PPGLITCULT PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LITERATURA E CULTURA (PPGLITCULT) INSTITUTO DE LETRAS Telefone/Ramal: Não informado

Banca de DEFESA: YASMIN QUEIROZ SANTOS SANCHES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : YASMIN QUEIROZ SANTOS SANCHES
DATA : 18/07/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Instituto de Letras
TÍTULO:

O CUIDADO DE SI ATRAVÉS DA LITERATURA AUTOBIOGRÁFICA:

NÃO CONTE PARA A MAMÃE E VIOLÊNCIA SEXUAL NA INFÂNCIA

 


PALAVRAS-CHAVES:

Literatura autobiográfica. Infância. Trauma. Escrita de si. Violência sexual.


PÁGINAS: 107
RESUMO:

A partir do livro “Não conte para a mamãe: memórias de uma infância perdida” (2012), de Toni Maguire, busca-se neste trabalho analisar a importância e o impacto da escrita, especialmente autobiográfica, na vida de pessoas que sofreram violência sexual na infância, a fim de discutir como a escrita pode resultar em um cuidado de si (FOUCAULT, 2004), constituindo-se, portanto, num empreendimento de saúde (DELEUZE, 2019). Para tanto, a partir de pesquisa bibliográfica e cartográfica, em que a pesquisadora se permite ser afetada pela própria pesquisa enquanto a desenvolve de maneira não linear, procura-se inicialmente analisar como os modelos de infância e de família, engendrados pela modernidade ocidental, são demolidos diante de realidades diversas daquelas conjecturadas pelo projeto centralizador moderno, o qual não dá conta da diversidade de corpos, de vivências, de formas de ser e de estar no mundo etc. Em seguida, debate-se como a violência sexual na infância produz traumas que repercutem durante toda a vida das pessoas vitimizadas. Traumas esses que, na maioria das vezes, ficam silenciados; e os eventos potencialmente traumáticos, caso se tornem públicos, podem ser costumeiramente negados por terceiros, incluso os agressores, os quais visam a manutenção de seus sistemas de poder e o apagamento das evidências de seus crimes. Nesse caminho, a escrita emerge enquanto uma forma de reinscrição e, consequentemente, de reinserção dos corpos e subjetividades silenciadas na sociedade e na história, tal como foi o caso da autora aqui estudada, Toni Maguire. Assim, reconhece-se a potencialidade da autobiografia, enquanto gênero literário, como uma possibilidade de rompimento do silêncio da vítima e da promoção de sua (re)construção de si através de palavras; de contar a história a partir da perspectiva de sobrevivente, de quem resiste e confronta o esquecimento e o negacionismo sobre ela imposto. Compreende-se aqui, portanto, a literatura enquanto espaço para cuidado de si e da fabulação daquilo que falta: a própria (re)existência de quem escreve.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1570502 - ANTONIO MARCOS DA SILVA PEREIRA
Interna - 2767538 - MONICA DE MENEZES SANTOS
Externa à Instituição - PAULA ALICE BAPTISTA BORGES - UFRB
Notícia cadastrada em: 17/07/2024 15:00
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