Tratamento da Osteonecrose da Cabeça Femoral Utilizando Biomateriais Sintéticos: uma Revisão Sistemática
Osteonecrose da Cabeça Femoral (ONFH).
Introdução: O tratamento para Osteonecrose da Cabeça Femoral (ONFH) em estágios iniciais apresenta bons resultados com abordagens cirúrgicas que preservam a cabeça femoral, sendo o uso de biomateriais sintéticos uma das opções. No entanto, o conhecimento sobre os materiais disponíveis e os resultados do tratamento ainda são heterogêneos.
Métodos: Uma revisão sistemática foi realizada a partir de busca em bases de dados eletrônicas de artigos científicos até dezembro de 2023. Ensaios clínicos randomizados realizados em pacientes com ONFH de origem não traumática e não actínica que utilizaram biomateriais sintéticos como tratamento foram considerados elegíveis para inclusão. Estudos com pacientes menores de 18 anos, com alocação não aleatória e duplicatas foram excluídos. Os desfechos de eficácia clínica analisados foram avaliação funcional pré e pós-operatória, progressão do estágio radiográfico indicando piora da evolução e conversão para Artroplastia Total do Quadril (ATQ), indicativo também de falha do tratamento. O risco de viés foi avaliado pela escala Cochrane Risk os Bias RoB2.
Resultados: Dez artigos foram selecionados. Todos os estudos analisados apresentaram melhora na escala funcional HHS (Harris Hip Scores). Indicando falha no tratamento, a progressão no estágio radiográfico e a conversão para artroplastia não foram relatadas em todos os estudos. Seis estudos relataram progressão, onde quatro apresentaram mais casos de progressão no grupo controle do que no grupo de tratamento e com relação a conversão, apenas quatro publicações relataram o resultado demonstrando menor quantidade no grupo tratado.
Conclusão: Para fins de abordagem precoce do tratamento da ONFH, a revisão, apresentou uma grande heterogeneidade na metodologia não tendo demonstrado resultados convincentes com o uso de biomaterial sintético utilizando estudos com alto risco de viés. Sugerimos a criação de ensaios clínicos randomizados mais bem delineados, incluindo, sobretudo, maior nível de detalhamento sobre extensão e localização da necrose, critérios diagnósticos, estratificação por patologia associada e maior período de acompanhamento.