Banca de QUALIFICAÇÃO: GILMARA NASCIMENTO FERREIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GILMARA NASCIMENTO FERREIRA
DATA : 24/10/2025
HORA: 14:00
LOCAL: RNP - CONFERÊNCIA WEB
TÍTULO:

Estudo toponímico da zona rural de Amargosa-Bahia


PALAVRAS-CHAVES:

Toponímia, Amargosa, Vale do Jiquiriçá, Português Brasileiro, Léxico.


PÁGINAS: 150
RESUMO:

O ato de nomear coisas e lugares é uma prática comum dos grupos humanos, identificando e impregnando de significado tudo no entorno, deixando suas marcas históricas e linguísticas, que atravessam gerações. Nesse sentido, o presente trabalho propõe-se a um mapeamento de cunho toponímico da zona rural da cidade de Amargosa, na Bahia, localizada a aproximadamente a 244 km da capital, inserindo-se no Território de Identidade Vale do Jiquiriçá. Em tempos remotos, à altura da  segunda metade do século XIX,  na área foco da pesquisa, foram travadas batalhas entre povos indígenas nativos – kariri e sapuyá, de origem macro-jê – e tropeiros em busca de terras para exploração e cultivo de atividades agrícolas, para fins comerciais e exportação. A história de Amargosa parece ser, como tantas outras, uma narrativa de apagamento dos povos autóctones, interessando saber se há persistência de suas tradições em práticas culturais, na língua e no léxico geográfico. Para compreensão desse contexto, o trabalho pauta-se numa análise de cunho quantitativo e qualitativo, com minuciosa catalogação e exame dos topônimos, tendo como fonte principal os mapas disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2021), bem como pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI-BA, 2014). No que tange ao referencial teórico-metodológico, o trabalho é balizado nos estudos toponímicos de Dick (1980, 1990), somados aos de Isquerdo (2001, 2008) e Faria (2019), quanto à compreensão dos topônimos e classificação das taxes toponímicas. Sobre o contexto político e histórico, tanto acerca da presença indígenas nas terras amargosenses, bem como a forma de ocupação, distribuição e uso das terras ao longo de décadas até os dias atuais, tomaram-se por base Lomanto Neto (2023), Jesus (2015), Resende (2019), Carvalho (2022), dentre outros. Para uma compreensão geral do léxico e para o estudo dos signos, consideraram-se os ensinamentos de Sapir (2001), Basílio (1987),  Biderman (2021). O levantamento toponímico possibilitou a elaboração de fichas “lexicográfico-toponímicas, no sentido de (i) catalogar os topônimos coletados nos mapas; (ii) descrever a sua constituição morfológica; (iii) identificar suas origens etimológicas; (iv) inventariar informações históricas e enciclopédicas sobre os diferentes acidentes geográficos estudados e (v) classificá-los segundo a sua motivação linguística. Dentre os 172 topônimos extraídos dos dois mapas, para este momento de qualificação, foi analisado um conjunto de  86 topônimos, dos quais 04 correspondem a acidentes físicos e 82 a acidentes humanos.   Da análise desses dados, observou-se, de modo geral, que  as possíveis influências das línguas de povos brasileiros originários no processo de nomeação dos acidentes físicos e humanos na parte que abrange a zona rural do município restringem-se a topônimos de origem tupi, possivelmente levados à região a partir da fala do explorador branco e mestiço, oriundo de outras áreas da Bahia. No entanto, se os povos autóctones, de origem tapuia, não deixaram registros diretos no léxico toponímico, persistem em suas marcantes práticas, na intensa relação com o meio ambiente local e na persistência de um modo de vida voltado ao cultivo da terra, o que se revela na grande presença de fitotopônimos, hidrotopônimos e geomorfotopôminos, quer para os acidentes de natureza física ou humana.Por fim, acredita-se que esta catalogação permitirá, também, a criação de banco de dados, contribuindo com a obtenção de informações linguísticas, culturais e históricas para a cidade de Amargosa, constituindo um material para utilização no processo educacional, fortalecendo a cultura local, ao passo que resgata e promove a valorização linguística.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - ***.481.815-** - AMANDA DOS REIS SILVA - UFRB
Interna - 2195355 - SILVANA SOARES COSTA RIBEIRO
Externa à Instituição - APARECIDA NEGRI ISQUERDO - UFMS
Notícia cadastrada em: 26/09/2025 14:07
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