Sons, torés e toantes da Corrida do Imbu: afirmação e reafirmação do ser indígena Pankararu
Cosmologia Pankararu, Corrida do Imbu, Etnomusicologia, Músicas Indígenas, Povos Originários do Nordeste
Nós, povos originários lutamos diariamente para podermos existir dentro de nossas especificidades e particularidades. Vivemos em constantes ataques aos nossos territórios, culturas, aos nosso direitos, isso desde o início da invasão que se iniciou em 1500, e que se estende até os dias de hoje. Diante disso, esta pesquisa trata de uma etnografia do ritual da corrida do imbu, onde apresento questões territoriais, culturais, políticas e históricas do meu povo evidenciando o fazer musical ritual. Meu Povo Pankararu, que está localizado no sertão Pernambucano entre os municípios de Jatobá, Petrolândia e Tacaratu, é um dos pouco mais de 80 povos da região Nordeste, e por entender que somos povos diversos, trago este trabalho em uma perspectiva de afirmação de identidade, onde busco apresentar um pouco das riquezas culturais de Pankararu. O ritual da Corrida do Imbu, é o principal rituais de povo, que acontece anualmente com a chegada do fruto imbu, e tem a duração de aproximadamente três meses desde seu início com o flechamento do imbu. Trata-se de uma festa de celebração a vida, de respeito a todos os seres que habitam o planeta. O objetivo é identificar/apresentar como a festa do imbu aparece no processos de afirmação da identidade Pankararu, reafirmação e fortalecimento do ser indígena Pankararu. Por entender que vivemos em constantes lutas, trago esta dissertação também na perspectiva de resistência, evidenciando aqui o protagonismo dos Pankararu dentro do nosso território. A partir de uma abordagem etnomusicológica em torno dos sons, torés e toantes presentes neste ritual, proponho reflexões sobre espiritualidade, educação e identidade que estão diretamente relacionadas a nossa cosmologia