Avaliação da Associação entre o Potencial Inflamatório e Grau de Processamento dos Alimentos com Indicadores Antropométricos de Risco Cardiovascular em Adultos e Idosos Acompanhados Ambulatorialmente.
Risco cardiovascular, Indicadores antropométricos, Potencial inflamatório dos alimentos, grau de processamento dos alimentos, Consumo alimentar.
As doenças cardiovasculares são responsáveis por alta morbimortalidade mundial. São diversos os fatores envolvidos na gênese das doenças cardiovasculares, entre esses estão a dieta, excesso de peso, hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, os quais são considerados fatores de risco modificáveis. Assim, identificar precocemente os fatores de risco são essenciais para prevenção e tratamento das doenças cardiovasculares. Diante disso, o presente estudo teve como objetivo geral avaliar o potencial inflamatório e grau de processamento dos alimentos e identificar se existe associação com indicadores antropométricos de risco cardiovascular em adultos e idosos com hipertensão arterial e diabetes mellitus em acompanhamento ambulatorial. Trata-se de um estudo de delineamento transversal, com dados do baseline de uma coorte, intitulada: “Saúde mental, comportamento alimentar e indicadores nutricionais de risco cardiometabólico em pacientes com Diabetes Mellitus e/ou hipertensão arterial de um hospital universitário: um estudo de coorte”. Os dados sociodemográficos, diagnóstico clínico, consumo alimentar, antropometria foram coletados por equipe devidamente treinada. O consumo alimentar, obtido pelo recordatórios de 24h, subsidiou o cálculo do Índice de inflamação e grau de processamento dos alimentos. O risco cardiovascular foi avaliado pelos indicadores antropométricos excesso de peso, avaliado pelo índice de massa corporal e pelas circunferências da cintura e do pescoço aumentadas. Para análise dos dados foram utilizadas medidas de tendência central (média, desvio padrão, mediana e intervalo interquartílico) comparados pelos testes de Mann-Whitney, qui-quadrado de Pearson e exato de Fisher. Na avaliação das associações foi utilizada a regressão de Poisson, calculando a razão de prevalência (RP) com intervalo de confiança (IC) de 95%. Participaram do estudo 84 pacientes, dos quais 76,2% pertenciam ao sexo feminino, 52,4% eram adultos, 45,2% acometidos por hipertensão arterial e diabetes mellitus, simultaneamente. Com relação aos indicadores antropométricos de risco cardiovascular, foi identificado que 84,5% apresentavam excesso de peso, 86,9% circunferência da cintura aumentada e 78,6% circunferência do pescoço aumentada. Foi encontrado associação entre a idade idosa com excesso de peso (RP= 0,80; IC95%: 0,66-0,98), na análise bivariada a qual não permaneceu na multivariada. O Consumo de alimentos pró-inflamatórios se associou com circunferência da cintura aumentada, nas análises bivariada (RP= 1,18; IC95%: 1,07-1,31) e multivariada (RP= 1,19; IC95%: 1,06-1,314). Ainda foi encontrado associação entre a circunferência do pescoço aumentada com o sexo feminino na análise bivariada (RP= 0,72; IC95%: 0,62 - 0,84) e multivariada (RP= 0,71; IC95%: 0,61 - 0,84). Foi identificado que os pacientes do presente estudo apresentaram alta prevalência dos indicadores antropométricos de risco cardiovascular e que o consumo de alimentos pró-inflamatórios foi associado a circunferência da cintura aumentada.