REFLEXOS DAS POLÍTICAS DE AUSTERIDADE NAS DIRETRIZES DO BANCO MUNDIAL PARA A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL NO BRASIL
Austeridade. Banco Mundial. Educação Profissional
Este trabalho analisa a influência das políticas de austeridade propostas pelo Banco Mundial para a educação profissional brasileira. Por conta disso, percorre-se a história do banco desde a sua constituição, explicitando as agendas para o desenvolvimento idealizadas pela entidade para os países em desenvolvimento. Nesse percurso, apresenta-se a visão neoliberal adotada pelo organismo multilateral nas suas políticas para o desenvolvimento, apresentando como o ideário neoliberal modificou o papel do Estado na economia, preconizado pela instituição. Esta dissertação pretende discutir o modo como a educação se estabeleceu como um tema fundamental na agenda do Banco Mundial, na formulação de políticas de desenvolvimento, e como a educação profissional tem um papel impulsionador do desenvolvimento dos países periféricos. Neste trabalho, apresenta-se a forma como a Teoria do Capital Humano fundamenta a concepção educacional do Banco Mundial, de caráter individualista e econômico. A pesquisa discute a visão da entidade de financiamento da educação profissional sobre a responsabilidade do setor privado, que acarretou mudanças de diretrizes da entidade para a área. A análise documental permitiu identificar as propostas do Banco Mundial para a educação profissional e como tais propostas foram adotadas nas políticas educacionais do governo brasileiro, com as diretrizes da entidade influenciando a modificação do ordenamento jurídico brasileiro pertinente à educação profissional, com o governo justificando a adoção de políticas de austeridade por conta de uma suposta ineficiência do Estado no gerenciamento da educação.