O presente trabalho apresenta o debate sobre o fenômeno da financeirização, num contexto de
mudanças no capitalismo contemporâneo, com foco para a financeirização da política
habitacional. Diante disso expõe-se as múltiplas faces do conceito sobre financeirização e suas
implicações conforme o fenômeno varia espacialmente, sobretudo na área habitacional. O lócus
da pesquisa se concentra no Brasil e, para isso, apresenta-se a evolução da política habitacional
brasileira e concentra-se a questão no Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV) além de
discutir as características que podem o definir como um programa financeirizado que promove
a inserção fragmentada da população, no que tange ao acesso à moradia digna. A metodologia
deste trabalho se constitui de pesquisa bibliográfica e análise de dados secundários que buscam
avaliar o desempenho do Programa na primeira década de sua implantação. Esta abordagem é
importante à medida que lança luz sobre como a agenda da política se desenvolve e reflete a
compreensão do problema, diante dos seus limites e êxitos. É constatado que o PMCMV não
consegue agir sobre o déficit habitacional e nem promover o acesso à cidade, embora apresente
alguns avanços nesta área