Banca de DEFESA: MATHEUS PESSONA XAVIER DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MATHEUS PESSONA XAVIER DA SILVA
DATA : 17/12/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Sala virtual (meet.google.com/rrd-fgcg-uzo)
TÍTULO:

Novos inquilinos na casa de Deus: o reuso como ferramenta de conservação da arquitetura católica tombada pelo IPHAN no Brasil

PALAVRAS-CHAVES:

Patrimônio Cultural, Igreja Católica, Uso, Conservação, Brasil, Bahia

PÁGINAS: 179
RESUMO:

Os procedimentos necessários para garantir o caráter indelével dos bens de valor histórico ou artístico são objeto de estudos e políticas desde pelo menos a segunda metade do século XIX. No Brasil esta questão começa a ser observada de maneira institucional a partir da década de 1930. Quase noventa anos depois, o desafio no trato do patrimônio cultural brasileiro se apresenta em várias formas. Talvez a mais complexa delas seja aquela relacionada à gestão e conservação do patrimônio católico edificado. Há pelo menos cinco décadas, discute-se qual a melhor maneira de conduzir políticas que garantam uma maneira mais eficiente de conservá-lo, bem como proporcionar melhorias na qualidade de vida da população que o circunda e o detém. Outra preocupação que se observa neste contexto é a da eficiência na utilização de recursos públicos. Uma solução para estas questões, postuladas na maior parte dos documentos doutrinários patrimoniais, é a conferência ou manutenção de um uso em edificações subutilizadas ou abandonadas. Este reuso, como chamamos nesta dissertação, pode propiciar, na eventualidade de empenho de dinheiro público em uma obra, sua manutenção tanto simbolicamente frente à população, mas também financeiramente sustentável. Se de modo geral este é um objetivo complexo de ser alcançado, quando se trata dos bens eclesiásticos tombados, a discussão se adensa ainda mais. Esta dificuldade pode ser observada por diversos prismas, um deles é a compreensão de que nem todos os usos são bons e podem trabalhar em detrimento da preservação de uma edificação, sendo que as particularidades funcionais e simbólicas da arquitetura sacra diminuem a gama de usos que podem ser adequados, no caso de sua dessacralização.  Enxerga-se também a questão histórico-social brasileira, já que, em números autodeclarados, o Brasil é uma nação cristã. Este Cristianismo, no entanto, não é o mesmo de outrora, sua secularização enfraqueceu a instituição católica e diminuiu consideravelmente seu número de fiéis. Tal processo se demonstra como uma faca de dois gumes para os bens católicos tombados. Ao diminuir o número de praticantes da religião e por consequência a arrecadação de dízimos e ofertas que sustentam prioritariamente a instituição, implica-se na falta de lastro financeiro, impossibilitando economicamente a manutenção de seus bens. Ao mesmo tempo, uma população ainda enraizada nos preceitos cristãos parece não admitir mudanças que considerariam torpes num ambiente outrora sacrossanto. Destes apontamentos nasceu a intenção de investigar quais aspectos incidem na discussão do reuso de edificações católicas tombadas no Brasil. Nesse sentido, esta dissertação se propõe a analisar os diversos aspectos que incidem sobre o reuso como ferramenta de conservação da arquitetura católica tombada no Brasil, e confrontá-los com estudos de caso localizados na Bahia. Foram utilizados como fontes e referências teóricas os textos dos principais teóricos consagrados da conservação e do restauro; as cartas patrimoniais, bibliografia sobre a formação e a ação do IPHAN; a formação e história do Brasil, especialmente referente à influência da Igreja Católica e seus aspectos sociais contemporâneos; e o posicionamento do Vaticano sobre o reuso de edificações católicas de valor histórico e cultural; fontes primárias e bibliográficas sobre os projetos em edificações religiosas estudadas; complementadas por visitas de campo. Foram contemplados nas análises quatro aspectos principais referentes à problemática apresentada: o teórico-conceitual; o histórico-social; o institucional; o institucional-normativo. Nas Considerações Finais observamos quais são os pontos de confluência e cisão das linhas destes aspectos e traçamos as comparações entre os casos estudados.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1791731 - ALINE DE FIGUEIROA SILVA
Interno - 1697455 - ANA CAROLINA DE SOUZA BIERRENBACH
Externo à Instituição - ROSANE PICCOLO LORETTO SPECIALSKI