PPG-AU PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO (PPG-AU) FACULDADE DE ARQUITETURA Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: JOAO MAURICIO SANTANA RAMOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOAO MAURICIO SANTANA RAMOS
DATA : 19/08/2020
HORA: 14:00
LOCAL: plataforma digital (em função da Pandemia Covid 19)
TÍTULO:

RELAÇÕES DE PODER NO FAZER-CIDADE: ARTICULAÇÕES EM TORNO DA REFORMA DA ORLA DO RIO VERMELHO EM SALVADOR BA (2015-2019)


PALAVRAS-CHAVES:

fazer-cidade; relações de poder; urbanismo neoliberal; direito à cidade; espaço público; Rio Vermelho; Salvador.


PÁGINAS: 304
RESUMO:

Neste trabalho, investiguei como os diversos atores da cidade articularam-se, por vezes

estabelecendo relações de poder, para ter seus interesses contemplados no fazer-cidade em

torno e a partir da primeira etapa das reformas executadas pela Prefeitura Municipal de

Salvador na orla do Rio Vermelho, iniciadas em julho de 2015. Busquei, com esta análise,

identificar possibilidades de caminhos na direção de cidades mais equalitárias e democráticas.

Compreendo fazer-cidade como os movimentos e os resultados dos movimentos dos diversos

atores urbanos, humanos e não-humanos, que vão continuamente (re)conformando os

espaços da cidade. Proponho que relações de poder no fazer-cidade correspondem às ações

(movimentos) de atores que visam a inibir movimentos de outros atores nos espaços urbanos

bem como às constantes (re)conformações dos espaços urbanos que também inibem

movimentos de alguns atores. Utilizei, principalmente, as proposições de Agier, Ingold,

Foucault, Latour, Esposito e Lefebvre para refletir sobre o fazer-cidade e as relações de poder

que aí são estabelecidas. Para melhor situar os dados obtidos no campo empírico da

pesquisa, tracei um panorama do fazer-cidade transcorrido em espaços públicos

contemporâneos, que me permitiu verificar, nestes, a utilização dos princípios neoliberais

orientando o fazer-cidade para e pelo mercado e as resistências firmadas contra esta

orientação e que tentam ampliar o direito à cidade. Para realizar o trabalho de campo, utilizei

técnicas e instrumentos comumente empregados na etnografia – tais como contato direto com

o campo, observação participante, anotações em caderno de campo, conversas gravadas,

fotografias, leitura de notícias de jornal e outros documentos, de modo que compus, no texto,

uma descrição de inspiração etnográfica de transformações urbanas – no caso, a reforma da

orla do Rio Vermelho e alguns episódios que lhe sucederam. Segui coletivos que se

mobilizaram em torno da reforma da orla da Barra, que antecedeu a reforma da orla do Rio

Vermelho e a influenciou significativamente. Acompanhei coletivos que se mobilizaram em

torno da reforma da orla do Rio Vermelho e as negociações estabelecidas para modificar os

projetos da reforma a fim de contemplar interesses de alguns atores. Analisei o fazer-cidade

instituído nas reconfigurações dos aspectos formais e da materialidade dos ambientes após

a inauguração da primeira etapa da reforma, com eventuais estabelecimentos de relações de

poder. Observei coletivos que se mobilizaram após a inauguração da primeira etapa da

reforma, trazendo novos contornos ao fazer-cidade, com ocasionais instaurações de relações

de poder. A pesquisa permitiu-me sugerir algumas atitudes a serem mantidas, no que diz

respeito ao trabalho de arquitetos, urbanistas, gestores públicos, bem como no que se refere

às ações de coletivos e outros movimentos urbanos, para seguir na direção de cidades

melhores para todos. A pesquisa também permitiu-me verificar que o projeto urbanístico

neoliberal nunca se realizará por completo – o que não diminui o seu caráter perverso – e que

tampouco o direito à cidade é possível de forma plena e abrangente na cidade que

conhecemos; tal verificação deve não enfraquecer, mas sim revigorar a necessidade de

inventar novas cidades nas quais a democracia e a equidade sejam a regra.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 085.114.385-72 - ANGELA MARIA GORDILHO SOUZA - UFBA
Interno - 2257201 - GLORIA CECILIA DOS SANTOS FIGUEIREDO
Externo ao Programa - 1089773 - MARIA GABRIELA HITA
Externo ao Programa - 2615598 - URPI MONTOYA URIARTE
Externo à Instituição - Maria Suzana de Souza Moura
Notícia cadastrada em: 27/07/2020 09:58
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