A DENGUE EM SALVADOR: UMA QUESTÃO AMBIENTAL URBANA
1. Dengue. 2. Meio Ambiente Urbano. 3. Dengue em Salvador.
Pessoas morrem todos os anos de doenças infecciosas e parasitárias, muitas delas classificadas como doenças negligenciadas, relacionadas com o abastecimento de água segura para o consumo humano, serviços inadequados de coleta e tratamento de esgotos, drenagem de águas de chuva e coleta e tratamento de resíduos sólidos. Neste grupo de doenças, se encontram as arboviroses urbanas como Dengue, Zika e Chikungunya, que representam um dos principais problemas de saúde pública nos países da América Latina e Caribe, em razão da magnitude dos surtos e epidemias registradas nos últimos anos. Este trabalho propõe uma investigação sobre como o ambiente pode influenciar na propagação da dengue. O objetivo principal da pesquisa investigar as relações entre as condições do meio ambiente urbano e a propagação de doenças de transmissão vetorial. A justificativa deste trabalho relaciona-se com as condições urbanas que impulsionam a propagação do vetor de transmissão da dengue, uma doença presente de maneira endêmica há décadas na capital e em todas as mesorregiões da Bahia. A metodologia utilizada está apoiada em um resgate teórico sobre o tema, direcionado, principalmente, direcionado para as relações entre a consolidação de tecidos urbanos e a ocorrência de doenças de transmissão vetorial, a exemplo da dengue. Para o desenvolvimento do trabalho foram adotadas bases cartográficas, utilizando o software QGIS, com a finalidade de correlacionar informações geoespaciais (fatores socioeconômicos, climáticos, tipologias de infraestrutura urbana) com as taxas de incidência de Dengue nos Distritos Sanitários no período de 2010-2019 em Salvador. Nessa perspectiva, considerando que as cidades envolvem um contexto amplo, o que inclui políticas públicas, infraestrutura urbana e outras questões sociais, o estudo ora proposto representa uma contribuição para a promoção da qualidade de vida e para a compreensão das relações entre as condições do espaço urbano e a propagação de doenças de transmissão vetorial. Como resultado da pesquisa demonstrou-se o impacto das configurações ambientais da cidade de Salvador sobre proliferação e controle das arboviroses relacionadas ao mosquito Aedes, como a dengue, que está presente de maneira mais intensa nas partes mais pobres da cidade e se relaciona com as más condições de infraestrutura urbana e a densidade populacional.