Banca de DEFESA: VANESSA MAGGITTI BEZERRIL ANDRADE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VANESSA MAGGITTI BEZERRIL ANDRADE
DATA : 31/07/2019
HORA: 15:00
LOCAL: mini auditorio II da Escola de Nutrição
TÍTULO:

ESTADO ANTROPOMÉTRICO, AUTOPERCEPÇÃO DO
PESO E CONSUMO ALIMENTAR EM ADOLESCENTES DE
ESCOLAS PÚBLICAS DE SALVADOR.
Salvador


PALAVRAS-CHAVES:

Estado antropométrico, padrão alimentar, imagem corporal, adolescentes, índice de
massa corpórea, consumo alimentar


PÁGINAS: 94
RESUMO:

ANDRADE, Vanessa Maggitti Bezerril Andrade. Estado Antropométrico, Autopercepção do
Peso e Consumo Alimentar em Adolescentes de Escolas Públicas de Salvador. Dissertação
(Mestrado) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, 2018.
Introdução: Há aumento significativo do número de crianças e adolescentes com sobrepeso e
obesidade no mundo. Mudanças do consumo alimentar aliadas ao sedentarismo e outros
hábitos de vida são tidas como causas potenciais desse cenário. Paradoxalmente, a mídia
pressiona pela idealização de uma aparência corporal mais magra. Nessas circunstâncias, a
percepção em relação aos padrões de peso dos adolescentes pode ser facilmente afetada. A
complexa relação entre o valor real do peso e a imagem corporal é importante fator de
influência na saúde do adolescente. Poucos estudos avaliaram a interação entre o estado
antropométrico, a imagem corporal e o padrão alimentar de maneira sistemática, inclusive no
Brasil.
Objetivo: Avaliar a associação entre a divergência na imagem corporal real e percebida,
segundo o estado antropométrico, e o consumo alimentar de adolescentes matriculados em
escolas públicas de Salvador, Bahia.
Métodos: Trata-se de um estudo de corte transversal realizado em 23 escolas públicas de
Salvador (Bahia), que avaliou 1496 adolescentes selecionados aleatoriamente pelo processo
de amostragem por aglomerados em dois estágios, primeiro a escola e segundo o aluno. A
coleta de informações demográficas, da condição econômica, do estado antropométrico, do
consumo alimentar e da autopercepção do peso foi realizada. Para a coleta da informação do
consumo alimentar foi utilizado o Questionário de Frequência alimentar semi-quantitativo. O
padrão de consumo alimentar foi considerado o desfecho analítico e foi avaliado pela análise
de clusters. Modelo de regressão logística foi adotado para avaliar associações entre
divergência entre peso medido e percebido estratificado por estado antropométrico e os
padrões alimentares. Além disso, análises de redes de correlações foram empregadas para
realizar descrição detalhada do perfil de consumo de alimentos e sua relação com o estado
antropométrico e divergência entre peso medido e percebido. Para as análises estatísticas,
foram utilizados os programas SPSS 24, GraphPad Prism 7.0 e pacotes estatísticos do
programa R.
Resultados: Prevalência de 31,7% de divergência do peso medido e o percebido foi
identificada em escolares do município de Salvador. Quatro padrões alimentares foram
identificados por meio da análise de cluster hierárquico e k-means: 1) Padrão 1, composto por
feijão, cereais, bebidas açucaradas e açúcar e doces; 2) Padrão 2, caracterizado pelo consumo
de cereais, feijão, café e bebidas açucaradas; Padrão 3, composto por bebidas açucaradas,
cereais, frutas, café, feijão e pratos típicos baianos e Padrão 4, constituído por bebidas
açucaradas e feijão. Para os adolescentes de ambos os sexos com magreza/eutrofia, os
resultados indicaram associação negativa entre superestimação do peso atual e adesão aos
padrões alimentares 1 e 4 (sexo feminino: Padrão 1- odds ratio [OR] 0,5; intervalo de
confiança [IC]95%: 0,4-0,9; Padrão 4 OR 0,3; IC95%: 0,2-0,9; sexo masculino: Padrão 1-
OR 0,8; IC95%: 0,6-0,9; Padrão 4 OR 0,5; IC95%: 0,1-0,9). Ainda, nesse grupo, adolescentes
que subestimaram tiveram maior chance em consumir o Padrão 2 (sexo feminino OR 1,3; IC
95%: 1,1-1,3; sexo masculino: OR 1,2; IC 95%: 1,1-2,1). Em adolescentes com
sobrepeso/obesidade que superestimaram o peso corporal, observou-se menor chance de
adesão ao Padrão alimentar 1 (OR 0,4; IC95%: 0,1-0,6 para o sexo feminino e OR 0,5
IC95%: 0,2-0,8 para o sexo masculino), e maior chance de aderir ao Padrão 4 (OR 1,8
IC95%: 1,1-2,8 e OR 2,0; IC95%: 1,1-3,5, feminino e masculino respectivamente). E, aqueles
do sexo masculino com sobrepeso/obesidade tiveram menor adesão em consumir os
alimentos do Padrão 3 (OR 0,8; IC 95%: 0,6-1,0). As análises de redes de correlações
mostraram que na presença de sobrepeso e obesidade existiram correlações negativas na
ingestão de determinados grupos alimentares. Assim, adolescentes com obesidade
registraram ter maior número dessas correlações, ou seja, quando havia ingestão dos
alimentos do grupo legumes e verduras, o adolescente consumia menos os alimentos dos
grupos fast-food, embutidos, cereais e café, ou então quando era consumido alimentos do
grupo feijão consumia menos alimentos dos grupos leite e derivados, açúcar e doces, bebidas
açucaradas e café. Quando essas correlações foram avaliadas nos grupos segundo a
divergência entre peso medido e percebido, os indivíduos que superestimaram o peso,
comparados com aqueles que concordaram ou subestimaram o peso corporal, tiveram
maiores correlações negativas de consumo de grupos alimentares, ou seja, quando
consumiam alimentos do grupo raízes ingeriam menos alimentos dos grupos embutidos, óleos
e gorduras, café.
Conclusões: O presente estudo identificou elevada prevalência de divergência entre peso
medido e percebido entre escolares. Associações negativas e positivas foram identificadas
entre indivíduos com magreza/eutrofia ou excesso de peso, que subestimaram ou
superestimaram o peso corporal, e padrões alimentares caracterizados principalmente por
alimentos com elevado índice glicêmico (cereais, bebidas açucaradas, açúcar e doces). As
análises de rede de correlações permitiram observar que a escolhas alimentares inadequadas
podem ser determinadas pela presença de sobrepeso, obesidade e entre os indivíduos que
superestimaram o peso corporal. O conjunto de análises que compõem a dissertação
acrescenta importantes informações sobre o consumo alimentar de escolares na cidade de
Salvador e suas relações com o estado antropométrico e com a divergência entre o peso
medido e o percebido. Tais conhecimentos poderão servir para fundamentar investimentos
futuros na área de epidemiologia nutricional no Brasil.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1194475 - MONICA LEILA PORTELA DE SANTANA
Externo à Instituição - NEY CRISTIAN AMARAL BOA SORTE
Externo ao Programa - 2555828 - SANDRA SANTOS VALOIS
Notícia cadastrada em: 02/04/2019 13:46
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