O Estatuto da Sensibilidade no Processo de Atualização Intelectiva: A Noção de Materia Causae
Materia causae, Causalidade, Metafísica, Epistemologia
Esta dissertação tem por escopo expor como Tomás de Aquino qualifica a relação causal entre o conhecimento sensível, especificamente os fantasmas, e a atividade intelectiva ora expressada no conceito de materia causae. Na Summa Theologiae, questão 84, artigo 6, o Aquinate admite o conceito de materia causae em oposição à noção de causa total e perfeita do conhecimento intelectivo como um modo de salvaguradar a máxima de que uma coisa corpórea não pode agir sobre uma incorpórea. Dessa forma, a relaçao entre os fantamas e a atividade intelectiva estabelece um paradoxo quando consideramos a máxima estabelecida pelo Aquinate. Sendo assim, para demonstrar filosoficamente que os fantasmas são a causa do conhecimento intelectivo, analisaremos os comentários de Tomás de Aquino ao livro V da Metafísica de Aristóteles, De Causis e De principiis naturae ad fratrem Sylvestrum, a fim de compreendermos como o Aquinate concebe a noção de causa e seus axiomas. A partir da noção de agente instrumental tratada em De Verit. q. 10, a. 6, ad. 7 e, ademais, da elasticidade que caracteriza a noção de causa no Corpus Thomisticum, é possível afirmar que os fantasmas são a causa do conhecimento sensível sem que a máxima que limita a ação de uma coisa corpórea sobre uma incorpórea seja contradita.