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SANTOS, Joana D’arc Ferreira Lopes. Repercussões do afastamento paterno em decorrência do processo judicial por violência conjugal para crianças e adolescentes. 2023, 87f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, 2023.

A violência intrafamiliar é um emaranhado problema de saúde pública que afeta todas as pessoas envolvidas sejam testemunhando ou vivenciando a nível global. Tais problemas impactam na saúde e apontam para a urgência de procedimentos de cuidado que elejam táticas de enfrentamento do agravo, sobretudo para crianças e adolescentes que se encontram em pleno desenvolvimento biopsicossocial e necessitam de um ambiente propício para alcançar todas as suas potencialidades. O Estudo teve como objetivo desvelar as repercussões do afastamento paterno em decorrência do processo judicial por violência conjugal para crianças e adolescentes. Pesquisa de abordagem qualitativa com cunho descritivo-exploratória realizada em parceria com a 2ª Vara de Violência doméstica e familiar e a Operação Ronda Maria da Penha com oito mulheres em situação de violência. Adotou-se como critério de inclusão as mães terem filhas(o) menores de 18 anos fruto dessa relação e o pai estar afastado do convívio familiar devido ao processo judicial por violência conjugal. Como critério de exclusão não comparecer as entrevistas marcadas por três vezes ou apresentarem instabilidade emocional para realização da entrevista de acordo com avaliação da psicóloga. Na coleta dos dados utilizou-se entrevista semiestruturado que continha dados sociodemográficos e as seguintes perguntas norteadoras: Fale sobre o processo de separação do pai para sua/seu filha(o) e me fale da sua relação com sua(eu) filha(o) antes e depois do processo judicial por violência conjugal? Após a transcrição na integra das entrevistas estas foram organizadas e analisadas conforme a proposta da análise de conteúdo de Bardin. Salienta-se que se respeitou nesta pesquisa os preceitos éticos da bioética no que se refere a autonomia, Justiça, beneficência e não maleficência. As narrativas maternas revelaram que suas/seus filhas(os) experienciaram repercussões emocionais, comportamentais e psíquicas, como também revelou alterações dos direitos fundamentais de crianças e adolescentes após o afastamento paterno no contexto de violência, o que sugere um olhar amplificado para essa população, com intuito de mitigar o sofrimento vivido e criar estratégias de enfrentamento do fenômeno

O Itinerário Terapêutico (IT) pode ser caracterizado como o conjunto de práticas e estratégias de cuidado adotadas por pessoas e famílias, englobando a motivação que direciona a busca por cuidados, que está associada ao contexto sociocultural e à disponibilidade de recursos. Descrever os IT de pessoas quilombolas com sinais e sintomas sugestivos da Covid-19. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, que teve como suporte teórico a Teoria Transcultural do Cuidado de Madeleine Leininger. Para contextualizar o objeto de estudo, buscou-se aprofundamento nas temáticas: Itinerário Terapêutico na busca por cuidados em saúde, condições de vida e saúde da população negra no Brasil. O estudo foi desenvolvido na comunidade quilombola de Praia Grande, localizada na Ilha de Maré, em Salvador-BA, com vinte e seis entrevistados que apresentaram sinais e sintomas sugestivos da Covid-19. Os dados foram coletados de dezembro/2021 a janeiro/2022 por meio de entrevista semiestruturada, após aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal da Bahia, sob o protocolo nº 5.138.214. Para tratamento dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temática de Bardin. As percepções acerca dos sintomas gripais apresentados no período pandêmico são plurais e abarcam desde fatores biológicos até problemas e necessidades relacionadas ao contexto social e geográfico da comunidade, que também influenciam na construção do IT. Com este estudo, permitimos que a população do quilombo compartilhassem suas experiências e expressassem as dificuldades enfrentadas no acesso aos serviços de saúde do subsistema formal, o que serviu de diagnóstico das fragilidades e insuficiência deste subsistema. Há necessidade de elaboração de políticas públicas que garantam à comunidade quilombola de Praia Grande o acesso integral aos serviços ofertados pelo sistema formal, possibilitando o alcance do cuidado congruente referido por Leininger.

ARAÚJO, Ranna Danielle Dória de. Estratégias de coping utilizadas por pessoas transgêneras na infância frente a vivência de violência. 2023. 121 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2023.

Introdução: O termo transgeneridade é utilizado para referir-se às pessoas que transitoriamente ou de forma persistente identificam-se com um gênero diferente daquele atribuído ao nascer. Pessoas transgêneras são alvo de marginalização e estigmatização, enfrentando diversas situações vexatórias, a vivência desta transfobia se dá nos diversos ambientes, seja entre familiares ou no ambiente escolar. Entretanto, existem elementos internos e externos aos indivíduos que servem como ferramentas de auto-defesa, proteção, ou mesmo enfrentamento das diversas situações denominadas coping ou “estratégias de coping”. Objetivo: Descrever as estratégias de coping utilizadas por pessoas transgêneras na infância frente a vivência de violência. Metodologia: estudo qualitativo que utilizou o método da história oral por meio de entrevistas individuais sob suporte do referencial teóricofilosófico de Folkman; Lazarus. A coleta de dados foi realizada em um serviço ambulatorial público entre março e junho de 2022, com 21 pessoas transgêneras autodeclaradas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob parecer n° 5.242.557. As entrevistas foram submetidas a técnica de análise de conteúdo temática de Bardin. Resultados: emergiram duas categorias: 1) Vivências de violência na infância de pessoas transgêneras: pessoas trans sofreram na infância violências como: violência psicológica, sexual, Bullying (motivado por violência gênero, racial e gordofobia), violência física e negligência; e 2) Estratégias de coping utilizadas na infância por pessoas trans: suporte social, fuga-esquiva, afastamento, confronto, autocontrole e resolução de problemas. Considerações finais: este contribuir para subsidiar políticas de cuidados a crianças, podendo servir futuramente como guia no treinamento/preparo da equipe multiprofissional. Além disso, os resultados deste estudo serão publicados no intuito de contribuir com o conhecimento técnico/científico de todos que dele necessitem, preservando a veracidade das informações e sem que haja manipulação, omissão ou distorção de dados por parte da autora. Além disso, o estudo contribuirá para a desconstrução de estigmas sociais e combate aos preconceitos e demais tipos de violência.

MORAIS, Andréia Vanessa Carneiro de. Narrativas de Mulheres Transgêneras sobre os cuidados pós Cirurgia de Redesignação Sexual. 179 f. 2023. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação em Enfermagem e Saúde, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2023.

A Cirurgia de Redesignação Sexual (CRS) envolve uma série de procedimentos que culminam com a formação de uma neovagina e que exigem cuidados pós-operatórios para toda a vida. As mulheres trans são as principais executoras desses cuidados em seus cotidianos e por meio da sua rede. Objetivou-se conhecer as práticas e circuitos de cuidados de mulheres transgêneras pós Cirurgia de Redesignação Sexual. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória, que utilizou a teoria das Narrativas de Vida, proposta por Daniel Bertaux. Para aproximação e seleção das participantes, de acordo com os critérios previamente estabelecidos, foi utilizada a técnica de amostragem “bola de neve virtual”. Foram realizadas 15 entrevistas semiestruturadas com mulheres transgêneras que já tinham realizado a Cirurgia de Redesignação Sexual. O conteúdo das entrevistas foi transcrito na íntegra, organizados e processados no software IRAMUTEQ. A análise dos dados se deu com base nos dados sociodemográficos e narrativas de história de vida das participantes, em consonância com a Classificação Hierárquica Descendente, gerada pelo software resultando em 2 categorias: O cuidado associado às técnicas da Cirurgia de Redesignação Sexual e O Cuidado reinventado no cotidiano e em rede. As narrativas evidenciaram rotas e trajetórias longas que as mulheres transgêneras precisam percorrer para acessar modificações corporais. Nesse percurso, em busca de cuidar de si, as mulheres transgêneras construíram saberes, partilhados entre pares, que são importantes nos cuidados pós CRS. Espera-se que os dados contribuam para qualificar a atuação dos profissionais em todos os níveis de atenção à saúde e propor políticas públicas que busquem atender as demandas dessas mulheres pautadas no cuidado integral.

Objetivou-se construir com enfermeiras(os) uma tecnologia social para o rastreamento do risco de úlceras em pés de pessoas diabéticas, no contexto da Atenção Primária à Saúde e como objetivos específicos: Descrever o conhecimento e as práticas desenvolvidas por enfermeiras da atenção primária frente ao cuidado preventivo e curativo de úlceras em pés de pessoas diabéticas; Discutir com enfermeiras(os) sobre possíveis tecnologias sociais para o rastreamento do risco de úlceras em pés de pessoas diabéticas; Planejar com enfermeiras(os) ações para construção de uma tecnologia social para o rastreamento do risco de úlceras em pés de pessoas diabéticas; descrever a construção de uma tecnologia social para prevenção de úlceras em pés de pessoas diabéticas. Trata-se de uma pesquisa-ação, de caráter exploratório-descritivo e abordagem qualitativa, em 11 Unidades de Saúde da Família do Distrito Sanitário do Subúrbio Ferroviário do município de Salvador – BA. Desenvolvido em 4 fases: a primeira, através da realização de uma entrevista guiada por um formulário semiestruturado, contendo questões objetivas e subjetivas, sobre os conhecimentos acerca da prevenção dos pés em risco em pessoas diabéticas; a segunda fase, do planejamento, foi o momento de definição das ações que contribuíram para a análise e solução dos problemas detectados; a terceira fase, refere-se à execução, propriamente dita, das ações previamente planejadas, que foram realizadas de forma online e presencial, considerando a pandemia do Covid-19; na avaliação, considerada a última fase da pesquisa ação, foram verificados a organização e a análise preliminar sobre mudanças positivas no rastreamento dos pés em risco em pessoas diabéticas; foi realizado ainda um levantamento de sugestões para os seguintes encontros e/ou corrigir os rumos da pesquisa-ação, no sentido de aperfeiçoar o método desenvolvido. Na análise dos dados, realizou-se a avaliação integral dos resultados alcançados, com foco para o diagnóstico situacional; do processo, com apoio do NVIVO® e com base na análise de conteúdo temática categorial proposta por Bardin, nesse momento também foram identificados os achados que norteiam o rastreamento dos pés em risco em pessoas diabéticas de forma integral. Esta dissertação foi composta por dois artigos originais.

SERRA, I. V. S. O vivido no processo formativo de enfermeiras residentes em Saúde Mental. 2023. 166f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2023.

O presente estudo teve como tema de pesquisa a vivência do processo formativo de enfermeiras residentes de Saúde Mental. Trata-se de uma pesquisa qualitativa construída através do arcabouço teórico da fenomenologia a partir do fenômeno situado. Teve como objetivo compreender os significados atribuídos pelas enfermeiras residentes em processo formativo no Programa de Residência Integrada Multiprofissional. Para tanto, busquei nos discursos das seis enfermeiras residentes as suas vivências, por meio da seguinte questão norteadora: “Fale da vivência do seu processo de formativo enquanto residente na área de concentração Saúde Mental. ” As descrições das participantes, emergiram três categorias abertas: “Vivenciando o cotidiano da residência”; “Aprendendo a ser enfermeiras de Saúde Mental”, “Significando a residência de Saúde Mental”. Percebe-se que a residência multiprofissional se revela enquanto uma estratégia oportuna para (re) pensar e/ou reorientar formação/práticas de saúde na enfermagem no âmbito da saúde mental, além de proporcionar autonomia ao profissional na produção do seu processo de trabalho; embora, como contraponto, observou-se que a ênfase da formação acontece no ambiente hospitalar. Diante desse aspecto, se coloca o desafio em aproximar o Projeto Pedagógico (PP) ao modelo em questão, e também ao paradigma da Desinstitucionalização, advindo da Reforma Psiquiátrica no Brasil. Neste sentido, o processo de formação desta residência multiprofissional em saúde pode potencializar a produção de subjetivação dos atores envolvidos, não somente atravessada pelos princípios do SUS, e pelos saberes dos núcleos profissionais, mas também pelos campos de atuação.

AZEVEDO, Gabriela Nunes. Tomada de decisões da enfermeira no cuidado à mulher no prénatal durante a pandemia da COVID-19. 2023. 80f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Escola de Enfermagem. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2023.

