Banca de DEFESA: PRISCILA GALVÃO DORIA ANTUNES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PRISCILA GALVÃO DORIA ANTUNES
DATA : 05/07/2024
HORA: 13:30
LOCAL: IGM Sala Virtual 5
TÍTULO:

Avaliação da capacidade cicatrizante de biocurativos de celulose bacteriana no tratamento da leishmaniose tegumentar.


PALAVRAS-CHAVES:

Leishmaniose, leishmaniose tegumentar


PÁGINAS: 70
RESUMO:

RESUMO
INTRODUÇÃO:A leishmaniose é uma doença endêmica no Brasil e a Leishmaniose Tegumentar é a forma clínica mais prevalente, caracterizada pela presença de uma úlcera localizada, com alta atividade inflamatória. O tratamento de primeira escolha, preconizado pelo Ministério da Saúde é antimoniato de meglumina (AM), aplicado por via endovenosa ou intramuscular, durante 20 dias consecutivos. Entre as limitações observadas para o tratamento com MA temos uma baixa taxa de cura (50-60%) além da toxicidade, exigindo, assim, a busca por novas abordagens terapêuticas. A celulose bacteriana (CB) é formada por uma rede de fibrilas de celulose e suas características físico-químicas permitem que esta seja utilizada como um biocurativo para o tratamento de úlceras. A CB também permite a ancoragem de moléculas com potencial terapêutico, funcionando como um sistema de delivery. Neste sendito, observamos que o dietilditiocarbamato de sódio (DETC), um inibidor da SOD-1, foi capaz de reduzir a carga parasitária in vitro e de modular o desenvolvimento da lesão em modelo pré-clínico de leishmaniose tegumentar causado por Leishmania braziliensis. OBJETIVOS: Neste trabalho, avaliamos e caracterizamos as propriedades físico-químicas e a estabilidade de biocurativos de CB-DETC. Em paralelo, realizamos dois ensaios clínicos, prova de conceito, para avaliar a eficácia dos biocurativos de BC como tratamento aditivo ao AM em pacientes com LT causada por L. braziliensis. MATERIAIS/MÉTODOS: Inicialmente, investigamos as características da CB-DETC por meio de microscopia eletrônica de varredura e perfil cristalográfico. Avaliamos também a liberação do DETC a partir os biocurativos, quantificamos a massa de DETC por espectrofotometria e realizamos uma análise térmica por termogravimetria. Os ensaios clínicos foram realizados em Corte de Pedra, área endêmica de LT. No primeiro ensaio, os pacientes recrutados foram divididos em dois grupos: o grupo controle recebeu o tratamento convencional com AM e o grupo teste recebeu AM juntamente com a aplicação tópica de CB. Ambos os grupos foram tratados por 20 dias e os biocurativos foram substituídos a cada dois dias. A taxa de cura, o tempo de cicatrização e os efeitos adversos foram avaliados em diferentes tempos (15 dias, 60 dias e 90 dias após fim do tratamento). No segundo ensaio, repetimos os grupos teste e controle e adicionamos um grupo placebo, o qual foi tratado com AM e um curativo de gaze, ao invés de BC. RESULTADOS: as imagens obtidas por MEV e o padrão cristalográfico da CB-DETC mostram que o DETC é bem incorporado à BC. Os ensaios de liberação e quantificação da massa de DETC indicaram, no entanto, instabilidade e possível degradação, sugerindo a necessidade de estabilização do DETC de modo a sustentar a sua liberação in vivo. Levando em conta o potencial terapêutico da CB, realizamos um ensaio clínico para avaliar a eficácia do uso combinado de CB+AM. Neste ensaio, os pacientes tratados com AM+CB apresentaram uma maior taxa de cura no tempo inicial (60 dias após o início do tratamento) (p=0,01). Efeitos adversos locais, proveniente da aplicação tópica da CB não foram relatados, demonstrando a segurança do tratamento. No segundo ensaio, empregando um grupo placebo, uma redução no tempo de cicatrização nos grupos teste e placebo e uma redução no mediador inflamatório IL-1α no grupo teste. CONCLUSÕES: O sistema CB-DETC se apresentou instável para uso em aplicações clínicas. No entanto, o biocurativo de
CB em associação ao AM aumenta a taxa de cura em pacientes com LT e redução no tempo de cicatrização e de mediadores inflamatórios importantes na LT. Modificações no sistema CB-DETC devem ser realizadas a fim de aumentar a sua estabilidade. Por outro lado, o biocurativo de CB apresenta potencial para incorporação na prática clínica, impactando positivamente na resolução da LT.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 3539352 - CLARISSA ARAUJO GURGEL ROCHA
Externa à Instituição - MARIANA ARAÚJO PEREIRA
Externo à Instituição - Rodrigo Santa Cruz Guindalini
Notícia cadastrada em: 03/07/2024 16:04
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