OTIMIZAÇÕES OPERACIONAIS DO CULTIVO DE MICROALGAS EM ÁGUA PRODUZIDA DA INDÚSTRIA DO PETRÓLEO VISANDO O SEU TRATAMENTO E REUSO EM UM PROCESSO DE PRODUÇÃO DE BIOATIVOS
Dunaliella salina, água produzida, corrente alternada, lipídios, biomassa, LED.
A água produzida (AP) da indústria do petróleo representa um desafio ambiental significativo
devido à sua alta salinidade e composição química complexa. O tratamento sustentável desse
efluente é essencial para reduzir impactos ambientais e possibilitar seu reuso. Microalgas, como
Dunaliella salina, destacam-se como alternativa biotecnológica para a remediação da AP, além
de permitirem a produção de biocompostos de alto valor agregado, como lipídios e pigmentos.
Este estudo avaliou os efeitos da aplicação de corrente elétrica alternada e diferentes espectros
luminosos sobre o crescimento, produção de biomassa, lipídios e pigmentos de D. salina
cultivada em AP e meio sintético. Foram testadas diferentes intensidades de corrente elétrica
(50, 750 e 990 μA) e frequências (1, 50 e 100 Hz), bem como iluminação com LEDs de distintos
comprimentos de onda (vermelho, azul, rosa e branco). Os resultados demonstraram que que a
aplicação de 990 μA na frequência de 1 Hz em regime intermitente (5 minutos ligados e 5
minutos desligados, totalizando 30 minutos por dia), no meio Conway (35 g/L de sais), aliada
a um período prolongado de aclimatação (≥14 dias), favoreceu o crescimento e a biomassa,
resultando em um aumento de 52% na taxa de crescimento e 64% na biomassa em relação ao
controle. Enquanto a iluminação com LED azul estimulou a produção lipídica um aumento de
aproximadamente 205% na produção total de lipídios. Os achados reforçam o potencial da
combinação de estímulos elétricos e luminosos para a otimização do cultivo de D. salina,
contribuindo para bioprocessos sustentáveis e para a viabilidade do uso da AP como meio de
cultivo em aplicações biotecnológicas.