Este estudo tem por objetivo compreender a tomada de decisões da enfermeira no cuidado a mulher no pré-natal na Estratégia Saúde da Família, durante a pandemia da COVID-19. Tratase de uma pesquisa qualitativa, realizada em um município do sudoeste da Bahia. A coleta de dados ocorreu nos meses de agosto e setembro de 2022. Foi utilizada a técnica de entrevista semiestruturada com 10 enfermeiras, atuantes nas unidades de Estratégia Saúde da Família da zona urbana e zona rural. A coleta foi iniciada após o parecer de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia sob CAAE nº 59477222.9.0000.5531 e o Parecer Consubstanciado nº 5.538.245. Os processos de tratamento e análise dos dados foram guiados pelo método da Configuração Triádica Humanista - Existencial – Personalista de Vietta e adaptado por Santa Rosa. Como resultados da análise emergiram três categorias empíricas: a) Responsabilidade da enfermeira do pré-natal no cuidado à gestante durante a COVID-19, b) Maneiras como as enfermeiras do pré-natal passaram a tomar decisões durante a COVID-19 e c) Dificuldades vivenciadas pela enfermeira no pré-natal durante a COVID-19. A síntese das categorias empíricas possibilitou compreender que as enfermeiras durante a pandemia COVID-19 ao prestarem o cuidado a mulher no prénatal na Estratégia Saúde da Família tomam decisões fundamentadas nos princípios éticos e citam a responsabilidade como a norteadora desse processo decisório. Elas consideram o acolhimento e a educação em saúde como estratégias para melhoria do cuidado e incentivo as gestantes para vacinação contra COVID-19. As enfermeiras durante a pandemia da COVID-19 tomavam decisões baseadas em manuais publicados constantemente e com atualizações de protocolos, visto que não existiam referências anteriores. Nesse processo, elas encontraram dificuldades devido ao desconhecimento de uma doença nova e de como deveriam lidar com ela, além da potencialização do medo das gestantes durante o parto. O estudo demonstrou que das dificuldades enfrentadas na pandemia COVID-19, a tomada de decisões foi fundamentada em princípios éticos, seguindo manuais e o cuidado prestado com acolhimento, humanização e responsabilidade durante o atendimento a gestante no pré-natal.

SANTOS, Alexandre Silva. Relações de poder em um hospital universitário: uma leitura em Mintzberg. 153f. 2023. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2023.

INTRODUÇÃO: Este estudo objetivou analisar as relações de poder entre gestores de um hospital universitário de Salvador, Bahia, Brasil. Foi utilizado como referencial teórico a Teoria do Poder Organizacional de Mintzberg. A complexidade que se desenvolve nas organizações hospitalares exige que o gestor de saúde consiga criar um ambiente de trabalho dinâmico e inspirar a equipe a atingir as metas e objetivos da organização. OBJETIVO: Analisar como se configura as relações de poder entre gestores de unidades de produção de serviços de Hospital Universitário. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, cujo método foi o estudo de caso, que consiste em uma pesquisa empírica abrangente, no qual investiga um fenômeno contemporâneo no seu contexto. A coleta dos dados ocorreu por meio de entrevista semiestruturada, no período de fevereiro e março de 2022. Os dados foram sistematizados e interpretados por meio da Análise do Conteúdo proposta por Bardin. O projeto foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa sob o Parecer de nº 4.562.421 de 26/02/2021. Participaram do estudo nove profissionais que atuam como gestores nas unidades que compõem gerência de atenção à saúde do referido hospital, pois apresentam competências com relação a coordenar o planejamento, a organização e administração dos serviços gerenciais e assistenciais. RESULTADOS: Os achados demonstram que predomina a configuração de poder instrumento, autocracia, meritocracia e arena política. Contribuíram para compreender as diversas faces do poder no hospital universitário, destacando-se que a estrutura hierárquica apresenta a distribuição do poder vertical, de cima para baixo. Observou-se também que a presença de questões políticas pode influenciar significativamente no processo de tomada de decisão, presença de conflitos e preponderância de poder da posição do cargo de médico e da inserção funcional da UFBA. CONSIDERAÇÕES FINAIS: O estudo revelou a importância de compreender as relações de poder como fator influenciador do desenvolvimento organizacional. A descentralização consciente do poder dá lugar as relações profissionais mais estratégicas em benefício da organização e dos envolvidos, consequentemente melhora a qualidade dos serviços ofertados aos usuários. Como contribuição, espera-se estimular novas pesquisas, com vistas a aprofundar os conhecimentos acerca da dinâmica organizacional no contexto hospitalar e da gestão em saúde.

MOITA, C. E. Ensino remoto em cursos de graduação em enfermagem no contexto da pandemia da covid-19 sob a ótica de docentes. 2023. 166f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia. Salvador – Ba, 2023.

O estudo objetiva analisar o ensino remoto em cursos de graduação em Enfermagem na pandemia da COVID-19 sob a ótica de docentes. Trata-se de um estudo exploratório com abordagem qualitativa, realizado em duas instituições de ensino superior com cursos presenciais de graduação em Enfermagem, uma pública e outra privada, num município de um Estado do nordeste brasileiro. Foram entrevistados 19 docentes, que experienciaram ativamente o processo de desenvolvimento do ensino remoto no ano de 2020. Os critérios de inclusão foram docentes graduados(as) em Enfermagem, com ou sem vínculo empregatício; e os critérios de exclusão: docentes que estiveram afastados por qualquer motivo durante o ano de 2020 ou no momento da entrevista. Utilizou-se da técnica de coleta, a entrevista, com auxílio de formulário semiestruturado, com perguntas fechadas para caracterização dos(as) participantes e duas questões abertas norteadoras, sendo as informações analisadas exaustivamente mediante os preceitos da Análise de Conteúdo de Bardin. Como resultados identificou-se quatro categorias, a categoria I – utilização de ferramentas digitais, subdividida em: subcategoria I – ferramentas digitais síncronas, e subcategoria II – ferramentas digitais assíncronas, sendo evidenciadas quatro ferramentas digitais síncronas de webconferências e uma de videoconferência utilizada para comunicação de mensagens de texto; e duas ferramentas digitais assíncronas, de forma a assegurar o processo ensino-aprendizagem. A categoria II – vivência de facilidades e enfrentamento de desafios e/ou dificuldades pelos(as) docentes, subdividida em: subcategoria I – facilidades vivenciadas pelos(as) docentes, e subcategoria II – desafios e/ou dificuldades enfrentados pelos(as) docentes, desvelando-se algumas facilidades, como capacitação docente para o desenvolvimento de habilidades com as tecnologias, participação de profissionais de outros lugares e descoberta de potencialidades discentes, mas também dificuldades como a sobrecarga de trabalho remoto, redução de carga horária docente, demissões e redução de salário. A categoria III – necessidade de capacitação docente; e por fim, a categoria IV – utilização de estratégias didático-pedagógicas, que identificou diferentes estratégias didático-pedagógicas inovadoras utilizadas e aplicadas aos(às) discentes, porém, não garantiu a qualidade desse processo, pois existiram entraves como por exemplo, desmotivação docente durante as aulas remotas por baixa participação dos discentes nas aulas síncronas. A partir dos resultados expostos, o estudo se mostra relevante por contribuir para a educação de nível superior de cursos de graduação em Enfermagem, quanto às experiências docentes em instituições públicas e privadas para o desenvolvimento do ensino remoto, diante de suas adversidades e mediação tecnológica, de forma a servir como uma referência no enfrentamento e superação de momentos de crise no sistema educacional, para favorecer a formação profissional do(a) enfermeiro(a).

Essa dissertação teve por objetivo avaliar como os elementos do contexto do trabalho contribuíram para a exposição de trabalhadoras do campo da enfermagem da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) estadual da Bahia ao Coronavírus. Esta pesquisa é um recorte do macro estudo “Condições de trabalho, adoecimento por Covid-19 e hábitos de vida de trabalhadoras/es do campo da Enfermagem da Secretaria Estadual da Saúde da Bahia”. Se trata de uma pesquisa transversal retrospectiva, analítica de abordagem quantitativa. A coleta de dados foi feita a partir da extração de informações, do Banco dos Riscos Psicossociais da SESAB composta por duas categorias.1 - fruto da adaptação da Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho (EACT); e. 2-questões adaptadas da escala Negative Acts Questionnaire Revised (NAQ-R). Foi feita análise de associação entre as variáveis laborais através da análise de redes utilizando o programa estatístico JASP. Os resultados foram divididos em dois artigos “Artigo 1 - Trabalho em enfermagem na pandemia da Covid-19: análise de rede” e “Artigo 2 - Violência laboral no campo da enfermagem durante a pandemia: análise de redes”. Os problemas identificadas não são novas no cenário de trabalho dessas trabalhadoras, entretanto a forma na qual os dados foram analisados evidencia os pontos-chave (nós) a serem considerados nas estratégias de mitigação dos fatores complexos e multifatoriais que colaboram no adoecimento das trabalhadoras: problemas organizacionais e estruturais (ritmo de trabalho excessivo, falta de apoio das chefias, condições de trabalho precárias e posto/estação de trabalho inadequada para realização das tarefas), bem como problemas subjetivos que dizem respeito ao relacionamento dentro das instituições (Assédio Relacionado com o Trabalho, Assédio Pessoal e à Intimidação Física).

LAGO, Aldina de Santana. Violência doméstica contra a mulher: um estudo de representações sociais com policiais militares. 2023. 114p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, 2023.

A violência é um fenômeno sócio-histórico complexo que afeta a população mundial, com destaque para as mulheres que vivenciam a violência doméstica. Conhecida também como violência de gênero, trata-se de um fenômeno social, estruturado em desrespeito aos direitos e agressões às mulheres. Diante disso, a organização e luta dos movimentos de mulheres e feministas resultaram em marcos históricos como a implementação da Lei 11.340/2006 “Maria da Penha” e da Política Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, com vistas a envolver os vários setores da sociedade e os serviços, dentre os quais o realizado pela polícia. Esse estudo tem como objetivo apreender a estrutura das Representações Sociais (RS) de policiais militares acerca da violência doméstica contra a mulher. Trata-se de um estudo qualitativo, fundamentado na abordagem estrutural da Teoria das Representações Sociais (TRS). Participaram do estudo 110 policiais militares de uma unidade operacional da Polícia Militar, Salvador, Bahia. Para a coleta das evocações foi aplicado o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) para os estímulos indutores: violência; violência doméstica contra a mulher; e o que as outras pessoas pensam sobre a violência doméstica contra a mulher; e, entrevistas. O corpus com as evocações e entrevistas foram processadas no programa adaptado do Ensemble de programmes permettant L'analyse des Evocations (openEvoc) e no software Interface de R pourles Analyses Multidimensionnelles de Textes et de Questionnaires (IRaMuTeQ), resultando no quadro de quatro casas e na árvore máxima de similitude, respectivamente. Sequencial as 22 entrevistas foram submetidas a análise lexical e classificação hierárquica descendente (CHD). O estudo respeitou os princípios Éticos e Bioéticos, conforme as resoluções nº 466/2012 e 510/2016. Os participantes eram, em sua maioria soldados, adultos jovens, negros e com formação superior. As representações sociais de policiais militares objetivam a violência doméstica como decorrente do “machismo” e “dependência” que por sua vez gera: “desrespeito”, “poder”; os elementos “álcool” e “drogas” emergem como precipitadores da violência; “agressão”, “covardia”, “medo” e “impunidade” expressam os conceitos e sentimentos identificados nas práticas dos atendimentos das ocorrências pelos/as policiais. Para o grupo investigado, a estrutura da representação social da violência doméstica está ancorada em termos que remetem a uma construção social e cultural histórica centrado no machismo, e que ocasionam situações que dificultam o enfrentamento da violência pelas mulheres. As falas das policiais indicam que os atendimentos às mulheres pelos policiais são permeados por pensamentos e condutas machistas. As classes de palavras identificadas na CHD apontam que os filhos/as que crescem nessa vivência tendem a reproduzir o comportamento dos pais, e o medo sentido pelas mulheres dificulta a denúncia do agressor e o enfrentamento da violência. Nesse sentido, a maioria dos policiais homens referem que no cotidiano dos atendimentos adotam postura imparcial e realizam a condução do casal à delegacia. O estudo poderá direcionar ações educativas e políticas públicas para aperfeiçoamento de policiais militares referente a questões de gênero e (res)significação dos atendimentos, favorecendo a melhoria dos serviços e redução dos agravos à saúde das mulheres.

