OUTRAMENTE PAULO:
PALAVRA E REPRESENTAÇÃO NA TEORIA DE FREIRE
Paulo Freire, interpretação performativa, palavra, representação.
O presente estudo teórico, produzido em formato de multipaper, visou a analisar o conceito de palavra, problematizando sua relação com a ideia clássica de representação, na teoria de Paulo Freire – sobretudo, a partir da Pedagogia do oprimido, bem como de outros escritos que orbitariam em torno da obra ou sobre ela buscariam suporte ou fundamento. Para tanto, recorreu-se a uma interpretação performativa desses textos, método exegético teorizado por Jacques Derrida, que consiste numa interpretação que transforma aquilo mesmo que interpreta. Nesse sentido, em cada um dos ensaios que compõem a presente tese, foi possível desvelar e analisar aporias e aparentes contradições, fazendo delas o fio condutor para a problematização das relações do conceito de palavra, ora com o de práxis, ora com os de ideologia e de realidade, ora com a metáfora da pronúncia do mundo. Isso possibilitou produzir articulações do conceito de palavra com noções como performatividade, real, expressão, rosto, entre outras, bem como uma aproximação do pensamento de Freire com o de filósofos como Jacques Derrida, Judith Butler, Roland Barthes, Alain Badiou, Emmanuel Lévinas etc. Nesse sentido, o estudo, ao interpretar performativamente essas relações mesmas, pôde abrir margem para se pensar outramente a noção de palavra no conjunto do pensamento freireano, trazendo à luz nela potencialidades ainda não exploradas.