Cupido Cruciatus de Ausônio: tradução em prosa, tradução em hexâmetros datílicos, estudo e notas
Ausônio; Cupido cruciatus; poesia; artes visuais; tradução.
A pesquisa tem como escopo a tradução e o estudo da obra Cupido cruciatus de Décimo Magno Ausônio, poeta do século IV, de Bordeaux, antiga Gália. Nesse sentido, a partir da tradução deste poema em que se verbaliza a intenção de “transpor em versos” a pintura visualizada, analisa-se o elemento intersemiótico como parte do projeto criativo do poeta, discutindo-se a relação entre a poesia e as aemulae artes (a pintura e a escultura). Analisam-se ainda obras de períodos diversos da criação poética ausoniana – Epigrammata, Bissula e Epithafia–, com o objetivo de recuperar os elementos intersemióticos presentes na obra poética do autor. Para o trabalho tradutório do Cupido cruciatus, utilizou-se como edição de referência o texto em latim The Works of Ausonius, editado por Roger Green (1991); e as traduções do inglês de Hugh Evelyn-White (1919) e Deborah Warren (2017), as do italiano de Alessandro Franzoi (2002), Luca Canali (2011) e de Agostino Pastorino (2013 [1979]), a do espanhol de Antonio Alvar Ezquerra (1990) e a do português de Reina Marisol Troca Pereira (2015, em prosa), que oferecem suas leituras particulares das lições acolhidas pelo editor. Além de o presente trabalho oferecer duas traduções ao português, sendo uma inédita em verso, a tese conclui que o elemento intersemiótico, fortemente marcado no Cupido cruciatus, vaza para outra obras ausonianas, como um dos tópoi principais do autor.