O conceito de ambiente de prática profissional se refere à percepção de características que podem influenciar de modo favorável ou desfavorável a obtenção de resultados para pacientes, profissionais e organizações de saúde. Pode ser definido, também, como as características que facilitam ou dificultam o desenvolvimento de atividades profissionais em um determinado espaço de trabalho. Diversos estudos nacionais e internacionais trazem a importância da avaliação do ambiente de prática da enfermagem, para melhorias no ambiente de trabalho, e das práticas assistenciais. O trabalho tem como objetivo, avaliar o ambiente de prática profissional de enfermagem em UTI de um hospital universitário no contexto da pandemia COVID-19.Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado nas Unidades de Terapia Intensiva de um hospital universitário em Salvador/BA. Foram incluídos na pesquisa enfermeiros, técnicos/auxiliares de enfermagem que atendiam ao critério de inclusão definido neste estudo: ter atuado nas UTIs, no período de março de 2020 a fevereiro de 2022, de forma a contemplar os períodos mais críticos da pandemia no Estado da Bahia. Enfermeiros, técnicos/auxiliares de enfermagem responderam ao instrumento Practice Environment Scale. Os dados obtidos foram inseridos em planilha Excel® e analisados pelo software SPSS Statistics v.20. O estudo faz parte do projeto multicêntrico “Avaliação do cuidado de enfermagem a pacientes com COVID-19 em hospitais universitários brasileiros”, aprovado no Comitê de Ética. O ambiente de prática de enfermagem foi considerado misto. A amostra foi composta por 68 participantes, técnicos de enfermagem e auxiliares de enfermagem (n= 25) e enfermeiros (n= 31). A pesquisa identificou que 85,1% das profissionais de enfermagem eram do sexo feminino; 48,5% casadas ou em união estável. As UTIs foram avaliadas como um ambiente de trabalho misto na prática profissional da enfermagem, com pontuação acima de 2,5 em todas as outras subescalas “Fundamentos de enfermagem voltados para a qualidade do cuidado” (2,6), “Habilidade, liderança e suporte dos coordenadores/supervisores de enfermagem aos enfermeiros e equipe” (3,0) e “Relações colegiais entre profissionais de enfermagem e médicos” (3,1), considerando ser um bom ambiente de prática. O item “Serviços de apoio adequados que me permitem dedicar tempo aos pacientes” foi o que apresentou uma das menores média nas respostas obtidas (1,96). Entre as categorias profissionais, mostrou que a percepção desfavorável foi proporcionalmente maior entre enfermeiros. Frente a estes resultados, defendemos que o ambiente de prática de enfermagem exerce grande influência sobre a capacidade, desempenho e o engajamento dos profissionais para com a prestação dos cuidados. O hospital tem protocolos assistenciais definidos, possui quantitativo adequado de pessoas, bons profissionais que foram bem avaliados entre seus pares, mas existe a necessidade da escuta dos trabalhadores por parte da alta gestão. O ambiente de prática de enfermagem foi considerado misto tanto pelos enfermeiros quanto pelos auxiliares/técnicos de enfermagem. O dimensionamento de enfermagem adotado pelas UTIs é suficiente para atender às demandas dos pacientes.

A hanseníase é uma doença tropical, crônica, infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium leprae (M. leprae), transmitida pelas vias respiratórias superiores, tendo como atração as células de Schwann que se localizam nos neurónios do sistema nervoso periférico. A doença permanece com altos coeficientes de detecção para o diagnóstico de crianças e adolescentes com incapacidades física, que afetam negativamente o desenvolvimento, estigmatizando, causando repercussões psicológicas e no contexto social, reduzindo futuramente a entrada no mercado de trabalho. Diante desse contexto a presente dissertação tem por objetivo descrever o itinerário terapêutico de crianças e adolescentes com diagnóstico de hanseníase. Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza exploratória e descritiva, que busca identificar e descrever o itinerário de crianças e adolescentes menores de 15 anos como diagnóstico para os serviços de saúde para o diagnóstico de Hanseníase e seu tratamento, realizada no município de Salvador- Bahia, no distrito sanitário de Itapuã. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas individuais com as mães ou familiares, norteadas por questionário semiestruturado com dados sociodemográficos e questões abertas norteadoras acerca do objeto de estudo, tendo como Critérios de inclusão: idade superior a 18 anos; ser mãe ou familiar de crianças e adolescentes com até quatorze anos de idade. Realizadas 05 entrevistas que são representadas por (03) três categorias que respondem ao objetivo do trabalho: Percepção dos sinais clínicos e suspeição da doença por familiares; Trajetória percorrida para o acesso ao serviço de saúde e Dificuldades encontradas ao serviço de saúde. Observou-se, neste estudo que a Hanseníase continua acometendo crianças e adolescentes predominantemente pardas e negras e com diagnóstico tardio, com classificação transmissível e com nervos espessados que aumenta a incidência de incapacidades físicas retratando maior risco de vulnerabilidade. O desconhecimento e a falta de informação para o diagnóstico tardio, levam a falta de acesso à informação, o que se torna um obstáculo para a detecção precoce da doença. O tempo perdido entre o diagnóstico e início do tratamento é crucial para evitar incapacidades. Esse itinerário necessita da disponibilidade de serviços especializados para o manejo clínico em paralelo com os serviços de atenção primária à saúde. Faz-se necessário investimento em busca ativa das pessoas com sinais e sintomas sugestivos de hanseníase, por meio de campanhas que envolvam não somente pacientes como também profissionais da saúde, da educação e outros setores para desenvolver novas estratégias para captar precocemente indivíduos acometidos pela doença, evitando as incapacidades; Capacitar profissionais de saúde para a identificação precoce da doença; estruturar as Unidades de Saúde para a realização dos exames específicos, como: exames clínicos com testes de sensibilidade; baciloscopia e biopsia. Desta forma, a população acometida pela hanseníase, principalmente, crianças e adolescentes, poderiam ser identificadas e tratadas precocemente. 

O objetivo geral do presente estudo é analisar na produção científica nacional os elementos que revelem os objetivos e estratégias de implementação do PNSP nas organizações de saúde. A presente pesquisa consiste em uma revisão integrativa da literatura. Assim, foram incluídas publicações na íntegra a partir de pesquisas desenvolvidas no Brasil nas fonte de informações/ bases de dados: SCIELO (Scientific Electronic Library Online), MEDLINE (Comprehensive Medline), LILACS (Literatura Latinoamericana y del Caribe de Información en Ciencias de La Salud), WEB OF SCIENCE. Também foram incluídas publicações encontradas no (Portal da CAPES), estudos produzidos sobre o Programa Nacional de Segurança do Paciente entre 2013 e 2022. Os dados foram tabulados em planilha do Microsoft Office Excel 2019 e analisados. Foram identificados 178 estudos, cuja análise temática do corpus deste estudo revelou 12 categorias. Do ponto de vista dos tipos de desenhos de estudos, destacam-se os transversais, observacionais e descritivos, em relação ao ano de publicação, 2019 foi o ano mais expressivo com 31 (17,3%) publicações. Os estudos analisados reconhecem que ainda é necessário avançar mais para as práticas de segurança nas organizações de saúde. Embora seja relevante, pois, muitos são os fatores ligados com as condições de trabalho fragilizadas, que dificultam o cumprimento das ações de segurança implementadas pelo PNSP desde 2013 nas organizações de saúde, capazes de impactar na realização de práticas seguras, onde é perceptível que os cuidados são inseguros e os erros no ambiente de trabalho ainda ocorrem.

ANDRADE, I.C.S. Dinâmica familiar de pessoas com comportamento suicida: aplicação do modelo calgary de avaliação. 2023. 240f. Tese (Doutorado em Enfermagem e Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia. Salvador – Ba, 2023.

INTRODUÇÃO: Os elevados índices e as repercussões do comportamento suicida tornam o fenômeno um sério problema de saúde pública, o que requer estratégias de prevenção enfrentamento. Considerando a relevância da família enquanto componente do suporte social, urge a necessidade da compreensão acerca da dinâmica das relações familiares no contexto da ideação suicida. Dessa forma, essa tese aborda os seguintes capítulos para compor a história da arte: I- Comportamento suicida: das raízes históricas ao rizoma da contemporaneidade (Comportamento suicida: uma teia de complexus; -Panorama global do comportamento suicida como problema de saúde pública: Epidemia silenciosa?); II-Das partes para o todo: a família como um sistema (não) funcional (Reforma psiquiátrica e família: visibilidade e participação do sistema familiar da pessoa com sofrimento psíquico; Família e comportamento suicida) e III-A pandemia do covid-19 e o sofrimento psíquico. OBJETIVO: Compreender a dinâmica familiar de pessoas com comportamento suicida. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, fundamentado no referencial teórico-metodológico do Modelo Calgary de Avaliação Familiar (MCAF), que se refere a um modelo de avaliação familiar que abarca a estrutura, o desenvolvimento e a funcionalidade do sistema familiar. Em relação ao local de estudo, esse foi desenvolvido no Núcleo de Estudo e Prevenção do Suicídio (NEPS), um serviço ambulatorial especializado no atendimento às pessoas com comportamento suicida no estado da Bahia. No que tange aos participantes do estudo, foram 07 famílias e 09 familiares de pacientes com comportamento suicida acompanhados no NEPS. Os critérios de inclusão foram os seguintes: cônjuges, familiares consanguíneos ou familiares com laços de afetividade de usuários em acompanhamento regular no NEPS; ter idade igual e/ou maior a 18 anos e estar em condição emocional e cognitiva. Na primeira etapa do estudo, em encontro virtual com os usuários, para conhecer seus familiares antes, fora construído o genograma e ecopmapa. Esse primeiro é uma árvore familiar que inclui informações adicionais sobre relacionamentos entre as pessoas, já o ecomapa, complemento do genograma, consiste em uma representação gráfica das relações e contatos entre os membros da família, a comunidade, serviços de saúde e outras instituições, permitindo avaliar suas redes e apoios sociais. Para essa construção fora utilizado o software GenoPro®, desenvolvido pela GenoPro SDK com o objetivo de auxiliar o armazenamento de dados, a construção e apresentação de genealogias familiares. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Emergiram dessa tese quatro manuscritos, a saber: Avaliação estrutural em famílias de pessoas com comportamento suicida: Aplicação do Modelo Calgary; Avaliação de desenvolvimento em famílias de pessoas com comportamento suicida: Aplicação do Modelo Calgary; Avaliação funcional em famílias de pessoas com comportamento suicida: Aplicação do Modelo Calgary e Expressões de cuidado na dinâmica familiar de pessoas com comportamento suicida. Assim, a discussão girou em torno da estrutura das geraçõesdepessoas comcomportamentosuicida,que émarcada aolongodotempoporhistórias e eventos adversos de vida. Os relatos de familiares de pessoas com comportamento suicida que mostraram também que os eventos acontecidos no núcleo familiar, marcaram de forma profunda os estágios do ciclo vital da família. Além disso, os resultados revelaram, como é intensa e diversa a funcionalidade de cada núcleo familiar. Isso porque são muitas as formas que cada uma encontra para manter-se estruturada e resiliente apesar dos obstáculos encontrados, entre eles o adoecimento psíquico e o comportamento suicida de um dos seus membros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Elucidar a estrutura, desenvolvimento e 11 funcionalidade das famílias de pessoas com comportamento suicida, torna possível vincular-se, compreender e intervir nos conflitos, (des)harmonia e dessaranjo do núcleo familiar. Isso porque com a aplicação do Modelo Calgary de Avaliação das famílias de pessoas com comportamento suicida permite ao profissional organizar e aprimorar o atendimento e acompanhamento dessa família bem como utilizar todas essas ferramentas como fatores de proteção para as tentativas de suicídio. Seguindo mais além, importante salientar que a atuação cíclica da prevenção do suicídio também é uma forma de reduzir o adoecimento, estresse e desgaste no núcleo familiar. Assim, com esse estudo registra-se o MCAF de famílias das pessoas com comportamento suicida, abrindo caminhos e espaços para estudos com a aplicação do Modelo Calgary de Intervenção. Dessa maneira, esse movimento pode fazer com que a família atue de forma positiva e resiliente e atue como suporte principal na vida das pessoas com comportamento suicida.

FREITAS, Raniele Araújo de. Implementação de diagnósticos e cuidados de enfermagem à dimensão espiritual da pessoa com câncer. 167f. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2023.

