ATLAS: percursos imaginários, cidades em movimento
atlas, montagem, imagem, imaginação, arte, design editorial, experimentação
Esta pesquisa busca apresentar possibilidades para uma prática expandida do urbanismo através do seu cruzamento com processos experimentais e coletivos do campo da arte e do design gráfico-editorial. Para isso, coloca em movimento um conjunto de ideias, práticas e imagens (técnicas e metafóricas), tendo como principal inspiração metodológica e epistemológica o modo de pensar proposto pelo historiador da arte alemão Aby Warburg em seu Atlas Mnemosyne (1924-1929), recentemente explorado em profundidade por teóricos como Georges Didi-Huberman (2013) e Paola Berenstein Jacques (2020). Compreendido não só (mas também) como gênero editorial e científico, o atlas é apresentado a partir de múltiplas perspectivas, numa tentativa de escavar alguns pontos do amplo território de sentidos e migrações que se constituiu ao longo de cinco séculos no entorno deste vocábulo. Longe de tentar compor um panorama histórico ou teórico exaustivo, essa sondagem busca antes encontrar pontos em que se possam tecer relações, expandidas a partir do cruzamento com processos artísticos, antropológicos e urbanísticos contemporâneos, além de processos de experimentação realizados paralelamente ao desenvolvimento da pesquisa. A coleção de fragmentos, em constante recombinação através da experimentação com diferentes suportes, ajuda a pensar ainda as coimplicações entre formas, processos e maneiras de espacialização do conhecimento. A imagem fugidia e multifacetada que se compõe nesse processo, apresenta uma forma de pensar o espaço urbano que, impura, múltipla, imprecisa e sempre inacabada como é a própria cidade, recusa a rigidez dos modelos científicos e técnicos em prol da experimentação crítica e coletiva guiada pela mobilização da imaginação.