LITERATURA INCLUSIVA COMO MEIO PARA O SABER FAZER PEDAGÓGICO NAS AULAS DE LINGUA PORTUGUESA EM PROL DA AUTOVALORIZAÇÃO DAS POTENCIALIDADES DO DISCENTE COM DEFICIÊNCIA
Literatura Inclusiva. Pessoa com Deficiência. Ensino. Apredizagem.
Este trabalho tem como foco a valorização da literatura inclusiva no ambiente escolar, especialmente no Ensino Fundamental (anos finais). A proposta se alinha à necessidade urgente de práticas pedagógicas que garantam não apenas o acesso, mas também a participação ativa e significativa de estudantes com deficiência no processo de ensino-aprendizagem. A literatura, como forma de arte e linguagem, é um campo privilegiado para o desenvolvimento da empatia, da identidade e da expressão, e pode ser utilizada como ferramenta transformadora quando pensada de maneira inclusiva. Ao adotar uma abordagem literária inclusiva, o trabalho propõe valorizar autores e personagens que retratem pessoas com deficiência, em sua naturalidade humana, entre potencial e fragilidades, também ampliando o repertório cultural e humano dos estudantes. A presença de narrativas diversas permite que todos se vejam refletidos nas histórias, o que contribui para o fortalecimento da autoestima, da construção da identidade e do senso de pertencimento da pessoa com deficiência, no ambiente escolar. A proposta pedagógica apresentada neste trabalho foca no 8º ano do Ensino Fundamental e se organiza por meio da utilização de gêneros narrativos como contos e crônicas, trabalhados de forma acessível e colaborativa. As atividades sugeridas envolvem leitura, escuta, discussão e produção de textos, respeitando as necessidades específicas de cada aluno. A acessibilidade é considerada não apenas do ponto de vista físico ou tecnológico, mas também no modo como os conteúdos são apresentados, contextualizados e avaliados. Para fundamentar a proposta, o trabalho se apoia em marcos legais como a Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) e a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, que garantem o direito de estudantes com deficiência a uma educação de qualidade, em unidades regulares, com as devidas adaptações. O trabalho também considera princípios pedagógicos como o desenho universal para aprendizagem (DUA), que orienta a criação de experiências educacionais flexíveis, acessíveis e eficazes para todos os estudantes. A escolha da literatura como eixo central da prática pedagógica inclusiva se justifica por sua capacidade de promover o letramento crítico, ampliar o vocabulário, incentivar a criatividade e desenvolver habilidades de escrita. Além disso, permite o trabalho com temas transversais como respeito às diferenças, direitos humanos, diversidade cultural e empatia. Essas dimensões são essenciais para a formação cidadã dos alunos e para a construção de uma escola mais acolhedora e democrática. Ao final, o trabalho reforça que práticas de leitura e escrita pautadas na inclusão têm potencial para transformar o cotidiano escolar, favorecendo a participação ativa de todos os estudantes, com e sem deficiência. Ao reconhecer as potencialidades de cada um, a escola amplia seu papel social e formativo, contribuindo para a construção de uma sociedade mais equitativa, plural e solidária. Mais do que adaptar conteúdos, trata-se de reconfigurar o olhar sobre o outro, criando ambientes pedagógicos que acolham as diferenças como riquezas e reconheçam a voz e o protagonismo dos estudantes com deficiência. O compromisso com a inclusão precisa ser refletido não apenas em políticas educacionais, mas sobretudo nas práticas cotidianas de sala de aula.