Banca de QUALIFICAÇÃO: MICHELLI MAIA MOREIRA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MICHELLI MAIA MOREIRA
DATA : 25/08/2025
HORA: 15:00
LOCAL: Plataforma RNP
TÍTULO:

Conceptualizações de corrupção em textos jornalísticos dos séculos XIX, XX e XXI: um estudo sócio-histórico-cognitivo-cultural

PALAVRAS-CHAVES:

Linguística Cognitiva; Linguística Histórica; Semântica Cognitiva-Sócio-
Histórica; conceptualização; corrupção; textos jornalísticos.

PÁGINAS: 180
RESUMO:

No estudo de doutorado em desenvolvimento, almeja-se analisar as conceptualizações
metafóricas e metonímicas de CORRUPÇÃO, em textos jornalísticos, veiculados no
periódico O Estado de São Paulo, nos séculos XIX, XX e XXI. Para tal, busca-se,
especificadamente: i) descrever os princípios teórico-metodológicos que fundamentam a
Linguística Cognitiva e a Semântica Cognitiva-Sócio-Histórico-Cultural, em questão, seus
aportes para o estudo da conceptualização de CORRUPÇÃO; ii) discutir os processos
cognitivos que fundamentam a conceptualização de CORRUPÇÃO em textos jornalísticos;
iii) examinar de que maneira as perspectivas históricas, sociais, culturais, políticas,
ideológicas e, também, biológicas impactam na conceptualização de CORRUPÇÃO ao longo
dos séculos XIX, XX e XXI; e iv) contrastar as expressões metafóricas e metonímicas e
metáforas e metonímias conceptuais, frames e esquemas-I adjacentes, evidentes no corpus, a
fim de verificar a manutenção, variação ou mudança na conceptualização de CORRUPÇÃO
ao longo do tempo. Este estudo fundamenta-se, principalmente, nos pressupostos da
Linguística Cognitiva e Semântica Cognitiva-Sócio-Histórico-Cultural, servindo-se, assim,
das contribuições dos autores de Lakoff e Johnson (1980; 1999), Lakoff (1993; 1995; 2007),
Johnson (1987), Barcelona (2009; 2012), Peña Cervel (2012), Fillmore (1982), Kövecses
(2000; 2002; 2005; 2015), Almeida (2018; 2020a; 2020b; 2024a; 2024b), entre outros. Além
disso, estabelece-se, neste trabalho, um caráter interdisciplinar, pois se faz necessária, para
análise do corpus, a consideração de pesquisas de áreas diversas, como História (Costa, 1999;
Schwarcz, 2019; Barbeiro, 2019), Biologia (Peter; Evert; Eichhorn, 2007; Varejão-Silva,
2006), Filosofia (Montesquieu, 1987; Morin, 1976), Economia (Júnior, 1996; Del Monte;
Papagni, 2001), entre outros. Quanto ao desenho metodológico, pauta-se a pesquisa em um
viés qualitativo, de natureza básica, descritivo-interpretativo, bibliográfico e documental,
baseada no paradigma da introspecção. O corpus está sendo constituído por textos
jornalísticos, abrangendo produções dos séculos XIX, XX e XXI, como já apontado, a partir
de especificações da Teoria dos Fractais e Técnica da Saturação Teórica. Organizam-se os
primeiros resultados, para o Exame de Qualificação, a partir dos domínios da experiência
identificados, como os gerais ORGANISMO VIVO, MORALIDADE, ECOLOGIA,
DESPORTO, PRISÃO e INDÚSTRIA, evidentes no século XIX. Por fim, destaca-se, até
então, que as conceptualizações metafóricas e metonímicas de CORRUPÇÃO, estruturadas
por esquemas-I, são acionadas a partir de diferentes frames, os quais estão interconectados aos
contextos sócio-históricos, políticos, culturais e ideológicos. A análise do corpus do século

XIX evidenciam-se, por exemplo, os frames “sintomas”, “vício”, “cura”, entre outros, que
implicam o acionamento da metáfora conceptual CORRUPÇÃO É DOENÇA, ocasionando,
assim, inferências de contágio, degeneração e morte. De modo paralelo, frames, como
“transações imorais”, “valor moral”, entre outros, acionam a metáfora conceptual
CORRUPÇÃO É CONTABILIDADE MORAL. Esses destaques demonstram que as
projeções interdomínicas não operam como adornos estilísticos, mas como mecanismos
cognitivos que organizam e estabilizam sentidos historicamente situados. Nesses termos, a
continuidade da investigação permitirá verificar, nos séculos XX e XXI, a permanência, a
adaptação ou a ruptura desses modelos cognitivos idealizados.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1679423 - AURELINA ARIADNE DOMINGUES ALMEIDA
Externa à Instituição - ELISÂNGELA SANTANA DOS SANTOS - UNEB
Externa à Instituição - SANDRA PEREIRA BERNARDO - UERJ