Banca de DEFESA: JAQUELINE CAVALCANTE MILHONE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JAQUELINE CAVALCANTE MILHONE
DATA : 31/08/2022
HORA: 08:30
LOCAL: Escola de Administração
TÍTULO:

GERAÇÕES BRASILEIRAS: UMA PROPOSTA DE CLASSIFICAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DOS VALORES PESSOAIS E NO TRABALHO


PALAVRAS-CHAVES:

Gerações; Gerações brasileiras; Classificação de gerações brasileira; Valores pessoais; Valores Relativos ao trabalho


PÁGINAS: 143
RESUMO:

A vida em sociedade é protagonizada por indivíduos em relações sociais nos diversos contextos sociais e áreas da vida. Assim, relações pessoais e de trabalho se interconectam e coexistem na vida do indivíduo a partir de diferentes experiências formativas, desde a infância até o início da sua vida adulta. Ao serem vivenciadas em períodos específicos da vida, essas experiências vão resultar em valores, comportamentos, preferências e perspectivas de mundo comuns a indivíduos que compartilharam de experiências similares. Assim se formam gerações, compreendidas nesta tese como grupos de pessoas que nasceram em intervalo comum de anos, de forma a compartilharem momentos que impactaram na sociedade como um todo e garantiram especificidades em termos de características comportamentais, atitudinais e valorativas.
Indivíduos de uma mesma geração apresentam valores e posicionamentos de vida comuns, que diferem, em alguma medida, entre as gerações. Assim como, momentos marcantes, específicos à um contexto sócio-histórico bem como a cultura de cada sociedade, resultam em gerações diferentes, o que mostra inadequado impor a configuração geracional de uma sociedade – como a desenvolvida para o contexto norte-americano - a outra sociedade – a exemplo da brasileira.
Motivado por essa inadequação, bem como por uma não identificação classificação de gerações desenvolvida e validada para o contexto brasileiro. Entendendo, ainda, a importância de uma classificação ser desenvolvida a partir da compreensão de como esses eventos históricos podem ter influenciado, características que assemelham e/ou diferem nas/entre as gerações e, portanto, na estruturação de Valores pessoais e Valores no Trabalho. Esta tese tem por objetivo geral: “Elucidar as diferenças de Valores Pessoais e Valores no Trabalho entre as diferentes gerações brasileiras, a partir de uma nova proposta de classificação de gerações para o Brasil”. Para tanto, foram desenvolvidos quatro estudos – que originaram os quatro artigos que compõem esta tese – a fim de atender ao referido objetivo.
Inicialmente, buscou-se de compreender como os Valores no Trabalho em diferentes gerações vêm sendo compreendidos por estudos desenvolvidos ao longo dos últimos 12 anos. Assim, o primeiro artigo desta tese realizou um levantamento e uma análise de diferenças, similaridades e complementaridades acerca dos resultados encontrados em estudos publicados em português e em inglês sobre a referida temática, publicados entre 2010 e 2021. A partir de busca nas plataformas Google Acadêmico, Plataforma Capes e Web of Science, foram localizados 18 artigos, os quais foram analisadas e os achados destes estudos apontam para: (1) a geração mais velha sendo mais ligada às regras, valorizando o status e a ascensão profissional e com dificuldades de se adaptar à tecnologia e à celeridade das informações, ao passo que (2) gerações mais novas com menos paciência com a geração mais velha, por detestarem reuniões longas e pela inabilidade dos mais velhos com a tecnologia.
