Onilé e o Sabejé no Recôncavo da Bahia:
Trânsitos Epistemológicos
Onilé; Sabejé; Estética; Poética da Relação; Filosofia Afro-brasileira.
A filosofia afro-brasileira e a lei 10.639/2003 têm motivado a produção e a construção de conhecimentos que considerem os saberes excluídos, invisibilizados das comunidades tradicionais pelas insistentes práticas de epistemicídio na sociedade. Diante disso, a pesquisa traz os ritos de candomblé em torno de Onilé e do Sabejé no Recôncavo da Bahia como experiências estéticas, com o intuito de demonstrar como se dá o trânsito epistemológico entre o terreiro e a universidade. Utilizam-se, como categorias, a filosofia da ancestralidade, a relação poética, a totalidade-mundo, o tempo espiralar e as corporeidades, axé e arkhé africana, a estética afro-brasileira, noções de espaço e o rizoma. A temática foi provocada pelos discentes do Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (CECULT), da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), que são adeptos das religiões de matriz africana e tensionam a inserção de conhecimentos afrorreferenciados na formação acadêmica. A pesquisa é etnográfica e foi realizada no Ilê Axé Logum Edé Ala Key Koysan, em Salvador-BA, e no Ilê Axé Oju Onirê, em Santo Amaro-BA. A pretensão da pesquisa é contribuir com a produção de poéticas, inovações, criações, pelas multilinguagens, que se dão nos lugares em trânsito.