Banca de DEFESA: CLAUDIA PATRICIA ÁLVAREZ CONTRERAS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CLAUDIA PATRICIA ÁLVAREZ CONTRERAS
DATA : 17/12/2021
HORA: 14:00
LOCAL: Escola de Nutrição
TÍTULO:

COMIDA DE RUA E SEGURANÇA ALIMENTAR NA COLÔMBIA: DO ESTADO DA ARTE À REALIDADE EM CARTAGENA DE ÍNDIAS


PALAVRAS-CHAVES:

setor informal de alimentos, sistemas alimentares urbanos, higiene de alimentos, vigilância sanitária, consumidores.


PÁGINAS: 177
RESUMO:

O comércio de alimentos em via pública é comum nos países em desenvolvimento, representando trabalho e renda para parte da população, contribuindo para a oferta de alimentos e a preservação da cultura alimentar. Entretanto, registram-se preocupações na perspectiva sanitária e lacunas científicas em países latinos. Assim, este estudo teve por objetivo a analisar o fenômeno da comida de rua, na Colômbia, na perspectiva da segurança alimentar, considerando a produção científica nacional, e a realidade do segmento, no Centro Histórico de Cartagena de Índias. O trabalho foi desenvolvido observando dois cenários: uma revisão de literatura sobre o comércio da comida de rua no país, considerando a sua forma de funcionamento, a segurança dos alimentos e contextos da regulação; e um estudo diagnóstico sobre a comida de rua, no Centro Histórico de Cartagena de Índias. Este último abarcou três perspectivas: o comércio, seus vendedores, condições de trabalho e higiene de alimentos; a qualidade microbiológica de frutas cortadas; e práticas de consumo e percepção de higiene e riscos de consumidores. A revisão incluiu 19 publicações, que foram avaliadas em três dimensões: 1. Trabalho e cultura, com cinco estudos (26,3%); 2. Higiene e segurança microbiológica na atividade, com 11 publicações (57,9%); 3. Políticas públicas e regulação do segmento, que compreendeu três artigos (15,8%). Os resultados evidenciaram tanto a relevância do segmento para a segurança alimentar quanto a preocupação com perigos microbiológicos, demandando estratégias para melhor regulação e funcionamento, no país, visando proteger a saúde dos consumidores. No diagnóstico sobre o comércio, foram abordados 90 vendedores, com idade média 45 anos, sendo 81,1% homens. Dos entrevistados, 32,2% declararam ter de 21 a 30 anos na atividade, com média de jornada de trabalho de 12h/dia – 43,3% não tinham licença para o trabalho. As carretas (32,6%) foram as estruturas de venda mais utilizadas, 84,4% não dispunham de qualquer serviço público, 90% contava com baldes para lixo sem tampa -79,3% relataram limpeza diária dos pontos, observando-se animais e insetos (15,6%). Os alimentos de maior comercialização sucos (25,2%) e frutas cortadas (18,0%). O estudo confirma a importância econômica e alimentar do segmento, contudo, revela riscos à segurança alimentar, demandando a atenção das autoridades. No estudo sobre a segurança microbiológica das frutas, foram coletadas 40 amostras (16 de manga, 11 de mamão e 13 de melancia), que foram submetidas às seguintes análises: Número Mais Provável de coliformes totais e fecais, contagem total de aeróbios mesófilos e de bolores e leveduras. Segundo padrões colombianos, quase todas as amostras estavam não conformes para coliformes totais (39; 97,5%) e a totalidade estava em desacordo para coliformes fecais (49; 100%), pelo que foram consideradas não seguras para o consumo humano. Os resultados revelaram a necessidade da adoção de Boas Práticas de Produção pelos vendedores, bem como do desenvolvimento de estratégias de intervenção, por parte dos órgãos públicos. No estudo com consumidores, participaram 90 entrevistados, a maioria homens (70%), solteiros (44,4%), faixa etária entre 18 e 26 anos (35,5%). Entre os respondentes,79,9% relataram ter algum trabalho ou ocupação; 70% consumiam a comida de rua desde a infância, e 42,2% a consumiam ocasionalmente. O fácil acesso dos alimentos (28,8%) foi um dos principais motivos de consumo. As frituras (51,1%) foram os alimentos mais consumidos. Para 94,4%, os alimentos poderiam oferecer riscos à saúde; 52% confiavam “às vezes” na qualidade e higiene das frutas. O estudo revelou a importância alimentar e social da comida de rua e a percepção de riscos pelos consumidores. Com base no conjunto de achados reafirma-se a importância da comida de rua no âmbito social, econômico e para a segurança alimentar, tornando-se, essencial políticas que possam reconhecer e apoiar o segmento.  

 


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 287774 - RYZIA DE CASSIA VIEIRA CARDOSO
Externa ao Programa - 281042 - ROGERIA COMASTRI DE CASTRO ALMEIDA
Externa à Instituição - ALEXANDRA PAVA CÁRDENAS
Externo à Instituição - ENRIQUE ALFONSO CABEZA HERRERA
Externa à Instituição - CRISTIAN OLIVEIRA BENEVIDES SANCHES LEAL - SESAB
Notícia cadastrada em: 16/12/2021 08:53
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