Este, no entanto, evidenciou que os estudos foram desenvolvidos segundo a configuração geracional desenvolvida no/para o contexto norte-americano. Uma vez, não tendo sido identificada classificação desenvolvida especialmente para as especificidades socioculturais brasileiras, o segundo artigo desta tese propôs uma classificação de gerações para o Brasil, realizado a partir de levantamento histórico e análise de eventos marcantes para a sociedade brasileira – desde a Era Vargas, em 1930, perpassando pela ditadura militar, AI5 e seu término, até governos de presidentes na década de 1990 e anos 2000, e de relatos de pessoas de diferentes idades e contextos, acerca de eventos que se recordam que marcaram sua formação – obtidos através de questão subjetiva encaminhada por meio virtual. A análise de conteúdo das 452 respostas obtidas, considerando diversos elementos que dizem respeito à compreensão de gerações, permitiu chegar-se a uma proposta de 7 gerações: Geração nacionalista (1910 a 1929); Geração pré-ditadura (1930 a 1943); Geração reprimida (1944 a 1958); Geração Diretas (1959 a 1968); Geração Hiperinflação (1969 a 1978); Geração Social (1979 a 1991); Geração 4.0 (1992 a 2005).
Ingressando na análise dos Valores, o terceiro artigo desta tese objetivou investigar diferenças nos padrões de Valores Pessoais entre as gerações brasileiras. A amostra envolveu 864 respondentes, utilizando a versão brasileira do Portrait Value Questionaire R (PQV-R). Análises de Escalonamento Multidimensional e testes não paramétricos comparativos de média elucidaram diferenças importantes especialmente em valores de conservação e autopromoção. Foi possível, ainda, perceber que a Geração Social permeia todas as diferenças evidenciadas nesta pesquisa, de forma que se mostra relevante compreender pormenores de uma geração com substancial participação social e economicamente ativa.
Ao direcionar a percepção de Valores para os Valores Relativos ao Trabalho, o quarto artigo desta tese investiga as diferenças entre esses valores em diferentes gerações. Para tanto, utilizou-se a versão brasileira Escala de Valores no Trabalho Revisada (EVT-R). Partindo de uma amostra com 490 casos válidos, utilizou-se Escalonamento Multidimensional e testes não paramétricos comparativos de média para chegar aos resultados desta pesquisa. Evidenciou-se diferenças de Valores no Trabalho das gerações Diretas, Hiperinflação e Social, com destaque para a Geração Social, com menor nível de ‘Universalismo e Benevolência’ e de ‘Autodeterminação e Estimulação’, comparada às gerações mais velhas. Compreender essas diferenças vai contribuir para entender como as relações de trabalho se estabelecem e elucidar seus impactos humanos e sociais. Compreende-se que os achados advindos de cada um dos artigos da tese contribuem para a literatura e para a sociedade, ao apresentar características coerentes com a realidade brasileira e, por consequência, possibilitar aos diversos setores da sociedade o desenvolvimento de experiências sociais, meios de trabalho e socialização, comunicação, tratamentos e direcionamentos mais assertivos para os diversos setores da sociedade e áreas da vida do indivíduo. Somado a isso, permitem compreender os valores pessoais de diferentes grupos geracionais que coexistem e compartilham espaços na sociedade, bem como agrega para uma melhor compreensão do funcionamento da sociedade como um todo e permite análises mais concisas acerca de temas que permeiam indivíduos.
Por fim, diante de mudanças contínuas que têm ocorrido no mundo do trabalho, tanto no que tange o perfil dos profissionais – desde idade a expertises desenvolvidas ao longo da vida – como no que diz respeito as relações de trabalho. Somado a reconhecer que diferentes gerações de indivíduos compartilham espaços de trabalho, visões de mundo e objetivos de vida e trabalho. Compreender o que faz sentido para indivíduos de diferentes gerações, em termos de trabalho, contribui para organizações reterem indivíduos alinhados com seus processos e identidade. Ainda, permite uma reflexão acerca do espaço do indivíduo no mundo e impactos que novas estruturas e relações de trabalho têm na visão e inserção do indivíduo e o que ele espera do seu contexto de trabalho.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - DIOGO HENRIQUE HELAL - FJN
Externa à Instituição - JULIANA BARREIROS PORTO - UnB
Presidente - 1631650 - DIVA ESTER OKAZAKI ROWE
Externa à Instituição - KELY CESAR MARTINS DE PAIVA - UFMG
Externo à Instituição - MARCOS GILBERTO DOS SANTOS - IFBA
Notícia cadastrada em: 08/08/2022 15:56
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