sido eleitos como dispositivos de busca de informações. Observamos que uma das aparições de mulheres nas vaquejadas em conteúdo jornalístico se constituiu em 1967, enquanto rainhas de vaquejada, em uma perspectiva que remete a importância da beleza feminina como partícipe da consolidação de um rito glamoroso. Contudo, paradoxalmente, a partir do que nos diz a fonte oral, percebemos que essa participação contribuiu para o rompimento do que comumente era estabelecido como padrão de beleza, igualmente no que tange a etnia e status social daquelas que desempenhavam tal papel em outros tempos e espaços. Adiante no tempo, visualiza-se que as mulheres exercem outros papéis e funções que dantes eram delegados apenas aos homens como: vaqueiras (puxadoras e esteireiras), facilitadoras e difusoras do processo de doma racional de cavalos e no agenciamento dos melhores animais e vaqueiros(as) para as competições. Além disso, participam na formação, gestão, direção e consolidação da categoria feminina na Bahia. O que se nota, principalmente, no que se diz respeito ao acesso a esse universo como vaqueiras é que ele ocorre de algumas formas: enquanto tradição de família, na qual pais, irmãos são fundamentais para que esta inserção se consolide, bem como através da influência de amigos e parentes e de modo independente, movidas pela paixão por cavalos, mesmo que sem apoio ou incentivo de seus pares. Os principais obstáculos encontram-se atrelados as dificuldades apresentadas pela nova configuração da prática que estabelece custos elevados na aquisição/manutenção de um bom cavalo, de deslocamento para as competições, baixos valores de premiação para as mulheres e falta de apoio e incentivo por parte de alguns donos de parques de vaquejada que não possibilitam o espaço para a categoria. Todavia, elas tentam garantir sua participação na prática, estabelecendo estratégias de promoção da visibilidade e de melhor organização interna para possibilitar o avanço e o fortalecimento da categoria no estado.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1490300 - CORIOLANO PEREIRA DA ROCHA JUNIOR
Interno - 1052807 - BRUNO OTAVIO DE LACERDA ABRAHAO
Externo à Instituição - SILVANA VILODRE GOELLNER - UFRGS
Notícia cadastrada em: 02/03/2020 19:20
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