ESCREVIVÊNCIAS CONTRA-COLONIALISTAS em espacialidades Ocidente-mundo de mulheres negras
escrevivências; narrativa contra-colonial; cosmopercepção; planejamento urbano; memória; espacialidades.
O trabalho intitulado “Narrativas contra-colonialistas em espacialidades Ocidente-mundo de mulheres negras”, visa, através de escreviências produzidas a partir de histórias vividas e contadas por mulheres negras da família da autora, expresssar espacialidades, estratégias de resistência e ciência na invenção de tecnologias para lidar com o meio face os desafios vivenciados por pessoas negras na sociedade brasileira advindos de uma estrutural racista, classista e cis-hétero-patriarcal. Nessas histórias, criadas a partir da investigação dos registros fotográficos familiares, memórias, contação de histórias e ficção, são evidenciadas percepeções de mundo que extrapolam o modus operandi ocidental e, portanto, trazem à tona elementos como ancestralidade e tecnologias de cura no bojo de sua construção. São, então, construídas narrativas contra-colonialistas sobre experiências negras a partir das vivências de familiares e ancestrais, estabelecendo um panorama através do eixo familiar sobre experiências similares entre famílias negras brasileiras. São evidenciadas histórias sobre deslocamentos, êxodo rural, relação com a natureza e o lar, cosmopercepções ancestrais e meios de cura em relação aos desafios cotidianamente vivenciados. Nas narrativas são identificadas também espacialidades, evocadas através das lembranças que permitem encontrar diferentes relações com o meio, estabelecidas seja pelo trânsito, pelo pertencimento, permanência, ancestralidade ou de relações outras com o tempo. São impressões espaciais marcadas por ícones que formam arranjos de diferentes naturezas espaciais e representam uma ferramenta a mais de leitura das escrevivências que podem ser utlizadas como base para cartografias e a idealização de diretrizes urbanísticas.