O câncer ainda é considerado uma doença temida e estigmatizada, causando desajuste biopsicossocioespiritual, mesmo com mecanismos de tratamentos avançados. A enfermeira tem responsabilidade de avaliar as necessidades espirituais e de promover o cuidado espiritual, sendo a compreensão multidimensional do ser humano imprescindível para a prática profissional e sistematização dos cuidados em sua totalidade. O estudo teve como objetivo geral implementar, participativamente, diagnósticos e cuidados de enfermagem voltados à dimensão espiritual da pessoa que vive com câncer. Pesquisa qualitativa, com procedimentos da PesquisaAção como referencial metodológico. As participantes foram enfermeiras e técnicas de enfermagem da Unidade de Oncohematologia e Transplante de Medula Óssea de um Hospital Universitário do Nordeste do Brasil, que atenderam aos critérios de inclusão do estudo. Para a coleta de dados foram utilizados: questionário para caracterização das participantes, a técnica do Mapa Falante, oficinas pedagógicas e o diário de bordo. As falas foram gravadas através de aparelho digital e organizadas e codificadas com auxílio do software Maxqda, submetidas a análise temática de Braun e Clarke, e interpretadas à luz dos construtos de Paulo Freire. A pesquisa foi realizada de acordo com os preceitos da Resoluções nº 466/12, 510/16 e 580/18 do Conselho Nacional de Saúde, e aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital. O estudo foi dividido em quatro fases: fase 1 - diagnóstico prévio, por meio do mapa falante; fase 2 - diagnóstico compartilhado e planejamento das ações a serem realizadas; fase 3 - intervenção, marcada pelo desenvolvimento de oficinas educativas com as propostas priorizadas pelas participantes e fase 4 - avaliação, que teve o objetivo de evidenciar, através do relato das participantes, de que forma as ações educativas contribuíram para a implementação dos diagnósticos e cuidados à dimensão espiritual da pessoa com câncer. A fase 1 identificou o perfil das participantes, o conhecimento prévio sobre a temática; na fase 2, surgiram propostas de ações pautadas para o cuidado espiritual organizado no Processo de Enfermagem; na fase 3 de intervenção, as ações foram implementadas: oficinas contemplando as fases do Processo de Enfermagem com ênfase nos diagnósticos e cuidados de enfermagem à dimensão espiritual, para implementação destes na prática; na fase 4 - Através da avaliação final, realizada de maneira processual e por meio de uma oficina três meses após a intervenção, foi possível constatar a médio prazo, mediante os relato das participantes, as transformações ocorridas com a implementação proposta. Conclui-se que que a realização de ações educativas e a educação problematizadora com enfermeiras e técnicas de enfermagem que cuidam de pessoas com câncer possibilitam estratégias para a assistência à dimensão espiritual, com inserção desta no Processo de Enfermagem.

OLIVEIRA, Cleise Cristine Ribeiro Borges. NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA EM POLICIAIS MILITARES: fatores preditores e protocolo de intervenção de Enfermagem. 152 f. Tese (Doutorado) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2023.

Em meio às profissões existentes no mundo, a do policial militar encontra-se no topo das mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças graves como as doenças crônicas não transmissíveis. Isso decorre da elevada exposição a riscos psíquicos e físicos que envolvem a atuação profissional os quais podem dificultar a participação dos policiais militares em atividades sociais e de lazer como a realização de atividade física. Objetivou-se avaliar associação entre o nível de atividade física e fatores associados ao tempo gasto sentado na amostra do estudo; verificar a associação entre variáveis clínicas e sociodemográficas e o nível de atividade física em policiais militares e apresentar um protocolo de intervenção para o estímulo da atividade física em policiais militares. Estudo quantitativo, observacional, transversal, realizado com 432 policiais militares de todas as unidades do Comando de Policiamento Regional - Leste da Polícia Militar da Bahia de Feira de Santana. A coleta de dados ocorreu de agosto a dezembro de 2022 através de formulário do google forms constando o Questionário Internacional de Atividade Física e um questionário sobre dados sociodemográficos e variáveis clínicas. Predominou homens (82,35%), raça/cor negra (87,04%), nível de escolaridade do chefe da família superior completo (47,69%), com companheiro (a) (81,94%). O risco de sedentarismo é menor entre policiais homens (IRR < 1). O aumento da idade associa-se a um risco menor de sedentarismo (IRR < 1) e aumento da chance de ser mais ativo. Policiais homens apresentam chances superiores de serem mais ativos nos domínios trabalho, transporte e lazer. Policiais mulheres apresentam chances superiores de serem mais ativas no domínio casa. Policiais que não possuem a doença arterial coronariana, bem como os que não possuem hipertensão arterial, possuem maiores chances de serem mais ativos. Construção de um protocolo de intervenção adotando-se a Teoria do Comportamento Planejado e a oferta de informações sobre a atividade física por meio de telemensagens móveis, a ser desenvolvido durante dois meses, em três etapas: diagnóstico situacional; planejamento da ação e monitoramento dos participantes. Policiais homens são mais ativos nos domínios trabalho, transporte e lazer e estão menos expostos ao risco de comportamento sedentário no tempo gasto sentado. Conforme a idade do policial aumenta maior a chance de serem ativos e menor o risco de sedentarismo no tempo gasto sentado. Policiais com doença arterial coronariana e hipertensão arterial possuem menos chances de serem ativos. Contudo, policiais com prática de atividade física irregular estarão mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis aliadas a outros fatores de risco. O protocolo de intervenção de enfermagem constitui uma alternativa factível capaz de levantar dados quanto ao nível de atividade física em policiais militares, bem como contribuir na sensibilização para manutenção desse comportamento com vistas a saúde e a qualidade de vida. Acompanhamento do estado de saúde dos policiais militares torna-se relevante para que possam ser pensadas e aplicadas ações de promoção de saúde e prevenção de agravos

A sensibilidade moral se destaca como uma capacidade individual das enfermeiras em reconhecer a dimensão moral de situações que envolvem o cuidado à pessoa, bem como as consequências éticas das ações. O estudo tem como objetivo compreender como a sensibilidade moral é vivenciada por enfermeiras que atuam no contexto dos serviços de urgência. Trata-se de um estudo de métodos mistos, o primeiro momento com a abordagem quantitativa, com a participação de 422 enfermeiras dos serviços de atenção às urgências cuja análise foi realizada a partir de estudo psicométrico, transversal, e seguido da qualitativa, com a participação de 15 enfermeiras dos serviços de atenção às urgências com abordagem descritiva-compreensiva. Para a integração dos métodos, optou-se pela estratégia explanatória sequencial, com integração dos dados quantitativos e qualitativos na interpretação dos resultados. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os resultados são apresentados em formatos de manuscritos a serem encaminhados em revista científica: “Sensibilidade moral na enfermagem e interações com o cuidado: revisão integrativa”, o qual apresenta evidências sobre o uso do instrumento Moral Sensitivity Questionnaire para o aprofundamento do estudo sobre a sensibilidade moral na enfermagem, em que houve avaliação do instrumento, avaliação da sensibilidade moral e das interações destas com outros fenômenos; “Evidências de validade do questionário de sensibilidade moral para enfermeiras das emergências”, em que o instrumento aplicado em enfermeiras das urgências foi avaliado quanto à Teoria de Resposta ao Item e também quanto a Análise Fatorial Confirmatória, com destaque para o uso do instrumento mais breve com 19 itens; “Sensibilidade moral e perfil das enfermeiras da atenção às urgências: estudo transversal”, destaca algumas características que foram relacionadas às dimensões da sensibilidade moral; “Sensibilidade moral vivenciada por enfermeiras da atenção às urgências: estudo de métodos mistos” é apresentado como a sensibilidade moral é vivenciada por enfermeiras dos serviços de emergência, com destaque para o reconhecimento de princípios orientadores da relação de cuidado, significado moral das ações relacionadas à qualidade da assistência, melhora do paciente, em que buscam terem condutas as quais julgam como melhores para a pessoa; vivenciam conflitos que são internos ou interpessoais; e confiam no conhecimento técnico, científico e ético ao lidar com situações moralmente sensíveis. Os resultados convergem para a compreensão da sensibilidade moral como um componente importante da competência moral para lidar com as complexidades inerentes ao cuidado, em especial, evidenciados em questões que refletem em vulnerabilidades para a pessoa sob cuidado; o conceito da sensibilidade pode ser observado a partir da descrição das vivências das enfermeiras ao reconhecer limites, vulnerabilidades e necessidade de aportar conhecimentos e sentimentos no cuidado. Para enfermagem, apresenta contribuições ao aprofundar o conhecimento da sensibilidade moral das enfermeiras nos serviços de urgência. Para a pesquisa, apresenta o Questionário de Sensibilidade Moral para avaliar atitudes de sensibilidade moral na relação enfermeiras e pacientes. Para a sociedade, apresenta a sensibilidade moral da enfermeira pode ser relacionada como uma disposição qualificadora do cuidado.

CRUZ, Moniky Araújo da. Experiência de filhas(os) e mães com o afastamento paterno por violência conjugal: o discurso materno. 2022. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, 2022. 104p

A violência intrafamiliar é uma realidade presente no cotidiano de muitas crianças e adolescentes, que presenciam e/ou vivenciam diversas expressões de abusos em seus próprios lares. Essa conjuntura, que compromete a saúde e o desenvolvimento humano desses indivíduos, encontra-se ainda mais acirrada diante situações como separações e denúncias por violência conjugal, que tendem a intensificar os conflitos conjugais e, por sua vez, os familiares, cuja compreensão é essencial para se pensar estratégias com fins na proteção desses menores. O estudo teve como objetivo: compreender como filhas(os) e mães experienciam o afastamento paterno por violência conjugal e como objetivos específicos: desvelar como as crianças/adolescentes experienciam o afastamento paterno por violência conjugal e; desvelar a relação das mães com seus filhos no contexto de afastamento paterno por violência conjugal. pesquisa com abordagem qualitativa de cunho descritivo-exploratória desenvolvida em uma Vara de Violência doméstica e familiar e no âmbito da Operação Especial Ronda Maria da Penha com oito mulheres envolvidas(os) em situação de violência. Adotados como critério de inclusão estar em processo judicial por violência conjugal, ter filhas(os) menores de 18 anos com o réu do processo, estando este afastado do lar e, exclusão faltar a entrevista agendada por mais de três vezes ou não apesentar estabilidade emocional segundo avaliação da psicóloga. A técnica de coleta de dados foi a entrevista guiada com base em um formulário semiestruturado que contempla aspectos sociodemográficos e as seguintes perguntas norteadoras: Me fale sobre o processo de separação do pai para sua/seu filha(o) e me fale da sua relação com sua(eu) filha(o) antes e depois do processo judicial por violência conjugal? Aas entrevistas foram gravadas, transcritas na íntegra e organizadas com base na análise de conteúdo proposta por Franco. Foram respeitados os preceitos éticos da bioética no que tange a beneficência, não maleficência, justiça e autonomia conforme o Conselho Nacional de Saúde. O discurso materno revelou que suas/seus filhas(os) experienciaram o afastamento paterno por meio de maior apego à mãe e proteção à figura feminina, ao passo que, com a o pai, as crianças/adolescentes apresentaram ressentimento em paralelo com saudades da relação outrora existente, além de revelar esperança pela reconstrução do núcleo familiar. Essa vivência para mães em relação a prole foi expressa através de preocupações com o emocional, o provimento e a manutenção da rotina da criança, assim como o receio com a relação entre pai e filha(o). O estudo permitiu compreender que as experiências de infantojuvenis e suas mães são permeadas por sentimentos que podem representar um adoecimento em ambos ou ainda desencadear uma relação tóxica que comprometa o desenvolvimento saudável.

MUNIZ, L. S. Fatores associados ao tempo de decisão para procura de serviços de saúde por pessoas com Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Enfermagem e Saúde da Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2022.

