VELHICIDADE APRESENTA: DIALOGISMO E PRÁTICAS TEATRAIS ANTI IDADISTAS
Idadismo; Teatro do Oprimido; Envelhecimento; Mulheres Idosas; Dialogismo.
Este estudo apresenta investigação sobre o Idadismo, fenômeno que discrimina por idade e compromete a saúde física e mental de pessoas idosas, tendo sido inspirado pelo Observatório do Idadismo, grupo de estudos e extensão da UFBA/UFU que investiga temas recorrentes do envelhecimento na busca por combater o preconceito etário. O objetivo principal consistiu em promover reflexão e combater estereótipos entre mulheres idosas do grupo Velhicidade, em Mata Escura (Salvador), por meio de rodas de conversa e práticas teatrais coletivas, a partir da trajetória pessoal e profissional da autora com base em experiências afetivas e artísticas anteriores. Adotou-se uma abordagem qualitativa, em formato de estudo de caso e relato de experiência com 23 participantes, conduzindo 10 encontros de oficinas de Teatro do Oprimido sustentadas dialogicamente a partir de princípios teóricos do Círculo de Bakhtin e do Teatro do Oprimido de Augusto Boal (1975). Na discussão, integraram-se os relatos escritos a partir da convivência com as participantes, organizados por eixos temáticos emergentes que evidenciam como lembranças inicialmente dolorosas foram reinventadas em celebrações criativas, suscitando novos sentidos de pertencimento, autocuidado e fortalecimento dos vínculos comunitários. Por fim, conclui-se que o diálogo entre Augusto Boal (1975) e Bakhtin (1992) mostrou-se como um pilar teórico potente e que a vivência relatada demonstra a potência das práticas teatrais na promoção do envelhecimento saudável e valorização das histórias de vida, deslocando percepções estereotipadas e ampliando espaços de empoderamento.