RACISMO E DOCÊNCIA EM UNIVERSIDADES PÚBLICAS: o caso da Universidade Federal da Bahia
Docentes negros. Racialização. Racismo institucional. Monopólio racial. Pigmentrocracia.
Esta dissertação tem como objetivo analisar as relações mediadas pela identificação racial
entre os docentes da Universidade Federal da Bahia. A partir da revisão de liter atura e do
levantamento sobre a composição racial do corpo docente da UFBA, identificou -se questões
importantes para compor entrevistas em profundidade, com objetivo de entender como se
caracteriza a racialização e o racismo institucional nesta universidad e. As entrevistas foram
realizadas em três áreas de conhecimento: Área I, Área II e Área IV, com quatro mulheres,
duas negras, uma parda e uma branca e seis homens, dois brancos, um negro e três pardos. De
modo geral o levantamento apontou para presença negra no corpo docente insuficiente, em
relação a sua representatividade na população, mas não encontrou confinamento racial, como
acontece nas universidades da região sudeste. A racialização das relações se desenvolvem no
modelo de relações cordiais, que provoca isolamento e solidão para os docentes negros e o
racismo institucional foi identificado, através da forma como funciona a burocracia na
universidade, na preferência das bancas de concursos por docentes sulistas, na invisibilização
de docentes negros, representação racial no corpo docente de forma hierarquizada e na forma
como a instituição UFBA se apropria da luta dos docentes negros para não sofrer as sanções
pelo não cumprimento de leis de reparação racial. Além disso, verificou-se que a
solidariedade baseada no gênero, não se sustenta diante da identificação racial.