Introdução: Os déficits neurológicos decorrentes do acidente vascular cerebral isquêmico (AVCi) têm importante impacto sobre o viver humano e a decisão precoce para procura de serviços de saúde por pessoas em quadro agudo de AVCi tem potencialidade para reduzir a morbidade e mortalidade, possibilitando as terapêuticas tempo-dependentes. Objetivos: 1. Estimar o tempo de decisão de pessoas com AVCi para a procura de um serviço de saúde após o início dos sintomas ou Wake up stroke; 2. Verificar a associação entre fatores sociodemográficos, clínicos, ambientais, cognitivos e emocionais e o tempo de decisão para a procura de um serviço de saúde após o início dos sintomas ou Wake up stroke em pessoas com AVCi. Métodos: Estudo transversal, realizado com 304 pessoas com AVCi agudo atendidas num Hospital Público de referência para o tratamento, em Salvador-BA. Os dados foram coletados mediante entrevista e consulta ao prontuário de março a outubro de 2019 e analisados pela estatística descritiva e inferencial. Nas análises bivariadas, para investigar a associação entre as variáveis independentes e o TD, foi utilizada a regressão linear robusta, sendo o TD analisado em média geométrica devido a sua distribuição assimétrica. As variáveis cujas associações mostraram p-valor ≤ 0,20 foram levadas para a análise multivariada, realizada inicialmente em blocos (sociodemográfico, clínico, ambiental, cognitivo e emocional). Posteriormente, procedeu-se a análise do modelo completo com todas as variáveis independentes dos referidos blocos, empregando-se a Regressão Linear Múltipla. A bondade de ajuste do modelo foi avaliada pelo Critério de Informação de Akaike, selecionando-se como modelo final aquele com menor valor. A significância estatística adotada foi de 5%. A multicolinearidade foi avaliada no ajuste do modelo pelo fator de inflação da variância e utilizou-se o STATA versão 12. Resultados: O valor mínimo do TD foi de 0,02 h (1,5 min) e o máximo de 118 h (7.080 min). A média geométrica do TD foi de 0,30 h (IC 95% 0,23-0,39), o que correspondeu a média de 18 min para os participantes decidirem procurar atendimento após o início dos sintomas do AVCi ou Wake up stroke. O modelo final, explicou em 41% o TD, mostrando aumento do TD em 0,5 min para participantes com hipertensão arterial, em 10,8 min para os que esperaram a melhora dos sintomas, em 1,4 min para os que estavam sozinhos no início dos sintomas, em 2,1 min para os que estavam na rua/via pública, em 3,2 min no trabalho e em 3,9 min em casa. Conclusões: Os participantes retardaram em média 18 min para decidir procurar atendimento em um serviço de saúde e o TD foi influenciado por variáveis de natureza clínica (ter hipertensão arterial), ambiental (estar sozinho ou em outro ambiente que não um serviço de saúde) e cognitiva e emocional (esperar a melhora dos sintomas). É importante considerar nas atividades de educação em saúde voltadas a pessoas com fatores de risco para o AVCi e dirigidas a comunidade em geral as variáveis que contribuíram para maior TD.

MEIRA, Mariana do Valle. Terapia da Dignidade no cuidado à pessoa com Esclerose Lateral Amiotrófica: Estudo de Caso. 2022. 88f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Universidade Federal da Bahia, Escola de Enfermagem, Salvador, 2022.

O sofrimento existencial, psicossocial e físico vivenciado pela pessoa portadora de Esclerose Lateral Amiotrófica decorre da carga emotiva gerada pela desesperança e desamparo, consequentes da rápida evolução da doença, levando a uma total dependência funcional. Ao se deparar com a fragilidade da dignidade, a Terapia da Dignidade surge como intervenção capaz de reafirmar a dignidade de pessoas em processo de morrer. O objetivo do estudo foi compreender os efeitos da Terapia da Dignidade sobre os sintomas físicos, existenciais e psicossociais de pessoas com Esclerose Lateral Amiotrófica. Trata-se de uma pesquisa do tipo Estudo de Caso, exploratória e descritiva, de abordagem mista, utilizando a estratégia de triangulação concomitante, na qual foram utilizados múltiplos casos a partir da aplicação da Terapia da Dignidade em pessoas portadoras de Esclerose Lateral Amiotrófica. Foram selecionados três participantes, maiores de 18 anos, sendo dois do sexo masculino e um feminino, após aplicação dos critérios de inclusão. Os dados qualitativos e quantitativos foram coletados simultaneamente e de modo independente. Para a coleta qualitativa, foi utilizado um instrumento de entrevista semiestruturada contemplando dados sociais e três questões avaliadoras da terapia, além da intervenção com a Terapia da Dignidade. Os dados quantitativos foram coletados em três momentos denominados como momento zero, momento um e momento dois correspondentes aos intervalos de 0, 7 e 28 dias tomando por base a aplicação da intervenção - Terapia da Dignidade, quando foram aplicadas as seguintes escalas: Inventário da Dignidade do Paciente, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão, Escala de Bem-Estar Espiritual, e a Escala de Sintomas de Edmonton. O projeto foi apreciado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, recebendo o parecer de aprovação nº 4.952.826. Os resultados foram apresentados a partir da descrição dos três estudos de casos considerando a descrição de cada um deles e dos três momentos da aplicação das escalas destacando as particularidades relacionadas às dimensões física, social, emocional, espiritual e existencial com base na intervenção - Terapia da Dignidade. A análise comparativa das escalas que visaram compreender os efeitos da Terapia da Dignidade indicou quão favorável a intervenção foi para os participantes dos estudos de caso e como a intervenção pode contribuir para o resgate da dignidade em pessoas em processo de finitude, sendo viável sua aplicação em ambientes diversos. Espera-se que mais estudos possam ser realizados e a terapia seja introduzida nos serviços de cuidados paliativos do Brasil.

SOUSA, Tamires Jesus. Vulnerabilidade de profissionais de manutenção automotiva no desenvolvimento de dermatoses ocupacionais. 2022. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) - Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, 2022. 74p.

A profissão de Mecânico Automotivo existe desde o surgimento dos primeiros automóveis, há mais de 100 anos no Brasil. As atividades desempenhadas pelas oficinas mecânicas expõem esses trabalhadores a vários tipos de riscos ocupacionais pelo contato direto a substâncias químicas, físicas e biológicas. Essa exposição aumenta os riscos para o desenvolvimento de dermatoses ocupacionais nestes profissionais. Este estudo tem como objeto a “exposição a substâncias derivadas do petróleo e possíveis vulnerabilidades de profissionais de manutenção automotiva para o desenvolvimento de dermatoses ocupacionais”. O objetivo foi conhecer como profissionais de manutenção automotiva se expõem às substâncias derivadas do petróleoe as possíveis vulnerabilidades para o desenvolvimento de dermatoses ocupacionais. Trata-se de estudo exploratório com abordagem qualitativa, que teve como população profissionais mecânicos automotivos em três oficinas localizadas nominadas de Empresa 1, Empresa 2 e Empresa 3, situadas no município de Salvador, Bahia, Brasil, cuja coleta foi realizada, após aprovação pelo CEP, conforme Parecer Consubstanciado No 5.327.439 e em seguida foi efetuada a coleta ambas no mês de abril de 2022. O processo de análise qualitativa seguiu os passos do método de Amedeo Giorgi, abadaptado por Viêtta e Santa Rosa com vistas à compreensão do fenômeno. Como resultados participaram do estudo 10 mecânicos automotivos, todos do sexo masculino, em sua maioria parda, com idade entre 18 e 59 anos com experiência de trabalho variando entre 2 e 33 anos de atividade, todos se expõem a substâncias químicas derivadas de petróleo de 2 a seis horas por dia. Das entrevistas emergiram três categorias e oito subcategorias temáticas. Compreende-se que os profissionais de manutenção automotiva se expõem a graxa, querosene, limpa contato, descarbonizante,óleo diesel, desengripante e gasolina, substâncias derivadas do petróleo, com exposição diária,sem o uso de EPIS conforme recomenda a Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ), Petrobrás, 2019. As vulnerabilidades expressam condições relacionadas ao agir do próprio mecânico, no uso inadequado do EPI, na falta de cuidado com as mãos, com descuido na proteção da pele das mãos após o uso das substancias e também da identificação das lesões iniciais. Para as lesões, eles utilizam cremes e pomadas de cordo com a indicaçãode colegas e nenhum dos participantes procurou profissional de saúde para o cuidado com a pele. Conclui- se que os mecânicos automotivos constituem um grupo de trabalhadores vulneráveis a lesões de pele do tipo irritação, vermelhidão, espinha, ressecamento, feridas nas mãos, na pele e entreos dedos e coceira devido ao uso inadequado de EPI’S ao ter contato com substâncias químicasem sua rotina de trabalho.

ALMEIDA, Ana Raquel Lima Peralva. Subconjunto Terminológico CIPE® para pessoas com doença renal crônica em tratamento hemodialítico ancorado na teoria das transições. 2022. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde). Escola de Enfermagem. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2022.

Pessoas com Doença Renal Crônica e que fazem tratamento renal substitutivo, diariamente convivem com os desafios impostos pela doença e tratamento. Conhecendo esses desafios e entendendo que a enfermeira é peça fundamental no cuidado desses pacientes, o presente estudo tem como objetivo geral desenvolver um Subconjunto Terminológico CIPE® para pessoas com doença renal crônica, contemplando diagnósticos/resultados e intervenções de enfermagem, com base na Teoria das Transições. E como objetivos específicos: Identificar intervenções de enfermagem para um conjunto de diagnósticos de enfermagem para pessoas com doença renal crônica; Validar as intervenções de enfermagem com base no conjunto de diagnósticos de enfermagem para pessoas com doença renal crônica; Estruturar o Subconjunto Terminológico da CIPE® para pessoas com doença renal crônica com base na Teoria das Transições. Trata-se de um estudo não experimental, do tipo metodológico e que é parte de um projeto maior que foi contemplado com a estruturação do Subconjunto Terminológico. Foram identificadas intervenções de enfermagem que atendessem aos diagnósticos/resultados de enfermagem e suas respectivas definições operacionais. Posteriormente, essas intervenções foram organizadas em um formulário online para validação por especialistas, que ocorreu em dois momentos, através de uma escala do tipo Linkert. A concordância entre os especialistas foi avaliada através do Índice de Validação de Conteúdo (IVC), sendo considerado pertinente e relevante aquelas com IVC ≥ 0,80. Foram enviados para validação 125 enunciados destes, 104 foram validados no primeiro momento, cinco foram eliminados não atenderem ao IVC estabelecido e 16 foram encaminhados para novo momento de avaliação. No segundo momento, das 16 intervenções de enfermagem enviadas, 10 foram validadas e seis foram eliminadas por não alcançarem o IVC estabelecido. O total de intervenções de enfermagem validadas (114) foram organizadas juntamente com os Diagnósticos/ Resultados de enfermagem (23), segundo a Teoria das Transições, em um Subconjunto Terminológico CIPE® para pessoas com Doença Renal Crônica. Este poderá contribuir para que a enfermeira, juntamente com sua equipe, na operacionalização do Processo de Enfermagem, utilizando o julgamento clínico e terapêutico, dispense o cuidado a pessoa com DRC de maneira organizada, atendendo suas reais necessidades e proporcionando meios e ferramentas para que a transição saúde-doença seja vivenciada de maneira positiva.

RIBEIRO, Rafaela Nascimento. Estratégias de suporte aos profissionais de enfermagem na condição de segundas vítimas durante a pandemia da covid-19. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) - Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia. Salvador, p.92. 2022.

Este estudo aborda as Estratégias de suporte aos profissionais de enfermagem na condição de segundas vítimas durante a pandemia da covid-19. Tem como objetivo geral: Analisar as estratégias adotadas pelos gestores de enfermagem para suporte às segundas vítimas no contexto assitencial hospitalar da pandemia pelo coronavírus. E como objetivos específicos: Identificar as estratégias adotadas pelos gestores de enfermagem para suporte às segundas vítimas no contexto assitencial hospitalar da pandemia pelo coronavírus; Descrever as estratégias adotadas pelos gestores de enfermagem para suporte às segundas vítimas no contexto assitencial hospitalar da pandemia pelo coronavírus. Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter exploratório, com abordagem qualitativa. O campo de pesquisa empírica teve como referência duas organizações de saúde situadas em Salvador, Bahia, Brasil. A coleta foi realizada exclusivamente pela pesquisadora principal, e ocorreu em locais escolhidos pelas entrevistadas. Foram entrevistadas 08 gestoras, no período compreendido entre janeiro e abril de 2022. Utilizou-se como instrumento de coleta das informações um roteiro e um formulário, que foi aplicado na entrevista semiestruturada, sendo gravadas por meio do telefone móvel no recurso gravador de voz, transcritas e submetidas à Análise de Conteúdo de Bardin. Foram construídas três categorias de análise e respectivas subcategorias: Categoria I: Reconhecimento da condição emocional do profissional pelas gestoras; Acolhimento do profissional na condição de segunda vítima; Encaminhamento do profissional na condição de segunda vítima para apoio psicológico. Categoria II: Análise do incidente assistencial por meio da notificação de eventos; Categoria III:Treinamento e a (re)orientação do profissional na condição de segunda vítima. O reconhecimento, pelo gestor, da condição emocional da segunda vítima faz-se necessário, sendo decisivo no desfecho do evento, uma vez que, a condição emocional do profissional, quando não valorizada ou negligenciada, pode desencadear problemas psicológicos, físicos, e sentimentos negativos de medo, tristeza, vergonha e insatisfação com o trabalho. Entende-se que o acolhimento ao profissional na condição de segunda vítima, precisa ser desenvolvido na prática de forma empática, tendo como base a comunicação efetiva, a escuta ativa, e a desconstrução da cultura de punição, sendo substituída pela cultura justa e segura.

