FEMINISTAS NEGRAS COMO DIGITAL INFLUENCER: UMA ANÁLISE DISCURSIVA DO EMPODERAMENTO
História das Ideias Discursivas; reformulação; autoria; ideia orlandiana; apagamento teórico.
A presente tese, resultado de pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa,
retrata o processo de elaboração teórica da ideia de corpo, presente nas obras de
Eni Orlandi, publicadas entre 1983-2017, a partir da perspectiva da História das
Ideias Discursivas. A investigação tem por objetivo analisar a ideia de corpo na obra
de Eni Orlandi e compreender seus efeitos em publicações de pesquisadores
brasileiros inscritos na perspectiva materialista do discurso, produzidas entre 2013-
2023. A partir de conceitos como: Colonização Científica – Orlandi (2007, 2014),
Quijano (2005) e Mignolo (2014); História do Corpo – Courtine (2012, 2013),
Foucault (1979, 2012); Noção de Corpo – Orlandi (1983, 1988, 1990, 1992, 1993,
1998, 1999, 2001, 2012 e 2017) esse estudo foi suleado pela questão de pesquisa:
como se dá a formulação e a circulação da ideia de corpo enquanto materialidade do
sujeito na/da obra de Eni Orlandi? Para tanto, estudamos a formulação da ideia de
corpo em Eni Orlandi em obras de 1983 até 2017; em seguida, foram selecionadas
21 produções científicas (artigos, dissertações e teses) que abordam a referida ideia
de corpo. Dos 13 trabalhos investigados, destacamos, enquanto corpus dessa tese,
sequências discursivas organizadas por categorias e analisadas a partir do modelo
de análise triádico (Auroux apud Guimarães, 1996) e dos dispositivos teórico-
analíticos da Análise de Discurso materialista. Constatamos pelas análises: (1) Eni
Orlandi formula a ideia de que “o corpo é a materialidade do sujeito”; (2) que o
enunciado é ressignificado ao ser repetido, graças ao funcionamento da ideologia e
do inconsciente, o que afeta o sujeito a dizer de um jeito e não de outro; (3) existem
trabalhos que abordam a ideia orlandiana conferindo autoria, uns de forma direta -
declarando a teórica e validando sua criação científica - outros, mencionando
referência da autora, mas sem defender a legitimidade da ideia; (4) há pesquisas
que omitem a referência, como gesto de apagamento por generalização ou por
assunção de autoria.
Palavras-chave: História das Ideias Discursivas; reformulação; autoria; ideia
orlandiana; apagamento teórico.