Trajetória reprodutiva. Iniquidades raciais. Atenção ao parto.
Essa pesquisa tem como objetivo analisar os caminhos percorridos por mulheres negras e brancas na busca por cuidados de saúde institucionais e não institucionais durante a gestação, parto e pós-parto. Quanto à metodologia, trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho antropológico e fundamenta-se na etnografia enquanto pressuposto epistemológico. Os dados serão produzidos através de quatro técnicas de pesquisa – observação participante, diário de campo, entrevistas em profundidade e extração de dados de prontuário – e analisados com base na noção de “realidades múltiplas”, proposta por Annemarie Mol e segundo a noção de “trajetória”, proposta por Suely Kofes. Desse modo, além da lacuna sobre a ausência de pesquisas antropológicas com foco nessa temática, existe ainda a possibilidade dessa pesquisa contribuir teórica e empiricamente tanto para a área da obstetrícia quanto para a área da antropologia da saúde, no sentido de associar aos dados, taxas e indicadores maternos já existentes, as experiências das mulheres tanto no âmbito institucional, quanto em contextos religiosos, tradicionais, familiares e todos aqueles que elas consideram como um evento de cuidado relacionado ao processo do parto, visando uma compreensão mais aprofundada desse longo trajeto.