EFEITO NA VOZ E DEGLUTIÇÃO DE DOIS PROTOCOLOS DE ELETROESTIMULAÇÃO PARA XEROSTOMIA RADIOINDUZIDA
XEROSTOMIA, FONOAUDIOLOGIA, VOZ, DEGLUTIÇÃO, RADIOTERAPIA, NEOPLASIAS DE CABEÇA E PESCOÇO
Introdução: A radioterapia é um dos principais tratamentos do câncer de cabeça e pescoço, que em altas doses podem apresentar efeitos negativos também nos tecidos sadios. A xerostomia (sensação de boca seca) é um desses efeitos, o qual permanece por longo período após o tratamento radioterápico, e pode ser permanente quando não tratada. A xerostomia interfere na preparação do bolo alimentar, mastigação, fala e fonação, pois tais atividades requerem a saliva. A falta de lubrificação intraoral interfere na execução das referidas funções, podendo promover fadiga, desconforto, lentificação e incoordenação das funções, necessidade de modificação da consistência alimentar, necessidade de via alternativa de alimentação e isolamento social. A eletroterapia é uma das estratégias de tratamento descritas na literatura para minimizar os efeitos da xerostomia, a qual vem demonstrando resultados positivos sobre fluxo salivar. Entretanto, não há consenso na literatura quanto aos melhores parâmetros de estímulo a serem utilizados. Objetivo: Comparar os efeitos de dois protocolos de eletroestimulação na voz e deglutição em pessoas com xerostomia radioinduzida após tratamento para câncer de cabeça e pescoço. Métodos: Será desenvolvido um ensaio clínico randomizado comparativo entre dois protocolos de eletroestimulação com diferentes frequências e largura de pulso. Participarão sessenta e oito pessoas acompanhadas pelo Serviço de cirurgia de cabeça e pescoço em um Hospital de Alta Complexidade em Oncologia de Salvador (CACON), divididas em dois grupos de intervenção. Os procedimentos de coleta envolvem aplicação de questionário sociodemográfico, de sinais e sintomas de xerostomia, deglutição e voz/fala, gravação da voz/fala, análise do fluxo salivar. Resultados esperados: Espera-se que os protocolos de eletroestimulação promovam redução dos sinais e sintomas encontrados, além do aumento do fluxo salivar, a partir da aplicação de estímulos menos intensos, ou seja, com menor largura de pulso e frequência comparado ao que a literatura propõe.