CALDAS, Mariana de Oliveira Lima. Fatores Associados a Infecção do Sítio Cirúrgico em Neonatos: ênfase na hipotermia perioperatória. 60f. 2022. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia. Salvador-BA, 2022. (Orientadora Profª Drª Darci de Oliveira Santa Rosa).
As infecções relacionadas à assistência à saúde (IRAS) são consideradas um dos eventos adversos mais frequentes relacionados à assistência à saúde e um grave problema de saúde pública, afetando mais de 30% dos neonatos. Dentre as topografias das IRAS, a Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) está diretamente relacionada aos procedimentos cirúrgicos, sendo considerada uma IRAS de grande relevância. Alguns fatores de risco são considerados predisponentes para a ocorrência de ISC no neonato, dentre eles a hipotermia pode ser um importante fator de contribuição para a morbimortalidade uma vez que agrava ou favorece distúrbios metabólicos, desconforto respiratório, enterocolite necrosante, hemorragia intracraniana e infecção do sítio cirúrgico. O presente estudo tem como objetivo analisar os fatores associados à ISC, com ênfase na hipotermia perioperatória, em neonatos de um hospital público pediátrico na região Nordeste. trata-se de um estudo epidemiológico, do tipo caso-controle, pareado, retrospectivo cuja fonte de dados é o prontuário dos pacientes neonatos de um hospital especializado em pediatria no Estado da Bahia no período de 2017 a 2020. Os dados foram coletados por meio de um instrumento elaborado para este fim e digitados em um banco programa Microsoft Excel, posteriormente exportados para o software R para análise estatística. As variáveis quantitativas foram analisadas por meio de frequências absolutas e relativas. Para a análise das medidas de associação dos possíveis fatores de risco envolvidos com a variável desfecho (ISC) foi realizada uma análise bivariada dos dados. A Medida da força de associação foi realizada através da Odds Ratio (OR) e por seu intervalo de confiança (IC) de 95%. Foi possível verificar que o grau de hipotermia moderada apresentada após a cirurgia esteve associado a ISC. A maioria dos pacientes eram do sexo masculino, foram classificados como a termo com relação a sua idade gestacional, peso ao nascer normal e tiveram como desfecho a alta. As cirurgias do sistema gastrointestinal foram as mais presentes e as que mais apresentaram evolução clínica de infecção do sítio cirúrgico e hipotermia no perioperatório dos neonatos. É de extrema importância que a equipe de saúde, em especial a enfermagem reconheça a hipotermia e saiba atuar de forma a controlar a ocorrência de instabilidade térmica e as repercussões desta para morbimortalidade do neonato, bem como os fatores que podem levar a ocorrência de ISC no neonato.

CIDREIRA, Lídia Cíntia Silva. Associação de características sociodemográficas e ocupacionais com o estresse percebido em mototaxistas. 2022. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2022.
Objetivo: investigar a associação de características sociodemográficas e ocupacionais com o alto nível de estresse percebido em mototaxistas. Método: Estudo transversal realizado com mototaxistas que responderam a instrumentos sobre variáveis sociodemográficas e ocupacionais e a Escala de Estresse Percebido. Na análise, empregou-se a estatística descritiva, o teste Qui-Quadrado de Pearson e a Regressão de Poisson com variância robusta. A significância estatística foi de 5%. Resultados: Dos 800 mototaxistas, 46,8% apresentou nível alto de estresse percebido. Na análise multivariada os fatores que contribuíram para o nível alto de estresse foram o baixo controle sobre o trabalho (RP=7,76; IC95%=5,19-11,61), baixo suporte social no trabalho (RP=3,87; IC95%=2,95-5,08), jornada de trabalho maior que oito horas por dia (RP=1,47; IC95%=1,21-1,78) e renda mensal menor ou igual a dois salários-mínimos (RP=1,34; IC95%=1,13-2,58). Conclusão: Extensa jornada de trabalho, estressores ocupacionais e baixa renda foram associados ao alto nível de estresse percebido. Políticas públicas e intervenções para minimizar os estressores ocupacionais são imprescindíveis.

JESUS, Belayrla Cerqueira de. Retorno ao trabalho de enfermeiras pós-infecção pela Covid-19. 2022. 53 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde). Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia. 2022.

Este estudo aborda o retorno ao trabalho de enfermeiras pós-infecção pela Covid-19. Tendo como objetivo geral descrever o retorno ao trabalho de enfermeiras pós infecção pela Covid-19. Como objetivos específicos: Caracterizar as enfermeiras que foram afastadas do trabalho pós infecção pela Covid-19 e Identificar como ocorreu o retorno ao trabalho de enfermeiras pós infecção pela Covid-19. Trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, que utilizou o método de pesquisa qualitativa. O estudo foi desenvolvido em dois hospitais públicos de grande porte e ensino da cidade de Salvador, Bahia. Participaram, desse estudo 10 enfermeiras que retornaram ao trabalho após infecção pela Covid-19, positivadas através do RT-PCR, no período de março de 2020 a março de 2022. Foram utilizados para a coleta das informações dois instrumentos: um formulário e um roteiro. Após serem identificadas as enfermeiras através do Serviço de Saúde do Trabalhador das instituições foram coletados os dados de contato (telefone/correspondência eletrônica) e realizado o convite on-line através de aplicativo de mensagens gratuito (WhatsApp) e ligação telefônica, em alguns casos, para participação da pesquisa. Diante do aceite para participação, foram agendadas as entrevistas de acordo com a disponibilidade de cada profissional, assegurado o critério de privacidade. A entrevista remota, foi gravada mediante autorização do participante, com data e horário também enviados para seu WhatsApp/telefone, bem como o termo de consentimento livre e esclarecido. Para a abordagem qualitativa, foi utilizado o método de análise de conteúdo temático de Bardin. Após foram construídas duas categorias: Retorno ao trabalho com manifestação de sinais e sintomas de síndrome pós-covid e duas subcategorias: Manifestação de cansaço e fadiga e manifestação de distúrbios emocionais e a categoria Acolhimento do serviço no retorno das enfermeiras ao trabalho. Atividades que antes eram consideradas como rotineiras passaram-se a ser grandes desafios, porque a sensação de cansaço e fadiga eram muito presentes. No relato das enfermeiras era como se elas estivessem fazendo uma atividade muito superior ao que elas estavam habituadas. A ocorrência de distúrbios emocionais foi citada na maioria das entrevistas, sendo estas observadas através principalmente da ansiedade e do medo. Foi possível observar que o acolhimento da equipe é fundamental para a recuperação das profissionais, bem como para o retorno de forma gradativa devido ainda sintomatologias e/ou sequelas da Covid-19. Foi possível perceber através dos relatos, o quão desafiador foi retornar ao trabalho pós infecção pela Covid-19. Algumas profissionais retornando tanto com sintomas físicos, quanto emocionais, e isso variando independente de unidade hospitalar e de grau de formação. A pandemia do Covid-19, associado ao adoecimento das enfermeiras e posterior retorno ao trabalho, pode ser encarado como uma oportunidade de transformar a nossa vulnerabilidade em força para ampliarmos a necessidade de acolhimento e cuidado do que diz respeito ao adoecimento de enfermeiras durante seu processo de trabalho.

VIDAL, Daniela Barbosa Neiva. TRÍADE TRÁGICA NA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA ENFERMAGEM SOBRE A PESSOA HOSPITALIZADA COM CÂNCER: REVISÃO DE ESCOPO. 2022. 87 fls. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2022.

O diagnóstico de uma doença ameaçadora à vida gera profundas mudanças existenciais no ser humano. A pessoa hospitalizada com câncer vivencia os elementos da tríade trágica (sofrimento, culpa e morte) durante o seu adoecimento e cabe ao enfermeiro permitir que esse cuidado de enfermagem seja mais humanista, existencialista e integral. Nesse contexto, o estudo apresenta a seguinte questão de pesquisa: Quais são as evidências científicas da tríade trágica (sofrimento, culpa e morte) sobre cuidados de enfermagem à pessoa hospitalizada com câncer? E como objetivo é mapear as evidências científicas da tríade trágica (sofrimento, culpa e morte) sobre cuidados de enfermagem à pessoa hospitalizada com câncer. Trata-se de uma pesquisa de Revisão de Escopo (Scoping Review) que seguiu as recomendações metodológicas do Joanna Briggs Institute (JBI), realizada a partir das bases de dados da PubMed e da plataforma Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). O período de coleta dos artigos foi de abril de 2022 a junho de 2022. Para seleção dos estudos foram utilizados como critério de inclusão textos nos idiomas inglês, português e espanhol; e o PCC (População, Conceito e Contexto), sendo População: textos que abordem pessoas com câncer; Conceito: elementos da tríade trágica (sofrimento, culpa e morte) no cuidado de enfermagem; Contexto: ambiente hospitalar. Foram excluídos estudos duplicados, não disponíveis na integra de forma gratuita, e os que não respondem à questão central nem ao objetivo. A amostra foi composta por 17 estudos onde foram analisados de forma analítica e sintetizados em duas categorias: Evidências sobre o sentido da vida e a tríade trágica nas publicações de enfermagem sobre paciente hospitalizado com câncer; e cuidado de enfermagem no processo de morte e fim de vida de pessoas hospitalizadas com câncer em publicações de enfermagem. Existe uma grande quantidade de estudos utilizando o referencial teórico de Viktor Frankl, porém poucos direcionados a área da enfermagem. Os estudos recomendam a necessidade de mais pesquisas abrangendo essa temática. Assim, poderá contribuir para o grande desafio do profissional enfermeiro que é trabalhar com os elementos da tríade trágica dentro do processo de enfermagem proporcionando uma qualidade na assistência.

SACRAMENTO, Marcela Luz. FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS E COMPLICAÇÕES OCORRIDAS NA GESTAÇÃO EM MULHERES COM DOENÇA FALCIFORME: UMA REVISÃO INTEGRATIVA. 2022. 69f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2022.

O estudo tem como objetivo analisar fatores sociodemográficos e as complicações: crise vaso-oclusiva, infecção urinária e síndrome torácica aguda durante a gestação de mulheres com Doença Falciforme. O método utilizado foi a Revisão Integrativa da Literatura (RIL) conduzida pela seguinte questão de pesquisa: Qual a importância dos fatores sociodemográficos na ocorrência de crise vaso-oclusiva, infecção urinária e síndrome torácica aguda durante a gestação de mulheres com Doença Falciforme? Para este estudo, por se tratar de uma pesquisa não-clínica, utilizamos estratégia PICo onde a População (P) abrangeu mulheres com Doença Falciforme que estiveram gestantes; o Fenômeno de Interesse (I) são a crise vaso-oclusiva, infecção urinária e síndrome torácica aguda, e o Contexto (Co) referiu-se aos fatores sociodemográficos. Os dados foram coletados de Julho a Agosto de 2022 através de busca na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia (IBCT), na Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e Pubmed. sendo utilizados os seguintes descritores: “Pregnancy”, “Anemia, Sickle Cell”, “Race Factors”, “Social Class”, “Socioeconomic Factors”, “Social Support”, “Educational Status”, “Age Distribution” “Acute Chest Syndrome”, “Acute Pains”, “Urinary Tract Infections” e seus correlatos. Foram critérios de inclusão: artigos publicados em português, inglês e espanhol; artigos/teses/dissertações com texto completo disponível gratuitamente e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos anos 2010-2020, com seres humanos. Foram selecionados 9 estudos para análise. Em relação à caracterização das participantes, o que encontramos é que são mulheres negras, que vivem com seus companheiros, e em sua maioria de baixa renda e escolaridade. A análise dos estudos selecionados permitiu constatar que A STA e crise vaso-oclusiva ocorrem majoritariamente em mulheres pretas à pardas. Já sobre ITU e raça, parece que não há uma associação negativa. Há ausência de estudos que abordem a relação do apoio social e a ocorrência de intercorrências clínicas durante a gravidez de mulheres com DF, assim como não correlacionam nem avaliam as diferenças de classes sociais e a ocorrência das mesmas. Permanecem lacunas no conhecimento sobre as características de risco sociodemográficos e apoio social associadas a complicações crise vaso-oclusiva, infecções e síndrome torácica aguda na gravidez de mulheres com Doença Falciforme, uma vez que poucos estudos foram encontrados. Estudos de pesquisa bem desenhados são necessários para abordar prontamente essas lacunas no conhecimento.

