Banca de DEFESA: TAILANE DOS SANTOS ASSUNÇÃO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : TAILANE DOS SANTOS ASSUNÇÃO
DATA : 06/02/2024
HORA: 14:00
LOCAL: https://conferenciaweb.rnp.br/sala/valterlinda-alves-de-oliveira-queiroz
TÍTULO:

CONDIÇÕES DE ESTUDO REMOTO E SEGURANÇA ALIMENTAR EM UNIVERSITÁRIOS DURANTE A PANDEMIA DE COVID-19


PALAVRAS-CHAVES:

Condições de Estudo Remoto, Insegurança Alimentar, COVID-19, Estudantes Universitários, Análise de Classes Latentes (LCA).


PÁGINAS: 71
RESUMO:

A pandemia da COVID-19 não afetou de forma igual a população em geral, em especial o grupo de estudantes universitários, refletindo desproporcionalmente em alguns aspectos, como os relacionados às condições de estudo remoto e de (in)segurança alimentar, e esta já vinha alcançando índices preocupantes desde 2014. A associação desses dois fatores pode intensificar contextos de vulnerabilidades que não são facilmente reparáveis e configurou-se como pano de fundo desta dissertação. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar as relações estabelecidas entre a Segurança Alimentar e as Condições de Estudo de universitários durante a primeira onda da pandemia de COVID-19 no Brasil. A partir de um modelo teórico baseado nos determinantes sociais da saúde (DSS) e em estudo de Mercuri (1992), estabeleceu-se relações entre o desfecho (condições de estudo remoto) e a exposição ((in)segurança alimentar). Metodologicamente, trata-se de um estudo transversal aninhado ao projeto de pesquisa intitulado “Influência da pandemia da COVID-19 sobre a saúde mental e comportamento alimentar de discentes e docentes de instituições de ensino superior públicas e privadas: um estudo de coorte” – CoCASa, que por meio de questionário online (e com base nos critérios de não inclusão da coorte e deste estudo) obteve dados de 2.361 discentes de graduação dos 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Utilizou-se dos fatores materiais (tecnológicos, conectividade, mobiliário), temporais (período do curso), espaciais (domicílio) e pessoais (horas de sono), inspirados em Mercuri, para identificar o construto condições de estudo remoto, utilizando a análise de classes latentes (latent class analysis - LCA) - variável dependente. A condição de segurança alimentar, obtida através da EBIA, com três categorias (segurança alimentar, insegurança alimentar leve e moderada/grave) caracterizou a exposição principal. Características sociodemográficas, econômicas, de saúde e estilo de vida, e as relacionadas às instituições de ensino superior (IES) compuseram as co-variáveis. Os dados foram analisados de forma descritiva, por meio do Qui-quadrado de Pearson, da LCA e regressão logística multinomial. Os resultados do estudo apontam que a média de idade foi de 25 anos (DP: 7,5), apresentou maior prevalência de estudantes da região Nordeste (43%), população em sua maioria feminina (79%), não casada (82%), com renda < R$3.000,00 e 44% referindo ser da raça/cor da pele de pretos/pardos/indígenas. Pertencentes à IES públicas (59%), não exerciam atividade remunerada (63%) e estavam cursando mais da metade do curso no momento do baseline (57%). Verificou-se, ainda, que 59% dos estudantes possuíam laptop/computador pessoal, 74% com acesso a smartphone/tablet e boa conexão de internet (63%). Quanto ao espaço adequado para o estudo remoto, 71% relatou não ter acesso e nem mesa e cadeira apropriada (71% e 60% respectivamente). A condição de insegurança alimentar foi identificada em 44,4% dos domicílios. Para a identificação do construto foi utilizado um modelo com 4 classes latentes (CL). As condições de estudo remoto foram caracterizadas em Vulnerável (CL1), Adequada (CL2), de Risco (CL3) e em Desequilíbrio (CL4), com maior proporção na CL1 (33,3%), seguida da CL3 (28,1%). Na CL1, a maioria da população se caracterizou com menor renda familiar e em insegurança alimentar (leve e moderada/grave) no domicílio, de raça/cor da pele pretos/pardos/indígenas, com redução da renda familiar durante a pandemia e oriunda de IES privada. Na CL2 encontrou-se uma população de outras raças, com renda no maior estrato, oriunda de IES pública e em segurança alimentar. Na CL3 encontrou-se o maior percentual de mulheres (83%), de redução da renda (63%) e com diagnóstico médico de ansiedade (56%) quando comparada às outras classes. Os membros da CL4, em sua maioria, não tinham atividade remunerada, estavam no menor estrato da renda familiar e com redução desta, oriundo de IES pública, com diagnóstico médico de ansiedade, porém em segurança alimentar. A associação entre a insegurança alimentar e o construto mostrou que estudantes expostos à condição de insegurança alimentar tiveram maiores chances de aderir às classes mais desprivilegiadas (CL1 e CL3) das condições de estudo remoto e as chances aumentaram conforme a gravidade da exposição, de forma significativa, mesmo após o ajuste pelas co-variáveis sexo, raça/cor da pele, renda, instrução do chefe da família e tipo de IES. A chance de aderir à CL1 permaneceu positiva e significativa em 62% e 183% para as categorias de insegurança alimentar leve (OR: 1,62; IC95%: 1,16-2,29) e moderada (OR: 2,83; IC95%: 1,74-4,94), respectivamente. A chance de aderir à CL3 (de Risco) também se manteve, para os indivíduos com insegurança alimentar moderada/grave quando comparados aos que estavam em segurança alimentar (OR: 2.08; IC95%: 1.28-3.38). O cenário vivenciado em 2020, por universitários, acena para importantes questões, que associadas potencializam os riscos à saúde, ao bem-estar e ao processo de aprendizagem, principalmente quando se observa que os expostos às piores condições de estudo remoto também estavam mais sujeitos ao pior cenário da (in)segurança alimentar. Os resultados desta dissertação podem contribuir com futuras ações no âmbito das IES e das políticas públicas voltadas para esse público.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2366730 - VALTERLINDA ALVES DE OLIVEIRA QUEIROZ
Externa ao Programa - 3319721 - ROSEMARY DA ROCHA FONSECA BARROSO - UFBAExterna ao Programa - 1585709 - POLIANA CARDOSO MARTINS - UFBAExterna ao Programa - 2765854 - NILIA MARIA DE BRITO LIMA PRADO - UFBA
Notícia cadastrada em: 05/02/2024 13:31
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