Nesta tese, propõe-se discutir a importância da implantação e manutenção de equipamentos públicos de educação e cultura, não só como espaços transformadores nesses campos, mas como agentes de transformações sociais, culturais e territoriais. Como estudo de caso, analisa-se o Museu de Ciência e Tecnologia da Bahia – MCT-BA, primeiro equipamento do gênero na América Latina, através da análise de seus diferentes ciclos de planejamento e funcionamento, desde a concepção do projeto, passando pela sua implantação, manutenção e gestão.Busca-se, através da investigação comparativa de outros quatro equipamentos museológicos – Museu de Astronomia e Ciências Afins – MAST (Rio de Janeiro), Espaço Ciência (Recife/Olinda) e Museu Catavento (São Paulo), no Brasil, e o Parque Explora, em Medelín, Colômbia, constituir repertório para análise das diferenças e semelhanças na implantação, gestão, manutenção, políticas públicas, programas e ações desenvolvidos pelo Estado e, pelos próprios museus, evidenciando-se resultados ou benefícios, notadamente para as comunidades situadas em seu entorno. A pesquisa se consolidou após o levantamento de um volume considerável, dentro do recorte temporal de 1975 a 2022,  de documentos, entrevistas, materiais gráficos e informações, oriundos, sobretudo, de notícias e reportagens dos principais jornais da Bahia, relacionando-os a fundamentação teórica que se embasa nas análises e na literatura já produzida sobre o tema das políticas públicas, voltadas à produção e estímulo ao conhecimento da ciência e tecnologia, bem como relacionadas aos estudos sobre políticas culturais, museus e centros de ciência, além das referências existentes sobre direito à cidade, habitus, capital cultural, entre outros. A temática trouxe para o centro dessa discussão a relação entre a existência dos museus e os processos urbanos contemporâneos atinentes aos aspectos culturais, políticos e econômicos do país, ao longo de sua história. Busca-se, também, entender o papel do Estado na criação e manutenção de políticas públicas culturais e de incentivo à ciência e tecnologia, independente dos partidos políticos, interesses e desavenças pessoais dos gestores, fomentando a implantação de políticas de Estado, que perpassem os períodos de governos. Por fim, nas considerações finais, foram desenrolados os principais pontos de semelhança e divergência entre os museus estudados, procurando tentar responder se o Museu de Ciência e Tecnologia da Bahia teria sido um possível instrumento de transformação urbana e sociocultural na cidade de Salvador, caso tivesse uma história de continuidade, manutenção e funcionamento, assim como em seus investimentos.