Este trabalho buscou investigar a inserção e permanência de mulheres negras em 4 cursos de pós-graduação strictu sensu da área de Saúde que são Ciências Biológicas, Enfermagem e Saúde, Medicina e Saúde e Saúde Coletiva da Universidade Federal da Bahia, no período de 2015 a 2022, com o objetivo de identificar possíveis persistências de desigualdades interseccionais e estruturantes nestes percursos. Trata-se de uma pesquisa quali-quanti, que tem se ancorado em discussões que já vêm sendo acumuladas sobre a temática das desigualdades raciais no acesso à Educação. A fim de mapearmos o número de estudantes negras recém ingressas e/ou concluintes na pós-graduação nas áreas citadas, utilizamos os dados quantitativos  dos censos do MEC, do INEP, do IBGE e da CAPES. Também dialogamos com as narrativas de 8 (oito) mulheres cis, negras, mestrandas, doutorandas e pós-doutoranda nos programas de pós-graduações, através de entrevistas semiestruturadas realizadas de forma remota e presencial. A fim de nos aproximarmos de narrativas que partam de um ponto de vista alternativo à documentação oficial, faremos uso do recurso metodológico em estudos qualitativos,  através das análises das trajetórias de vida, o que permitem complexificar o estudo dos fenômenos e das relações que atravessam as trajetórias das participantes no acesso e permanência  das mesmas na universidade e até pós-permanência, esta já fora do ambiente universitário. Essas narrativas foram colhidas por meio de encontros presenciais e online, seguindo a disponibilidade das mesmas. Para a análise desse conjunto de fontes, busco a interface com referenciais teórico-políticos, implicados com as lutas de gênero, de classe e antirracistas em suas intersecções.