Banca de DEFESA: LARA CONCEICAO CAMPOS PENA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LARA CONCEICAO CAMPOS PENA
DATA : 27/02/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Escola de Nutrição
TÍTULO:

FARINHA DE MANDIOCA E CULTURA: CONSTRUÇÕES IDENTITÁRIAS ENTRE O SABER-FAZER E O COMER


PALAVRAS-CHAVES:

Patrimônio alimentar; sistemas alimentares; produção artesanal; práticas alimentares; memória.


PÁGINAS: 225
RESUMO:

A farinha de mandioca é considerada um bem imaterial e parte fundamental do sistema alimentar brasileiro. Diferentes populações são envolvidas no fluxo deste alimento simbólico, desde o plantio e a colheita da mandioca até a produção, transporte e consumo da farinha. Neste sentido, este estudo objetivou compreender os distintos aspectos relacionados à farinha de mandioca, do saber-fazer às relações construídas dentro e fora do território de produção e durante as práticas de consumo deste bem imaterial. Para tanto, o trabalho foi organizado em cinco capítulos, abarcando metodologias diversas, a saber: uma revisão de literatura sobre os bens imateriais ligados à Gastronomia no Brasil e suas políticas públicas de salvaguarda e proteção (i.); uma análise compreensiva, na perspectiva dos produtores, sobre a construção sócio-histórica do território de produção da notória farinha de Copioba (ii.); uma discussão à respeito do saber-fazer artesanal dos produtores, nas distintas etapas de produção da farinha de Copioba (iii.); uma descrição e discussão acerca do consumo e do papel da farinha de mandioca no processo de adaptação alimentar de brasileiros residentes na Europa (iv.); e, por fim, uma análise comparativa do consumo e valor simbólico da farinha de mandioca de duas populações de brasileiros em contextos sociais distintos – produtores no território de origem do produto e imigrantes brasileiros afastados deste lugar (v.). Como resultados principais, verificou-se: no item i., que as duas principais ferramentas de proteção do saber-fazer tradicional no Brasil - os livros de registro do IPHAN e as Indicações Geográficas do INPI - possuem distintas estratégias de preservação, porém, já coexistindo articulações potencializadoras entre os dois mecanismos; no item ii., que a construção do território do Vale do Copioba e a reprodução de distintos modos de existência e resistência envolve complexos processos e relações, entre dominação e trabalho, que divergem, mas também se adaptam ao sistema capitalista. iii. que, embora muitas etapas sejam comuns a outras produções, a etapa de torração se apresentou como o maior diferencial para a farinha de Copioba, independente do tipo de forno – alguidar de barro e chapa de aço inox, em sistema semimecanizado; no item iv. que a farinha de mandioca integrava os hábitos alimentares da maior parte dos imigrantes, sendo o seu consumo, um reforço identitário desta população com associações positivas entre o acesso ao produto, a percepção de preço e a qualidade e frequência de consumo da farinha de mandioca; e por fim, na parte v. que, apesar da distância geográfica, produtores e imigrantes demonstraram forte vínculo e manutenção do consumo, evidenciando a importância da farinha de mandioca na dieta dos brasileiros. Com base nos achados e reflexões alcançados nas cinco partes do estudo, foi possível observar as relações intrincadas entre o produtor, a produção e seu produto, a farinha de mandioca, bem como o seu consumo por brasileiros, em diferentes perspectivas e espaços, identificando a posição de destaque da farinha de mandioca na memória e nas práticas alimentares.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 287774 - RYZIA DE CASSIA VIEIRA CARDOSO
Externa à Instituição - Myriam Elisa Melchior Pimentel - UFRJ
Externa à Instituição - MARIA EUNICE DE SOUZA MACIEL - UFRGS
Externa à Instituição - MARIA PAULA MENESES - UC
Externo à Instituição - MIGUEL DE NAZARÉ BRITO PICANÇO
Notícia cadastrada em: 22/02/2024 15:47
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