PROGRAMA (NOVO) MAIS EDUCAÇÃO: ESTRATÉGIA DA GOVERNAMENTALIDADE NEOLIBERAL PARA A CONDUÇAO DAS CONDUTAS DE TODOS E DE CADA UM
Programa (Novo) Mais Educação, governamentalidade, dispositivo da intersetorialidade, autogovernança
A presente tese consiste em descrever e analisar o discurso produzido pelo Programa (Novo) Mais Educação. Mais especificamente assumo que o Programa se configura como uma maneira particular de governar os sujeitos escolares na atualidade. Para tal, parto do seguinte questionamento inicial: Como o sujeito-estudante de uma formação integral é objetivado no discurso do Programa (Novo) Mais Educação? Apoiado em conceitos como o de governamentalidade e dispositivo, desenvolvido por Michel Foucault, a presente tese busca analisar como o Programa (Novo) Mais Educação se constitui em uma forma de governamentalização dos indivíduos e da sociedade brasileira na atualidade. Como objetivos específicos, procura-se: (a) Identificar e descrever as estratégias e práticas que possibilitam ao Programa operar produtivamente sobre os sujeitos estudantes; (b) descrever como atuam tais mecanismos e que tipo de sujeito produzem; (c) descrever e analisar os tipos de saberes (competências, habilidades, valores e atitudes) e experiências que são reconhecidos como válidos para operar o programa. A tese procura mostrar que um dispositivo singular - o dispositivo da intersetorialidade – atuando nos espaços escolares por meio de práticas intersetoriais, e sendo sustentado pelo regime de jornada ampliada, quando associado a outros dispositivos contemporâneos, como o dispositivo pedagógico da mídia, contribuem decisivamente para a formação de um sujeito prudente. Investir nos sujeitos estudantes, buscando desenvolver suas capacidades, habilidades e aptidões, para que possam, por si sós, no futuro, se autogovernarem, se configura como um modo particular de gerenciar o risco social, contribuindo, desse modo, para a redução dos custos para o Estado com a solução de problemas sociais.