Banca de DEFESA: FABIANA CHAGAS OLIVEIRA DE FRANÇA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FABIANA CHAGAS OLIVEIRA DE FRANÇA
DATA : 09/01/2024
HORA: 09:00
LOCAL: https://teams.microsoft.com/l/channel/19%3aZMIF2paJ4QzlE5UNh7E17I0S4mwWgZzrY41HrfPUSeo1%40thread.tac
TÍTULO:

AMBIENTE ALIMENTAR EM INSTITUTOS FEDERAIS DA BAHIA: DESERTOS, PÂNTANOS E OÁSIS COMO DETERMINANTES DA SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL.


PALAVRAS-CHAVES:

ambiente alimentar, ambiente do consumidor, deserto alimentar, pântano alimentar, oásis alimentar, segurança alimentar e nutricional, escola, adolescente, PNAE


PÁGINAS: 110
RESUMO:

Dentre os vários aspectos que influenciam nas escolhas alimentares, destaca-se a disponibilidade no ambiente alimentar, que pode ser definido segundo o âmbito físico, socioeconômico, político e cultural no qual os indivíduos estão inseridos e são levados a realizar as escolhas alimentares, conhecido como ecologia comportamental em saúde, que sofre influência da faixa etária e capacidade de escolha alimentar da população. Visto que os adolescentes permanecem por longos períodos nas escolas, entende-se que o ambiente alimentar escolar desempenha uma relevante função na qualidade da sua alimentação. Desertos, pântanos e oásis alimentares são termos que vem sendo utilizados para descrever os ambientes alimentares. Diante deste contexto, o objetivo geral deste trabalho foi caracterizar o ambiente alimentar relacionado aos Institutos Federais presentes na Bahia, considerando o ambiente alimentar e o ambiente do consumidor e correlacionando a presença dos desertos, pântanos e oásis alimentares com a segurança alimentar e nutricional dos escolares e execução do PNAE nos Institutos Federais da Bahia. Foi realizado, em primeiro momento, estudo do estado da arte acerca do ambiente alimentar no entorno das escolas, a fim de compreender a temática e as metodologias empregadas na literatura para esta finalidade. Posteriormente, realizou-se estudo ecológico nos setores censitários que compreendem as 35 unidades dos Institutos Federais da Bahia, compostos pelos campi do IFBA e do IFBAIANO, tendo como unidade utilizada para avaliar o ambiente alimentar no território das escolas foi o buffer. Tomando como ponto central cada escola federal, foram construídos buffers circulares de 250, 800 e 1000 metros, a fim de obtermos dados importantes para cada método que foi aplicado. Foram mapeados e inseridos no QGIS todos os estabelecimentos comercializadores de alimentos neste entorno. As coordenadas geográficas de escolas e estabelecimentos de venda de alimentos foram inicialmente obtidas usando o Google Maps e posteriormente confirmadas no local. Os dados foram coletados em WGS 84 e convertidos para UTM zona 23S SIRGAS 2000. Para mapear o ambiente do consumidor, foram auditados os estabelecimentos encontrados no buffer e também as cantinas dentro das escolas, por meio da aplicação do instrumento ESAO-r. Os estabelecimentos foram agrupados em quatro categorias (saudáveis, não saudáveis, mistos e supermercados). Para avaliar os desertos e pântanos alimentares, foi utilizada a metodologia proposta pelo CDC e calculado o mRFEI; quando o resultado foi igual a zero, o entorno foi considerado um deserto alimentar e valores entre 0,01 e 20 determinaram pântanos alimentares; para valores acima de 20, foi realizada a classificação da vizinhança como mista. Oasis alimentares foram considerados como regiões que continham pelo menos um supermercado dentro do buffer analisado. Foram realizadas análises descritivas com medidas de frequências, medidas de tendência central (média e mediana) e dispersão (desvio padrão). No entorno das escolas analisadas foram identificados 732 estabelecimentos de alimentação sendo 73,8% (n = 540) formais e 26,2% (n = 192) informais. Considerando as características do comércio existente, houve predomínio de lanchonetes (45%), mercearias (23%) e bares (7,8%), com menor número de supermercados identificados (4,1%). Foram encontradas cantinas escolares em 20 escolas analisadas e apenas 15% apresentou variedade de alimentos considerados saudáveis. Na avaliação da disponibilidade dos alimentos saudáveis, observou-se mediana do HMRI de 3 (1 – 7). Ao analisar esse índice de acordo com o tipo de estabelecimento, verificou-se que os hortifrutis apresentaram valores superiores (HMRI = 7; P25-P75: 4-8) em comparação a supermercados de grande rede (HMRI = 5; P25-P75: 2-6; p < 0,001) e a mercados locais (HMRI = 4; P25-P75: 2-5; p < 0,001). A média de estabelecimentos foi de 22,39 (± 13,03), sendo as lanchonetes (7,33 ± 4,43), as mercearias (5,83 ± 4,09) e os restaurantes (2,94 ± 2,19) as categorias que apresentavam as maiores médias. Os desertos alimentares e ambientes mistos foram identificados em 40% da amostra, ao passo que pântanos representaram 20% e oásis 65%. A partir da análise do ambiente alimentar e do ambiente do consumidor, foi possível realizar inferências sobre a qualidade da alimentação ofertada aos estudantes destes locais, bem como aos possíveis desfechos para a saúde oriundos desta exposição e sobre a necessidade de realização de atividades de educação alimentar e nutricional. Observou-se associação entre desertos alimentares a vulnerabilidade social, sendo necessário enfatizar a importância da implementação adequada do Programa Nacional de Alimentação Escolar nestas escolas, com vistas a reduzir a insegurança alimentar e nutricional, garantir o direito humano a alimentação adequada e saudável e proporcionar melhores perspectivas de nutrição e saúde dentro do ambiente escolar. e impacto na vida dos estudantes por meio das ações de educação alimentar e nutricional, que também fazem parte do contexto de atividades do PNAE.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - ***.645.744-** - RITA DE CASSIA COELHO AKUTSU - UnB
Interna - 287774 - RYZIA DE CASSIA VIEIRA CARDOSO
Externo à Instituição - VIRGÍLIO JOSÉ STRASBURG - UFRGS
Externa à Instituição - PRICILA MOURA ROLIM - UFRN
Externa à Instituição - ÉRICA BARBOSA CAMARGO
Notícia cadastrada em: 08/01/2024 20:28
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