Banca de DEFESA: BIANCA FERREIRA DUARTE

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : BIANCA FERREIRA DUARTE
DATA : 03/07/2023
HORA: 14:00
LOCAL: Escola de Nutrição
TÍTULO:

REPERCUSSÕES DA COVID-19 JUNTO A AGRICULTORES FAMILIARES: UM ESTUDO NA CADEIA PRODUTIVA DA FARINHA DE MANDIOCA NO RECÔNCAVO BAIANO


PALAVRAS-CHAVES:

pandemia, agricultura familiar, saúde coletiva, economia rural, mandioca.


PÁGINAS: 111
RESUMO:

A pandemia da COVID-19 gerou uma das maiores crises mundiais, com redução do poder aquisitivo da população, dificuldades no acesso aos alimentos e, registrou, no âmbito nacional, aumento da pobreza e da insegurança alimentar. O Brasil se destacou entre os países mais afetados, com impactos em diversos segmentos, sobretudo, na agricultura familiar, setor essencial para o abastecimento alimentar, mas marcado por perdas nas políticas públicas. Assim, este buscou avaliar as repercussões da pandemia da COVID-19 nas condições de vida, saúde e trabalho de produtores de farinha de mandioca do Recôncavo baiano. Realizou-se
estudo transversal, descritivo, por meio da aplicação de questionário, junto a 96 agricultores, de 11 municípios, sendo a coleta de dados realizada por meio de preenchimento online e entrevista por telefone, durante o distanciamento social, e presencialmente, após a liberação do distanciamento. Os dados foram tratados por estatística descritiva e testes de associação (Chiquadrado, p valor=0,05). Do total de participantes, 26,9% constituíam grupo de risco de agravamento da COVID-19, 36,6% tiveram sintomas desta doença e 19,4% testaram positivo; entre os respondentes, 12,9% relataram óbitos nas suas comunidades. O acesso dos produtores à informação sobre a doença, por meio de mídias de comunicação, foi crucial para limitar o número de casos. Apesar de insuficiências de ações governamentais e do quadro de insegurança hídrica local, verificou-se adesão às medidas de prevenção da doença, especialmente o uso de máscaras e a higienização das mãos - contudo, sem diferenças significativas quanto às características sociodemográficas. Ainda, 84,9 % informaram boa distribuição da vacina. Na análise das repercussões da COVID-19 sobre o trabalho, 86 agricultores foram considerados na amostra, dos quais 64% indicaram alterações no volume de produção de farinha e na renda. Registrou-se redução na produção mensal, no número de trabalhadores e nas horas trabalhadas nas casas de farinha, além da redução nos canais de comercialização. O aumento na renda advinda da produção de farinha foi associado a um pequeno número de produtores, mais experientes (p=0,047). Apesar da manutenção das feiras nos municípios, houve alterações no comportamento dos clientes. O comércio online e por delivery foram pouco representativos. Dos entrevistados, 50% relataram preocupação de que os alimentos acabassem. As medidas governamentais voltadas aos agricultores familiares não tiveram alcance satisfatório junto aos participantes. A maior parte recebeu auxílio emergencial, sendo também beneficiários de programas sociais, o que evidencia vulnerabilidades no setor. O estudo sinaliza a necessidade de ações e investimentos, que possam dignificar as condições de vida dos agricultores e melhorar a infraestrutura das casas de farinha, promovendo o desenvolvimento e a inovação nesta cadeia produtiva. Espera-se que o estudo possa subsidiar a tomada de decisão, no âmbito das políticas públicas de saúde e de agricultura voltadas à essa categoria social. Outrossim, busca-se alcançar uma melhor orientação dos produtores sobre a importância da adoção às Boas Práticas na produção da farinha e dos cuidados em saúde, para a prevenção de doenças.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 287774 - RYZIA DE CASSIA VIEIRA CARDOSO
Interna - 287689 - SANDRA MARIA CHAVES DOS SANTOS
Externa ao Programa - 1061061 - VIRGINIA CAMPOS MACHADO - UFBAExterna ao Programa - 2349558 - GILCA GARCIA DE OLIVEIRA - UFBA
Notícia cadastrada em: 30/06/2023 17:13
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