Banca de DEFESA: JÚLIA BARBOSA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JÚLIA BARBOSA SILVA
DATA : 26/10/2022
HORA: 10:00
LOCAL: https://conferenciaweb.rnp.br/webconf/rosileia-oliveira-de-almeida-2
TÍTULO:

Limites e potencialidades nas cartilhas da Escolinha do Projeto Tamar em Arembepe/BA para a promoção do diálogo de saberes na perspectiva intercultural crítica


PALAVRAS-CHAVES:

Conhecimentos científicos; Conhecimentos tradicionais; Diálogo de saberes; Cartilhas; Escolinha do Projeto Tamar.


PÁGINAS: 183
RESUMO:

A lacuna entre ciência e tradição destaca-se como uma das dicotomias da ciência moderna. Como consequência desse distanciamento temos a universalização e consideração dos conhecimentos científicos como superiores às custas da repressão dos conhecimentos das comunidades tradicionais. O diálogo de saberes se apresenta como uma proposta de horizontalizar as relações entre as diferentes formas de conhecimento, no sentido de possibilitar o intercâmbio entre eles. Nessa perspectiva, o Projeto Tamar revela-se como um Projeto que trabalhou desde o início em coadjuvação com a comunidade local de pescadores das áreas onde atua. Em 2005 fundou a Escolinha do Tamar, localizada em Arembepe/BA, constituindo um espaço de Educação Ambiental, Inclusão Social e Valorização Cultural, que entre 2013 e 2019 desenvolveu a produção de cartilhas educativas pelos alunos, contando com a colaboração de professores, pescadores e pessoas da comunidade local. Tomando como base esse contexto, esta pesquisa se divide em quatro artigos que objetivam, de forma geral, analisar os limites e as potencialidades nas cartilhas da Escolinha Tamar em Arembepe/BA para a promoção do diálogo de saberes entre conhecimentos científicos e conhecimentos tradicionais na perspectiva intercultural crítica. Quanto aos objetivos específicos, destacam-se: analisar a(s) perspectiva(s) de relação entre saberes científicos e tradicionais e os impactos socioculturais do Projeto Tamar nas comunidades locais, a partir da pesquisa documental e revisão sistemática de literatura; discutir como os conhecimentos científicos e tradicionais podem dialogar a partir de uma perspectiva intercultural crítica, utilizando a metodologia de revisão bibliográfica; contextualizar o processo de produção e uso das cartilhas da Escolinha de Arembepe/BA a partir da perspectiva de professoras e comunidade, utilizando entrevistas narrativas e semiestruturadas; e, analisar como os conhecimentos científicos e tradicionais são abordados nas cartilhas, discutindo limites e potencialidade de utilização como material educativo na perspectiva intercultural crítica, a partir da análise de conteúdo. Com base nos estudos desenvolvidos, é possível identificar que o Projeto Tamar desperta um sentimento de apreciação pelas pessoas que fazem ou fizeram parte da Fundação em algum momento, estabelecendo forte relação com as comunidades locais ao longo de sua história. Contudo, identifica-se certa limitação nas pesquisas desenvolvidas com essas comunidades, de forma que: a) a maioria dos trabalhos referem-se à assimilação dos conhecimentos científicos no que diz respeito à biologia e à conservação das tartarugas marinhas por parte das populações locais; e b) para que seja possível a realização do estudo acerca dos impactos socioculturais do Projeto Tamar, deve-se considerar a especificidade de cada local, levando em conta a diversidade cultural que percorre o litoral do Brasil. Observa-se, ao longo dos artigos, algumas contradições tanto nos materiais acadêmicos consultados acerca dos impactos socioambientais nas comunidades locais, quanto nos discursos coletados ao longo das entrevistas referentes ao objetivo delimitado pela Escolinha do Projeto Tamar e ao processo de distribuição das cartilhas. Quanto a essas últimas, a análise realizada permite identificar a diferença de abordagem entre as cartilhas de 2015 e 2019, de forma que esta dá maior destaque a aspectos culturais, enquanto naquela, predominam aspectos biológicos da tartaruga marinha e seu ciclo de vida. De forma geral, os dois materiais possibilitam trabalhar a perspectiva intercultural crítica.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1148606 - ROSILEIA OLIVEIRA DE ALMEIDA
Interna - 4349430 - DENISE MOURA DE JESUS GUERRA
Externo ao Programa - 2682594 - FABIO PESSOA VIEIRA
Notícia cadastrada em: 11/10/2022 17:19
SIGAA | STI/SUPAC - - | Copyright © 2006-2024 - UFBA