Banca de QUALIFICAÇÃO: JOAO VITOR SANTANA ALMEIDA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOAO VITOR SANTANA ALMEIDA
DATA : 02/09/2024
HORA: 09:30
LOCAL: Sala de Defesas do Instituto de Letras
TÍTULO:

Literatura e Educação Linguística: passeio autoetnográfico pela práxis entrelíngue de um professor em formação


PALAVRAS-CHAVES:

PROFICI, Idiomas sem Fronteiras, NUPEL, educação linguística, ensino de literatura, colonialidade linguística


PÁGINAS: 85
RESUMO:

Nesta dissertação, abordo os entrelaçamentos possíveis da literatura com o ensino de língua inglesa, levando em consideração os desafios impostos pela pós-modernidade aos novos professores de línguas, que precisam lidar com variados contextos de atuação e públicos (Botelho, 2017), a exemplo da pressão do mundo do trabalho (British Council, 2014), o multilinguismo frente a uma hegemonização da língua inglesa (Achebe, 2009; Thiong’o, 1986), além das dinâmicas de se ensinar uma língua europeia em face do colonialismo e colonialidade linguísticas, expressos por barreiras epistemológicas, ideológicas e pedagógicas (Muniz, 2016; Kumaravadivelu, 2003, 2006). Nessas circunstâncias, analiso, enquanto monitor de língua inglesa, a minha experiência no Programa de Proficiência em Língua Estrangeira para Estudantes e Servidores da UFBA, que proporciona à sua comunidade acadêmica a oportunidade de aprender cinco línguas adicionais, a saber, inglês, francês, espanhol e italiano, além do português língua estrangeira, e, aos licenciandos e pós-graduandos dos cursos de letras, a experiência de participar do processo de ensino de uma língua adicional, servindo como um laboratório de formação docente  (Pereira, 2017), e no programa Idiomas sem Fronteiras, que tem o foco de expandir as oportunidades acadêmicas dos participantes, buscando facilitar a comunicação e a mobilidade internacional entre instituições de ensino superior. Apresento também uma “virada linguística” experienciada no NUPEL, o Núcleo Permanente de Extensão em Letras, que oferece à comunidade interna e externa cursos livres de idiomas, serviços de tradução e exames de proficiência. Neste programa, passei a atuar como professor em formação de língua francesa. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é compreender como me valho dos meus repertórios de leitura de textos literários no que tange a (não-) escolha e implementação de textos literários como uma possibilidade de recurso didático (Brun, 2004; Mota, 2012; Pereira, 2017; Pereira, 2019; Mota-Pereira, 2022; Mota-Pereira, 2024; Tiraboschi, 2023) dentro das aulas de idiomas. A partir dessas perspectivas, faço a análise dos planos de aulas dos três programas supracitados, bem como do material didático adotado, o livro-texto Interchange (Richards, 2021) e o Cosmopolite (2017a, 2017b), além de propor sequências didáticas baseadas em textos literários, para apresentar possíveis caminhos de fuga através da literatura (Bona, 2017). A metodologia envolve a pesquisa autoetnográfica (Méndez, 2013; Hughes; Pennington, 2017; Mota-Pereira, 2022), para compartilhar e analisar as minhas experiências como aprendiz de idiomas e monitor dos programas e a pesquisa em documentos oficiais do PROFICI, Idiomas sem Fronteiras e NUPEL, como planos de aula, materiais didáticos adotados e planejamentos. Devido ao caráter social do estudo aqui proposto e da inserção da perspectiva e olhar do pesquisador no seu objeto de análise, o viés metodológico adotado será sustentado pela pesquisa de cunho qualitativo interpretativista (Denzin; Lincoln, 2006), autoetnográfico (Méndez, 2013; Hughes; Pennington, 2017; Mota-Pereira, 2022), etnográfico (Paiva, 2019) documental (Fonseca, 2002; Kripka; Scheller; Bonotto, 2015). Para isso, discorro sobre o status da leitura, em especial da literatura, no Brasil e nos métodos de ensino de língua inglesa, chamando a atenção para seu uso em sala de aula em face do colonialismo e da colonialidade linguística (Fanon, 2008; Achebe, 2009; Thiong’o, 1986; Nascimento, 2019) no que tange às possibilidades de falar a língua inglesa no mundo atual, às contribuições do pós-método (Kumaravadivelu, 2003, 2006) e às provocações de uma educação linguística (Souza; Hashiguti, 2022) atenta aos contextos socioculturais dos aprendizes, permitindo desenvolver estratégias de ensino mais reflexivas e críticas e promovendo o uso de textos literários como recursos didáticos que desafiam as barreiras coloniais e valorizam a pluralidade cultural.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1748601 - FERNANDA MOTA PEREIRA
Interno - 1857628 - FABIANO SILVESTRE RAMOS
Externa à Instituição - MILENNA MARQUES E SANTOS
Notícia cadastrada em: 30/08/2024 16:18
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