Banca de DEFESA: ILA ROCHA FALCAO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ILA ROCHA FALCAO
DATA : 11/09/2020
HORA: 13:30
LOCAL: https://us02web.zoom.us/j/89975272245
TÍTULO:

Fatores que influenciam nas disparidades do peso ao nascer a termo em gestações no Brasil: uma Coorte de 100 Milhões de Brasileiros


PALAVRAS-CHAVES:

Peso ao nascer; Coorte; Populações pobres e extremamente pobres; Fatores associados; Avaliação de impacto; Programa Bolsa Família.


PÁGINAS: 163
RESUMO:

Introdução: O inadequado peso ao nascer é um importante preditor da morbimortalidade infantil e sua avaliação é fundamental para desenvolver estratégias destinadas a melhorar a saúde materno-infantil, especialmente entre as populações vulneráveis onde estes desfechos ainda persistem. Não está claro o efeito de estratégias já empregadas, a exemplo do programa Bolsa Família, na redução do inadequado peso ao nascer no Brasil. Objetivos: O presente trabalho possui três objetivos a saber: 1. identificar os fatores associados ao baixo peso entre os nascidos a termo de mulheres pobres e extremamente pobres do Brasil; 2. estimar a ocorrência e os fatores sociodemográficos associados aos nascimentos pequenos (PIG) e grandes para a idade gestacional (GIG) na população pobre e extremamente pobre do Brasil; e 3. apresentar um protocolo de análise para avaliar o impacto do recebimento do Bolsa Família no peso ao nascer. Metodologia: Tratam-se de estudos de coorte retrospectiva e dinâmica. O banco de dados da coorte contém registros de indivíduos elegíveis para programas de assistência social por meio do Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico), cadastrados entre 2001 e 2015. Dados socioeconômicos da Coorte 100 Milhões de Brasileiros foram vinculados aos dados constantes do Sistema Nacional de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC), considerando o período de 01/01/2001 a 31/12/2015. Os dois primeiros artigos incluíram nascidos vivos mais recentes, de gestações a termo de mulheres de 14 a 49 anos, cadastradas na Coorte 100 Milhões de Brasileiros entre 2001 e 2015. Para o segundo artigo foram considerados apenas os nascimentos de 2012 a 2015. A população para análise de impacto será constituída do primeiro nascido vivo por cada mulher registrada no baseline da coorte, no período de 2004 a 2015, com idades variando entre 10 a 49 anos. Para os artigos 1 e 2 foi realizada a regressão logística multivariada. Uma abordagem conceitual baseada em hierarquia foi empregada. No protocolo da avaliação de impacto, apresentamos como proposta de análise os métodos baseados no score de propensão. Como medida de impacto, será calculado o efeito médio do tratamento sobre os tratados (Average Treatment effect for the Treated – ATT) considerando as diferentes métricas baseadas na modalidade de escala do desfecho linear (peso ao nascer) e não linear (baixo peso ao nascer, pequeno e grande para idade gestacional). Resultados: No primeiro artigo foi observado que as maiores chances de baixo peso a termo estiveram associadas entre recém-nascidos do sexo feminino (OR: 1,49; IC95%: 1,47-1,50), cujas mães eram negras (OR: 1,20; IC95%: 1,18-1,22), com baixo nível de escolaridade (OR: 1,57; IC 95%: 1,53-1,62), 35 ou mais anos de idade (OR: 1,44; IC 95%: 1,43-1,46), baixo número de consultas de pré-natal (OR: 2,48; IC 95%: 2,42-2,54) e eram primíparas (OR: 1,62; IC 95%: 1,60-1,64). Entre os resultados do segundo artigo, foram encontradas maiores chances de PIG entre crianças nascidas de mulheres que se autorreferiram como pretas (OR: 1,21; IC 95%: 1,20-1,23), analfabetas (OR: 1,49; IC 95%: 1,43-1,55), que não realizaram consultas durante o pré-natal (OR: 1,62; IC 95%: 1,58-1,66) ou tinham idade entre 14-20 anos (OR: 1,26; IC 95%: 1,24-1,27) ou 35-49 anos (OR: 1,11; IC 95%: 1,10- 1,13). Em relação às crianças GIG, as maiores chances foram encontradas entre os nascidos de mulheres residentes em municípios com Índice de Desenvolvimento Humano Municipal baixo/muito baixo (OR: 1,23; IC95%: 1,22-1,24) e entre as mulheres mais velhas (OR: 1,31; IC95%: 1,30-1,32). No entanto, as chances de GIG diminuíram para bebês nascidos de mulheres mais jovens que compareceram a menos consultas pré-natais. A proposta de avaliação de impacto do Programa Bolsa Família (PBF) foi detalhada no protocolo de pesquisa. O protocolo seguiu as diretrizes internacionalmente reconhecidas para a realização e divulgação dos resultados de estudos de avaliação de impacto, proporcionando transparência na condução das análises de dados e maior comparabilidade dos resultados. A disponibilidade de uma coorte com uma ampla quantidade de variáveis explicativas e confundidoras possibilita avaliar o efeito do PBF no peso ao nascer, considerando a utilização de métodos baseados em escore de propensão. Conclusões: Múltiplos aspectos estiveram associados ao baixo peso ao nascer a termo, PIG e GIG, evidenciando a necessidade de se examinar de forma abrangente os mecanismos subjacentes a esses fatores. A proposta de avaliação de impacto do PBF poderá fornecer evidências para justificar o emprego de programas de transferência condicionada de renda na redução das disparidades relacionadas ao inadequado peso ao nascer.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - MARCIA FURQUIM DE ALMEIDA
Externo à Instituição - MARIA DA CONCEICAO NASCIMENTO COSTA
Externo ao Programa - 284.027.235-00 - MARIA YURY TRAVASSOS ICHIHARA - Fiocruz-Ba
Externo ao Programa - 118.180.505-87 - MAURICIO LIMA BARRETO - UFBA
Presidente - 287715 - RITA DE CASSIA RIBEIRO SILVA
Notícia cadastrada em: 07/09/2020 09:46
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