ARQUITETURA PARA O APOIO AO COMBATE DA TUBERCULOSE EM SALVADOR (BAHIA) NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
Arquitetura hospitalar; Arquitetura e saúde; Infraestrutura em tuberculose; História da arquitetura antituberculose.
A arquitetura antituberculose configurou-se como uma rede terapêutica articulada para combater a doença em escala global. Salvador, com uma alta incidência de tuberculose, construiu edifícios alinhados ao movimento internacional, inovando na composição da sua rede. A presente pesquisa aborda a influência da arquitetura no apoio ao combate à tuberculose em Salvador, Bahia, ao longo da primeira metade do século XX, considerando ter sido uma doença de alta mortalidade na região. A pesquisa parte da hipótese de que a arquitetura desenvolvida para apoiar o combate da epidemia na capital baiana, desempenhou um papel estratégico e particular no controle e prevenção da disseminação da doença. Dessa forma, o estudo proposto buscou compreender a arquitetura como uma ferramenta de apoio ao combate da doença nesse contexto, aprofundando tanto influências internacionais quanto as características regionais que influenciaram na concepção e construção dos edifícios dedicados a combater o contágio da doença. A metodologia incluiu pesquisa documental, revisão bibliográfica, visitas às unidades estudadas e análise tipológica dos edifícios projetados para o controle da epidemia. Ao analisar a construção historiográfica da arquitetura antituberculose na região, destaca-se o papel relevante desempenhado pela cidade no contexto nacional. Por meio da análise das produções científicas e arquitetônicas internacionais, a pesquisa revela a importância de Salvador nesse cenário e a contribuição da sua rede de edifícios para a contenção do contágio da doença. O estudo destaca a singularidade da rede antituberculose em Salvador, abrangendo sanatórios, dispensários, preventório, hospital-escola e instituto de pesquisa. Ao mesmo tempo, salienta a escassez de registros abrangentes que documentem a história da tuberculose na perspectiva da cidade e amplia essa abordagem. A principal ênfase da pesquisa, consiste na construção historiográfica da arquitetura dos edifícios antituberculose que constituíram a rede de assistência ao tuberculoso, na cidade, e suas particularidades regionais. Estes incluem o Dispensário Ramiro de Azevedo, o Preventório Santa Terezinha, o Conjunto Sanatorial Santa Terezinha (com destaque para o Hospital Sanatório Santa Terezinha), Instituto Brasileiro para Investigação da Tuberculose e Hospital de Clínica Tisiológica. Destaca-se a concepção e adaptação dessas estruturas para atender às necessidades específicas no combate à tuberculose. Esta pesquisa não apenas constrói uma compreensão da historiografia da arquitetura antituberculose em Salvador, mas destaca a importância de abordagens interdisciplinares, de modo a integrar as complexas interações entre saúde, arquitetura e sociedade. O estudo contribui para salvaguarda da história, memória cultural e reconhecimento historiográfico da rede antituberculose construída em Salvador no século XX. Além disso, ao reconhecer o legado deixado por essas estratégias de combate ao contágio da tuberculose, estabelecem-se bases para abordar os desafios contemporâneos da saúde pública e de arquiteturas voltadas para o enfrentamento de doenças epidêmicas.