SANTOS, Alexsandra Almeida dos. Enfrentamento da pandemia: Reestruturação para Unidades de Terapia Intensiva COVID-19. 2022. 90f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2022.
A reestruturação é uma forma de mudança organizacional que possibilitou que as unidades de tratamento intensivo enfrentassem a pandemia da COVID-19. O objetivo geral deste estudo foi analisar a reestruturação para UTI COVID-19 no enfrentamento da pandemia e os objetivos específicos: Identificar os elementos de reestruturação das UTI no enfrentamento da pandemia COVID-19; Descrever como as modificações foram implementadas nas UTI no contexto da pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa e exploratória desenvolvida em 05 UTI COVID-19 de hospitais públicos da cidade de Salvador-Bahia. Os participantes do estudo foram 17 enfermeiras que exerciam o cargo assistencial e de gestão. A coleta de dados ocorreu após parecer do Comitê de ética no período compreendido de dezembro de 2021 a junho de 2022 por meio de entrevista semi-estruturada cujo instrumento constou de duas partes, a primeira com informações iniciais sobre a caraterização das participantes, onde constavam o gênero, idade, tempo de formação, vínculo empregatício, cargo, dupla ocupação, carga horária semanal, tempo de experiência na UTI, existência de pós-graduação. A segunda parte um roteiro com perguntas semiestruturadas baseadas nas recomendações da Organização Mundial de Saúde, que vincula o fortalecimento do sistema de saúde em resposta a COVID-19 a “4 S” (S de Space ou espaço/estrutura; S de Staff, ou equipe; S de Supplies, ou suprimentos; S de Systems, ou sistemas). Foi utilizado a análise de conteúdo de Bardin (2016). Como resultado da análise do corpus das entrevistas foram construídas quatro 4 categorias e 05 subcategorias para análise: Categoria I - Modificações do espaço físico- Subcategoria I - adaptação do espaço físico para atendimento a pacientes de COVID-19 e a subcategoria II - ampliação do número de leitos uti para atendimento a pacientes com COVID-19; Categoria II - gestão da equipe de enfermagem- subcategoria I Capacitação da equipe para atendimento ao novo perfil de paciente; subcategoria II – (re)dimensionamento de pessoal na UTI COVID-19 e a subcategoria III - Aumento dos transtornos mentais nos profissionais de saúde da UTI COVID-19; Categoria III- Disponibilidade dos suprimentos hospitalares – oferta e demanda de suprimentos hospitalares na UTI COVID -19; Categoria IV - Mudanças nos processos – Modificações nos sistemas de gerenciamento em resposta a pandemia COVID -19. Concluímos que as unidades de terapia intensiva foram reestruturadas para atender uma demanda de pacientes gerada por uma crise sanitária sem precedentes com um perfil de pacientes com alto grau de gravidade imposta pela COVID-19. Nesse sentido, houve muitas dificuldades e problemas na implementação da reestruturação para que o processo assistencial e gerencial ocorresse de forma justa e segura, já que envolveu questões de dimensionamento de pessoal, suprimentos, insegurança e doença da equipe que provocaram alta taxa de afastamento e rotatividade de pessoal.

OLIVEIRA, Monique Carolinne Macêdo. Estratégias para retorno de visitas presenciais em uma instituição de longa permanência para idosos no sul da Bahia. Projeto de Dissertação de mestrado. Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde. Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2021.

O novo coronavírus (SARS-CoV2) é responsável pela Covid-19. Os idosos estão entre o grupo etário que mais tiveram complicações frente à infecção pelo novo coronavírus, sendo os idosos institucionalizados considerados mais vulneráveis a esta doença devido a diversos fatores inerentes ao processo de senescência, por vezes senilidade, por habitar em ambiente coletivo, dentre outros fatores. O objetivo geral dessa pesquisa consiste em: Elaborar estratégias de retorno a visitas nas Instituições de Longa Permanência para Idosos. Os objetivos específicos são: 1. Verificar, junto a equipe de enfermagem e cuidadores, como eles atuam na proposta de retorno as visitas nas Instituições de Longa Permanência para Idosos; 2. Conhecer as dificuldades e facilidades da equipe de enfermagem e cuidadores para o retorno as visitas nas Instituições de Longa Permanência para Idosos; 3. Levantar, junto a equipe de enfermagem e cuidadores, estratégias para o retorno as visitas nas Instituições de Longa Permanência para Idosos; 4. Propor modelo de prevenção para o retorno das visitas presenciais no que tange à Covid-19. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que será realizada em uma Instituições de Longa Permanência para Idosos inserida na Comissão Intersetorial de Acompanhamento das Instituições de Longa Permanência para Idosos em um município no sul do estado da Bahia. Os participantes serão os profissionais da equipe de enfermagem e cuidadores da Instituição. A coleta dos dados ocorrerá após a aprovação pelo Comitê de Ética. Os dados serão obtidos por meio da técnica de Grupo Focal, onde serão desenvolvidos quatro grupos focais. Após realização dos grupos focais os depoimentos serão analisados através da técnica de análise de conteúdo de Bardin.

SANTOS, J. R. L. S. Construção e validação de instrumento para telemonitoramento de mulheres em situação de violência doméstica em contexto de pandemia. 2022. 99f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia. Salvador – Ba, 2022.
A violência doméstica contra as mulheres é considerada um problema de saúde pública de alta complexidade e magnitude, estando intensificada no período de pandemia. Neste contexto, a telessaúde pode representar uma estratégia de cuidado às mulheres com história de violência doméstica. Frente a isso, este estudo objetiva construir e validar instrumento para telemonitoramento de mulheres em situação de violência doméstica em contexto de pandemia. Trata-se de um estudo metodológico desenvolvido por um grupo de pesquisadoras da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia em parceria com a Operação Ronda Maria da Penha. Seguiu-se cinco etapas, a saber: Estabelecimento da estrutura conceitual, definição dos objetivos do instrumento e da população envolvida; Construção dos itens e das escalas de respostas; Seleção e organização dos itens e estruturação do instrumento; Pré-teste; e Validade de conteúdo. Para o processo de validação de conteúdo utilizou-se a Técnica Delphi. Foram obedecidos os aspectos éticos e o projeto foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa sob parecer nº 4.933.325. O instrumento elaborado possui cinco domínios que versam sobre apresentação da telemonitora, sinais e sintomas de Covid-19, investigação de outras situações de saúde, orientações de prevenção e encaminhamentos. O processo de validação ocorreu em duas rodadas, sendo conseguido IVC = 1. Esta pesquisa pode subsidiar o cuidado a mulheres em situação de violência, mas também auxilia na abordagem da temática por profissionais de saúde. Outrossim, pode ser adaptado para ser utilizado em outras populações.

GÓES, Roberta Pereira. Construção e Validação da Escala de Avaliação de Recursos Hospitalares para Preservação da Continência Urinária de Idosos. Tese Doutorado. Orientadora: Larissa Chaves Pedreira. 149p.

Objetivo: Desenvolver e validar uma escala de avaliação de recursos hospitalares para preservação da continência urinária de pessoas idosas, com base no componente estrutura da tríade donabediana. Metodologia: Estudo metodológico dividido em quatro etapas: (1) Construção e validação de conteúdo do instrumento por meio da técnica Delphi; (2) Validação de sua estrutura interna por meio da Análise Fatorial Exploratória realizada no software FACTOR, utilizando a matriz de correlação tetracórica, a Análise Paralela otimizada para retenção dos fatores, a técnica Robust Promin para rotação fatorial, e a técnica Robust Diagonally Weighted Least Square (RDWLS) para extração fatorial; (3) Avaliação das evidências de confiabilidade do instrumento por meio da confiabilidade composta, do índice H-latent e da técnica teste-reteste; e (4) Análise do panorama estrutural das unidades onde o instrumento foi aplicado. Resultados: A construção do instrumento teve como base o suporte teórico donabediano e evidências obtidas por meio de uma revisão integrativa, resultando em uma versão inicial com 13 itens agrupados em três dimensões. Através da técnica Delphi (duas rodadas), obteve-se validação de seu conteúdo com contribuições de seis juízes experts no tema, alcançando consenso da versão empírica constituída de 24 itens a serem respondidos em formato de variáveis dicotômicas. Ao aplicá-lo à população alvo (enfermeiras assistenciais de três hospitais), obteve-se taxa de resposta de 56,6% (n:124). Nessa versão, a Análise Fatorial Exploratória não permitiu obter um modelo fatorável, devido à dimensão estrutura física. Verificou-se uma forte natureza interdependente das variáveis dessa dimensão que não possuíam covariância suficiente para formarem um fator, decidindo-se, assim, por retirála do instrumento e a assumir como um checklist complementar ao mesmo. Da análise fatorial exploratória com os 14 itens restantes, obteve-se um modelo de dois fatores com Kaiser Meyer Olkin (KMO) e Teste de esfericidade de Bartlett indicando adequação da amostra para interpretabilidade da matriz. Da análise dessa matriz, três variáveis apresentaram indicadores problemáticos, sendo então removidas. O modelo fatorial final dos 11 itens apresentou dois fatores com variância explicada total de 60,51%, sendo denominada “Escala de avaliação de recursos hospitalares para preservação da continência urinária de pessoas idosas” (REHOSP-CUI-11). O fator 1 denominado apoio aos recursos humanos (cinco itens), apresentou cargas fatoriais que variaram de 0,41 a 1,00; e o fator 2 denominado recursos materiais (seis itens) apresentou cargas fatoriais que variaram de 0,38 a 0,86. A confiabilidade composta foi de 0,84 no fator 1 e 0,88 no fator 2; o índice H-latent foi de 0,998 no fator 1 e 0,937 no fator 2. Os resultados do testereteste demonstraram elevada porcentagem de concordância intraobservadores (acima de 70%) e valores do Índice de Correlação Intraclasse aceitáveis (ICC global: 0,781; ICC do fator 1: 0,718; e ICC do fator 2: 0,676). Conclusão: Disponibiliza-se uma escala válida e confiável de avaliação estrutural de enfermarias que pode identificar fragilidades e/ou potencialidades relacionadas aos indicadores de apoio aos recursos humanos e recursos materiais disponíveis para preservação da continência urinária de pessoas idosas em enfermarias de instituições hospitalares.

ALVES, Manuela Bastos. Modelo de Cuidados de Enfermagem à pessoa idosa ao fim da vida em instituições de longa permanência. 142f. Tese (Doutorado em Enfermagem) – Universidade Federal da Bahia, Escola de Enfermagem, 2022.

Cuidar da pessoa em processo de morrer implica em assegurar a dignidade e o conforto do indivíduo até o seu último minuto de vida. Para que isso seja alcançado, é necessário que haja um ambiente acolhedor, que contribua para a minimização das dores, alívio das angústias e redução de danos evitáveis. Ademais, espera-se promover um cuidar atento a pessoa que se encontra em declínio progressivo na fase avançada da doença e que urge por um cuidado frente a necessidade de uma travessia serena, sendo está uma prática de cuidados de fim de vida. Quando se afloram as dificuldades dos familiares em manter um cuidado à pessoa idosa ou quando esta não conta com o apoio de pessoas próximas, as Instituições de Longa Permanência para Idosos surgem como uma alternativa de instituição que prestam um cuidado formal. Nesse contexto, espera-se que estas Instituições assumam o papel de uma nova família, de um novo espaço de cuidados para estas pessoas, muitas vezes é uma possibilidade única de construir novos laços afetivos, proporcionando um ambiente para socialização, valorização da independência e autonomia, preservando a individualidade e respeito à identidade dos residentes. Diante disto, o estudo tem como questão norteadora: Quais elementos constitutivos da Teoria de Final de Vida Pacífico e dos princípios filosóficos dos cuidados paliativos marcam os cuidados ao fim da vida às pessoas idosas em Instituições de Longa Permanência? Tem como objeto: Cuidado ao fim de vida de pessoas idosas em Instituições de Longa Permanência segundo a Teoria de Final de Vida Pacífico e dos princípios filosóficos dos cuidados paliativos. Objetivo geral: Compreender como se dão os cuidados às pessoas idosas em fim de vida residentes em instituições de longa Permanência e como objetivos específicos: Interpretar como são prestados os cuidados ao fim da vida às pessoas idosas na Instituições de Longa Permanência para Idosos sob a ótica dos profissionais da equipe; Desenvolver um modelo teórico de cuidados de enfermagem a pessoa idosa ao fim da vida no contexto das Instituições de Longa Permanência para Idosos. Trata-se de um estudo descritivo e interpretativo de natureza clínico qualitativa, fundamentado na Teoria do Final de Vida Pacífico e nos princípios filosóficos dos cuidados paliativos e um estudo teórico para o desenvolvimento de um modelo de cuidados de enfermagem, realizado em uma Instituição de Longa Permanência para Idosos na Bahia. Os dados foram coletados nos meses de maio e junho de 2021 a partir de entrevistas semiestruturada, contando com a participação de doze profissionais que trabalham na instituição e foram interpretados à luz da Teoria do Final de Vida Pacífico, desenvolvida pelas enfermeiras Cornelia Ruland e Shirley Moore e dos princípios filosóficos dos cuidados paliativos. Foram respeitados os aspectos éticos conforme Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. A pesquisa revelou que a equipe de saúde da Instituição de Longa Permanência cenário do estudo demonstra que as cuidadoras e profissionais de saúde demandam por conhecimento e formação técnica baseada em evidências sobre a temática dos cuidados paliativos. O controle da dor e o conforto físico e espiritual foram as categorias mais presentes no que tange a prestação dos cuidados ao fim da vida às pessoas idosas. Por fim, foi apresentado o desenvolvimento de um modelo de cuidados de enfermagem para pessoas idosas ao fim da vida que tem por finalidade contribuir para o aprimoramento do cuidado implementado a essas pessoas no contexto das Instituições de Longa Permanência para Idosos direcionado pela preservação da autonomia, dignidade e conforto no processo de morrer e morte.

