TRAJETÓRIA POLÍTICA DE ESTUDANTES COM DEFICIÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Pessoas com deficiência. Ensino superior. Ativismo político. Direitos humanos.
As pessoas com deficiência são historicamente excluídas e negligenciadas com relação aos seus direitos, apesar da seguridade das leis. Embora tenham a garantia do acesso, a permanência dos estudantes universitários é atravessada por uma série de barreiras que os colocam em desvantagem, comparados a outros grupos. Para driblar as adversidades impostas, estudantes com deficiência se organizam coletivamente para reivindicarem por seus direitos e melhorarem a condição do processo formativo. A presente pesquisa objetivou compreender a experiência de organização social e política de estudantes com deficiência da Universidade Federal da Bahia. A pesquisa se orientou pela abordagem qualitativa, por meio do método narrativo-biográfico, com foco em histórias de vida. Foram realizadas entrevistas narrativas com cinco estudantes com deficiência, matriculados em diferentes cursos de graduação. Os resultados apontam que os estudantes com deficiência da UFBA envolvidos em organizações sociopolíticas conseguem se articular melhor para reivindicar seus direitos, diminuem barreiras universitárias impostas, o que gera uma melhor permanência para todo o corpo estudantil com deficiência. Ainda que haja avanços no cenário da permanência, ajustes precisam ser imprimidos por parte de toda comunidade universitária para que este público seja de fato incluído. A metodologia centrada na história de vida e nas percepções dos estudantes possibilitaram achados que contribuem para a literatura ainda escassa sobre o tema, revelando-se como promissora possibilidade de pesquisas futuras.