Morada de Oxum: Da paisagem liquida espetacular ao corpo-morada banhado de Axé
corpo-morada; Oxum, paisagem; Tambor de Mina, Etnocenologia.
Morada de Oxum: da paisagem liquida espetacular ao corpo-morada banhado de axé”,
na qual viso considerar as Praias águas doces, São Francisco e Marahu na Ilha de
Mosqueiro, distritos de Belém, como sendo Morada de Oxum: paisagem liquida
espetacular, atrelando a noção de corpo-morada com intuito de experienciar em meu
próprio corpo que se fez morada na contemplação e na imersão na paisagem natural,
assim como investigar a manifestação de Oxum em Mãe Eloisa de Badé zeladora do
Terreio de Mina Dois Irmãos. Evocando o sagrado feminino da deusa de águas doces:
Oxum, minha Iyá primordial, divindade de matriz religiosa africana-yorubana cultuada
na Amazônia paraense. Ao invocar a ancestralidade africana feminina de minha Iyá
Oxum e seus espelhamentos, percorro abundantemente por um estado de arte no qual a
coexistência do meu corpo transborda experiências líquidas, refletido por, um ser
voltado a água doce que, manifesta-se na contemporaneidade. Um mergulho em minha
memória afetiva e ancestralidade, pertencente a comunidade de matriz africana, pois
meu Ori é de Oxum e sou filha consangüínea de Mãe Izabel Cardoso (Yá Kafulegi) e pai
Raimundo Nonato (Obá Tudenci), ambos do Candomblé Keto de Belém do Pará. Nessa
afluência, proponho uma metodologia chamada de Abebê, (instrumento ou espelho de
Oxum) que espelha um voltar-se para si mesmo, de um olhar para dentro, para minha
própria história, ao mirar-me nas possibilidades de reinvenção de mim mesma,
ampliando esse olhar ao trafegar por horizontes tangíveis na pesquisa em arte da cena,
comungando com a Etnocenologia, ciência que estuda as Praticas e os Comportamentos
Humanos Organizados - PCHEO. Mirar-se no espelho de Oxum me concede a dádiva de
um ser presenteado em ser lançada no mundo por um pensamento Oxunista, e assim
contribuir com ressoar de múltiplas vozes, celebrando o sagrado feminino e o culto à
deusa! Ora i ê i ê i ê Oxum!