RELAÇÃO ENTRE GRUPOS DE BACTÉRIAS DA MICROBIOTA INTESTINAL COM MARCADORES CLÍNICOS E IMUNOLÓGICOS NA DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Microbiota intestinal; Inflamação; Estado nutricional; Antropometria
A microbiota intestinal é constituída por uma comunidade bacteriana abundante e diversificada, envolvida em atividades estruturais, reguladoras, metabólicas e imunológicas. O desequilíbrio da microbiota altera os níveis de mediadores imunes, modifica a capacidade de induzir a inflamação e pode levar à disfunção metabólica sistêmica. Alterações na MI têm sido descritas em diversas doenças do trato respiratório, entretanto na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) os estudos são limitados. A DPOC resulta da exposição ou inalação de partículas ou gases nocivos, caracterizada por inflamação crônica com consequências respiratórias e extra-respiratórias, sendo considerada uma das principais causas de mortalidade no mundo. Além disso, alterações no estado nutricional podem ter impacto na patofisiologia da doença e contribuir com a piora do prognostico. O presente estudo teve como objetivo investigar a relação da abundância relativa de grupos específicos de bactérias da MI com os marcadores clínicos, bioquímicos e imunológicos da DPOC. Este trabalho teve a aprovação no Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Prof. Edgard Santos – UFBA (Número do Parecer: 4.045.818). Participaram deste estudo 38 pacientes e 38 controles, pareados em relação ao sexo e idade entre 50 a 70 anos. Todos os pacientes realizaram teste de função pulmonar com espirometria, teste de caminhada de 6 minutos e avaliação da dispneia com a escala modificada do Medical Research Council e como preditor de mortalidade foi calculado o Índice BODE. A classificação do estado nutricional foi realizada pelo IMC. Além disso, foram realizadas aferições de indicadores antropométricos como circunferência do braço e prega cutânea tricipital, seguindo as técnicas propostas pela OMS e calculada a circunferência muscular do braço e área muscular do braço. Foi coletado sangue venoso para determinação de triglicerídeos, colesterol total, HDL-C, LDL-C, glicemia de jejum e para quantificação das citocinas TNF, IL-6, IL-8, IL-10 e IL-12. A avaliação da microbiota intestinal foi realizada a partir da extração de DNA de amostra fecal e amplificação da região RNAr 16S com a técnica de qPCR. Os resultados deste trabalho foram apresentados na forma de três artigos de acordo com o regimento interno do Programa de Pós-Graduação em Alimentos, Nutrição e Saúde. Os dados encontrados indicam relação das medidas antropométricas, do estado nutricional e da microbiota intestinal com a DPOC. A avaliação destes aspectos pode contribuir com a identificação das condições clínicas dos pacientes.