VILA ELESBÃO E A DECOLONIALIDADE COMO HORIZONTE EPISTEMOLÓGICO PARA PENSAR A AMAZÔNIA RIBEIRINHA NO AMAPÁ
urbanidade ribeirinha, Amazônia, decolonialidade, territórios tradicionais, Vila Elesbão
A partir da teoria decolonial, essa dissertação se propõe em pensar como os dispositivos de dominação e hierarquização social advindos da relação modernidade/colonialidade, a partir a invasão das Américas, relegaram a determinados territórios e corpos um lugar periférico dentro das concepções de modos de vida modernos. Isto é, a partir do giro decolonial, pode-se entender como os territórios ribeirinhos, de beira de rio, são vistos sob uma ótica de estigmatização e primitividade, entendendo, também, a fundamental importância que a ideia de raça tem na relação de superiorização e inferioração de culturas, sobretudo na região amazônica, que ainda é vista como uma terra a ser explorada. A partir de uma abordagem teórica, vinculada à pesquisa de campo, entrevista e análises imagéticas, foi possível compreender e conhecer melhor o território a ser estudado: a Vila Elesbão. Localizado no município de Santana, no Amapá, o bairro do Elesbão traduz as reflexões tidas pelo aporte teórico, demonstrando a vivência de um território permeado por água, de modo pouco discutido pelo campo da Arquitetura e do Urbanismo. Foi possível compreender, assim, um cotidiano palafítico-ribeirinho que, em suas minúcias e singularidades, demonstram a pertinência de pensar as urbanidades que surgem das beiras dos rios na Amazônia.