O METRÔ E A MICROACESSIBILIDADE AOS BAIRROS PERIFÉRICOS EM SALVADOR-BA
Salvador/BA
Microacessibilidade; Metrô; topografia socioespacial urbana; bairro popular periférico; Mata Escura; Salvador; espaço público.
O crescimento das grandes cidades brasileiras e o processo de intervenções no ambiente construído têm impactado diretamente na mobilidade urbana, com destaque na ênfase à utilização de veículos motorizados individuais como o principal meio de transporte. Em Salvador, cidade enfocada neste estudo, a falta de combinação entre os elementos que compõem a mobilidade (modos de transporte, rede, fluxo, infraestrutura) associada à disposição física e estrutural da cidade, contribui para que as funções urbanas não sejam usufruídas de maneira satisfatória pela população, restringindo o direito à cidade por melhores condições urbanísticas nos espaços públicos de circulação. Com a implantação do sistema metroviário na cidade, a partir de 2016, a problemática da mobilidade evidenciou outros componentes na acessibilidade deficitária, por desconsiderar a dimensão micro e a mobilidade ativa, entendida como transporte não motorizado. Da perspectiva dos bairros populares periféricos, as dificuldades para acessar o metrô se destacam com maior gravidade, sobretudo no âmbito da microacessibilidade relacionada à topografia socioespacial urbana. Diante desse cenário, a presente pesquisa objetivou desenvolver uma investigação quanto à problemática e qualidade da microacessibilidade, tomando como estudo de caso a área de influência da Estação Metroviária Bom Juá, localizada na região do Miolo de Salvador, e a sua relação com o bairro da Mata Escura, ambos periferia da cidade. Para tal, esse estudo, considerando o contexto urbano, social e morfológico, da área enfocada, analisa os indicadores de desempenho da microacessibilidade nos deslocamentos dos usuários não motorizados na conexão com o sistema metroviário na área delimitada, por meio de mapeamento, observações à distância, pesquisa in loco e entrevistas. Como resultado pontuam-se as perspectivas para avaliar com maior detalhamento as facilidades e obstáculos a serem superados no acesso ao sistema metroviário. Destacando a necessidade de maior atenção nas intervenções futuras ao espaço público de circulação de pedestres e ciclistas, problemática comuns aos bairros populares periféricos, salienta-se a importância da integração modal na mobilidade sustentável em termos socioambientais.