ANÁLISE IN SILICO DE FATORES DE VIRULÊNCIA DE CHLAMYDIA PSITTACI COM POTENCIAL APLICAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DE VACINAS E ESTUDO DO MHC DE PSITACÍDEOS ENDÊMICOS DO BRASIL
Biotecnologia, bioinformática, vacinas, imunodiagnóstico
A Chlamydia psittaci é um patógeno intracelular obrigatório de grande importância zoonótica, além de uma ampla associação com aves do grupo dos Psittaciformes, podendo causar clamidiose aviária e psitacose em humanos. A estreita relação entre esses hospedeiros e o agente infeccioso reflete uma questão sanitária e de conservação. O estudo do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) dos psitacídeos pode contribuir como um importante modelo para o estudo das interações patógeno-hospedeiro e da resposta imune adaptativa dessas aves, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias para a conservação do grupo. Este trabalho teve como objetivo investigar in silico o MHC de psitacídeos endêmicos do Brasil e realizar a predição de fatores de virulência e potenciais alvos vacinais contra a C. psittaci. No primeiro capítulo, foram identificadas e analisadas 39 sequências de MHC classe II de Forpus passerinus e Amazona aestiva, com análises filogenéticas indicando relação funcional com loci DRB de mamíferos e BL de aves domésticas. A predição de epítopos da proteína MOMP revelou regiões de alta afinidade com moléculas de MHC II, incluindo uma compartilhada entre aves e mamíferos, sugerindo potencial para desenvolvimento de imunógenos de amplo espectro. No segundo capítulo, o proteoma completo de uma cepa da C. psittaci foi analisado para a identificação de proteínas associadas à virulência, localização subcelular e interações proteína-proteína (PPI), destacando alvos moleculares relevantes para a compreensão da patogênese e para o desenho de vacinas. Os resultados reforçam a aplicabilidade das abordagens in silico na imunogenética de espécies não-modelo e na busca por novas estratégias de prevenção e controle da clamidiose aviária.