(RE) CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES DE CINCO PROFESSORAS DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE) NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO
linguística aplicada; formação de professores de francês língua estrangeira; (re)construção de identidades; estágio supervisionado.
RESUMO: A formação de professores contempla uma série de fatores, que começam com a educação básica e se entrelaçam com as experiências individuais de cada docente, além das particularidades de cada local de atuação. Essa complexidade na formação docente é tão ampla que se torna inviável abranger todos os aspectos simultaneamente. Dessa forma, formar professores é um processo essencial, que envolve o domínio de conteúdos curriculares e o desenvolvimento de competências pedagógicas, sociais e emocionais, fundamentais para promover um ambiente de aprendizagem eficaz. Esta investigação foi construída com fundamentos teóricos nos paradigmas da Linguística Aplicada desenvolvida em uma perspectiva interdisciplinar. Sendo assim, sua elaboração apoia-se em princípios teóricos advindos da Pedagogia Crítica, baseada em autores tais como Freire (2001, 2011, 2011a, 2018, 2020), Giroux (1988); da Linguística Aplicada Crítica, com base em Pennycook (1998, 2001, 2003, 2004, 2006), Moita Lopes (2002, 2003, 2006, 2006a); e dos Estudos Sociais, com base em Hall (2012, 2020) e Woodward (2012). Esta pesquisa, caracterizada como qualitativa, configura-se como um estudo de caso, conforme a visão de Denzin e Lincoln (2006), Flick (2006) e Trivino (2019), realizada com cinco professoras em formação inicial, do curso de Letras Português-Francês. Visou investigar e analisar de que maneira as identidades dessas futuras professoras foram (re)construídas ao longo do curso de graduação, notadamente durante os estágios supervisionados de Francês Língua Estrangeira I e II. Para o levantamento de dados foram utilizados questionários, observação de aulas, relatórios dos estágios, registros em áudios, narrativas e entrevistas. Com base nos dados foi possível constatar que as identidades são elementos complexos, contingentes e não lineares. Elas são precárias, mutáveis e estão initerruptamente em processo de renegociação (Rajagopalan, 2003). Além disso, a pesquisa possibilitou elencar vários tipos de identidades, como a de aluna-aprendiz, a de professora em formação inicialestagiária, a de professora de línguas. Foi possível constatar ainda que o estágio supervisionado é um espaço propício para a (re)construção das identidades. A relevância deste estudo reside no fato de que ele pode contribuir para a melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem da língua francesa ou de qualquer outra língua, pois quem ensina e aprende uma nova língua entra em um processo de redefinição da própria identidade, tornando-se uma nova pessoa; e essa nova pessoa aflora justamente do contato com o outro. Todavia, ela não é o outro, essa pessoa é ela mesma em uma versão redefinida, remodelada.