DE GÓIS, Rebecca Maria Oliveira. Processo de supervisão do enfermeiro: contributos para o desenvolvimento da autonomia no ambiente hospitalar. 2022.172.f. Tese (Doutorado) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2022.

O processo de supervisão do enfermeiro no ambiente hospitalar passa por modificações, transitando, assim, do caráter de controle e de fiscalização, elementos da sua essência, e passando por transformações que vêm atender aos contextos vigentes de cada realidade das organizações em saúde/enfermagem. O objeto desta pesquisa é visto sob a perspectiva de concepções mais modernas da SS e os constructos de Paulo Freire. Para a formulação da pergunta norteadora foi utilizado o acrônimo PCC (População, Conceito e Contexto), da seguinte forma: (P) enfermeiros; (C) Processo de supervisão e o desenvolvimento da autonomia profissional; e (C) ambiente hospitalar. Com isso, adotou-se como pergunta norteadora: “Como o processo de supervisão do enfermeiro se constitui em contributo para o desenvolvimento da autonomia profissional em ambiente hospitalar de três países ibero-americanos?”. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que faz parte de um estudo multicêntrico de Hospitais Universitários de três países (Portugal, Espanha e Brasil). Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa. A pesquisa teve como participantes os enfermeiros assistenciais e chefes das unidades de internação, coordenação de enfermagem, gerentes e supervisores. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada e a observação sistemática. Esta coleta de dados aconteceu no período de 2019 a 2020. Para a sistematização dos dados utilizou-se os softwares webQDA® e NVivo®, e como método analítico a análise de conteúdo de Minayo. Desse modo, o presente estudo analisou o processo de supervisão do enfermeiro em organizações hospitalares de três países. Construiu-se cinco artigos, dentre os quais há uma bibliometria e um estudo de revisão de escopo sobre supervisão hospitalar, realizados com o objetivo de mapear as evidências sobre a temática. Ademais, os dados da pesquisa de campo constituem outros três artigos, um que aborda a caracterização do processo de supervisão de enfermeiros nos três cenários investigados; outro sobre a interface da supervisão e o desenvolvimento da autonomia nos três países, e, por fim, o último sobre a utilização das ferramentas da qualidade em um hospital do Brasil. O estudo sinaliza para os movimentos de ruptura de paradigmas relacionados ao modelo de gestão adotado e para as fragilidades, tais como o dimensionamento insuficiente de trabalhadores de enfermagem e o entendimento frágil sobre o processo de supervisão. Há também um repensar das práticas gerenciais no sentido de fundamentar o processo de supervisão do enfermeiro no ambiente hospitalar para a perspectiva da SS, em que haja o entendimento da necessidade de ruptura de paradigmas e o desvencilhar de um modelo voltado para o controle, identificação de falhas e aumento da produtividade sob influência das Teorias Administrativas em Enfermagem. Frente ao exposto, compreende-se que o processo de supervisão do enfermeiro constitui-se em contributo para o desenvolvimento/construção/fortalecimento da autonomia profissional, uma vez que é espaço potente para o desenvolvimento profissional e de saberes, na construção do agir político alinhado à produção de cuidados, que busca garantir a segurança do paciente e a satisfação do trabalhador.

LIRIO, Josinete Gonçalves Santos. Fatores associados ao Transtorno Mental Comum em Mulheres em situação de violência conjugal. 119fls. Tese (Doutorado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2022.

A vivência de violência conjugal é um problema de saúde pública e ocasiona inúmeras repercussões para vida das mulheres experienciam. Frente isso, o conhecimento sobre quem são as mulheres em situação de violência conjugal e os fatores que estão associados ao Transtorno Mental Comum, nesse grupo, é de suma importância para protegê-las e elaborar estratégias de prevenção e enfrentamento, principalmente para essas que estão mais vulneráveis. Diante disso, delineou-se como objetivo geral: Investigar os fatores associados ao Transtorno Mental Comum em mulheres em situação de violência conjugal atendidas pela Operação Ronda Maria da Penha. Método: Trata-se de um estudo com abordagem quantitativa, do tipo corte transversal, cuja a amostra foi composta por 231 mulheres em situação de violência conjugal com Medida Protetiva de Urgência que são acompanhadas pela Operação Ronda Maria da Penha. Com intuito de alcançar os objetivos, adotou-se como variável dependente: Transtorno Mental Comum. As variáveis independentes foram: sociodemográficas, expressões da vivência de violência na infância, vivência de violência conjugal na vida adulta, uso de drogas e comorbidades. Os dados foram coletados por meio de um formulário estruturado, no período de janeiro a maio de 2021. Os mesmos foram organizados do programa Microsoft Office Excel e posteriormente transportados para o STATA versão 12, para análise. Inicialmente, foi efetuada a análise exploratória por meio da estatística descritiva para caracterização da amostra estudada. Em seguida, foi realizada a analise bivariada para verificar a associação as variáveis independentes e o Transtorno Mental Comum, para isso foi realizado o cálculo da razão de prevalência (RP). O nível de significância estatística adotado em todas as análises foi de 5% (α  0,05) e IC 95%. O valor de p foi obtido pelo Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fischer. Resultados: O estudo mostrou associação entre fatores sociodemográficos, vivência violência conjugal e Transtorno Mental Comum. Destacando que houve uma associação estatisticamente significante (p 0,05) do Transtorno com as seguintes variáveis: o tempo de vivência na relação violenta (RP = 1,21), ter experienciado a violências psicológica (RP = 2,78), a violência sexual (RP = 1,41) e as cinco as expressões da violência (RP = 1,22). Houve também associação estaticamente significante entre a vivência de violência na infância/adolescência e desfecho sendo que as mulheres que presenciaram a violência física (RP=1,20; p=0,04) e aquelas que sofreram tanto a psicológica (RP=1,32; p=0,01) quanto a física (RP=1,25; p=0,016) tinham mais probabilidade de desenvolver o Transtorno Mental Comum, do que aquelas que não presenciaram, ou não sofreram este tipo de agravo, nessa fase da vida. Estes resultados evidencia o grupo de mulheres em situação de violência conjugal que tem mais probabilidade de desenvolver o Transtorno Mental Comum, mostrando assim a necessidade de direcionar as ações de cuidado a esse grupo que está mais vulnerável.

SANTOS, Alana Libania de Souza Santos. Sentido da vida de pessoas idosas da Universidade Aberta a Terceira Idade frente à COVID-19. 2022. Tese (Doutorado em Enfermagem e saúde) Universidade Federal da Bahia, Salvador/BA, 2022.

A pandemia da COVID-19 na atualidade é uma situação concreta que traz experiências que marcam as pessoas por toda uma existência. No que se refere a pessoa idosa, encontrar sentido da vida nessa experiência foi um desafio. Este estudo teve como objetivo compreender o sentido da vida de pessoas idosas da Universidade Aberta à Terceira Idade frente à pandemia da COVID-19. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, exploratória, ancorada na Análise Existencial de Viktor Emil Frankl. Foi realizada em um programa de Universidade Aberta à Terceira Idade vinculado a uma universidade pública na cidade de Guanambi na Bahia, com catorze pessoas idosas de ambos os sexos, com idade que variou entre 60 e 82 anos. As informações foram coletadas por meio da entrevista semiestruturada, no período de abril a julho do ano de 2022, e analisadas com base na técnica de análise de conteúdo temática-categorial. As categorias e subcategorias desveladas foram:1 Significado da pandemia da COVID-19 para as pessoas idosas da Universidade Aberta à Terceira Idade, 1.1 Desvelando a noodinâmica: dicotomia entre os sentimentos de tensão e conteúdos de sentido da vida; 2 Desafios vividos pelas pessoas idosas da Universidade Aberta à Terceira Idade durante a pandemia da COVID-19, 2.1 Convivendo com a prisão, a ameaça da autonomia, e a perda do convívio social, da prática religiosa na igreja e do trabalho voluntário, 2.2 Desvelando vivências com a tríade trágica: sofrimento, culpa e medo da morte; 3 Sentido da vida, apesar de tudo, as pessoas idosas da Universidade Aberta à Terceira Idade disseram sim à vida, 3.1 Revelando otimismo trágico durante a pandemia da COVID-19, 3.2 Expressando conteúdos de sentido pela vivência de valores de atitude e de criação. Compreendeu-se que as pessoas idosas da Universidade Aberta à Terceira Idade foram ao encontro do sentido diante da situação de crise da pandemia da COVID-19, revelando otimismo frente à tríade trágica desvelada, e a atitude positiva de dizer sim à vida apesar de tamanho sofrimento. Conclui-se que a pessoa idosa é capaz de vivenciar os desafios e o sofrimento, de modo afirmativo, criativo e solidário, amparadas pelo amor à família, bom estado de saúde, e sobretudo pela fé. São capazes de transformar os aspectos negativos da vida em aprendizado, ao assumirem uma atitude positiva de enfrentamento e transcenderem a si mesmas na ajuda a quem mais precisa. São capazes de encontrar o sentido em meio à crise ao vivenciarem os valores criativos e atitudinais.

GOMES, Nadjane Rebouças. Associação entre violência familiar e os fatores sociodemográficos, clínicos, comportamentais e Transtorno Mental Comum em adolescentes escolares, 2021, p 87f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde). Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.

Investigar a associação entre a violência intrafamiliar e os fatores sociodemográficos, clínicos, comportamentais e o Transtorno Mental Comum em adolescentes escolares; Traçar o perfil sociodemográfico e estilo de vida de adolescentes escolares em vivência de violência intrafamiliar. Refere-se a um estudo de corte transversal, efetuado em uma escola pública, na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. A amostra do estudo foi formada por 230 adolescentes escolares, com idade variando de 10 a 19 anos, de acordo com a categorização da Organização Mundial de Saúde (OMS). O cálculo amostral foi produzido com o pacote estatístico R, versão 3.3.1, concebendo a margem de erro de 5%, o nível de significância de 5% e reposição de 20%. Utilizou-se um formulário contendo as variáveis e uma escala SRQ-20 para avaliar o TMC. Os dados foram processados pelo auxílio do Programa Stata, versão 12. Os resultados da dissertação foram apresentados em 2 manuscritos. O manuscrito 1 intitulado “Fatores associados à vivência de violência na família por adolescentes” está vinculado ao objetivo 1 da dissertação: Investigar a associação entre a violência intrafamiliar e os fatores sociodemográficos, clínicos, comportamentais e o TMC em adolescentes escolares. Esta população é composta majoritariamente por adolescentes com idade entre 10 e 14 anos (50,9%), autodeclarados negros (78,7%), do sexo feminino (57,8%), que declararam não ter namorado(a). O estudo mostrou associação positiva, embora sem significância entre a vivência de violência e as seguintes variáveis: sexo feminino; ter namorado(a); o adolescente contribui para o sustento da família. A vivência de violência intrafamiliar teve uma associação positiva com significância estatística entre as variáveis: TMC e o uso de álcool alguma vez na vida. Destaca-se também uma associação positiva, sem significância estatística com as variáveis: uso de álcool no último mês; uso de cigarro alguma vez na vida; uso de cigarro no último mês ; uso de drogas ilícitas. Na análise multivariada não houve associação positiva, com significância, em nenhuma das variáveis, entretanto, no modelo final o estudo identificou-se associação significante entre a vivência de violência intrafamiliar e as seguintes variáveis respectivamente: TMC e uso de álcool alguma vez. O manuscrito 2 intitulado “Perfil de adolescentes em vivência de violência intrafamiliar” está vinculado ao objetivo 2 da dissertação: Traçar o perfil sociodemográfico e estilo de vida de adolescentes escolares em vivência de violência intrafamiliar. A população do estudo foi composta por 145 adolescentes, com vivência de violência intrafamiliar, sendo as meninas, o grupo mais exposto ao agravo (62,1%), autodeclaradas negras (77,9%), não possui namorado(a). De acordo com as características comportamentais e hábitos de vida dessas(os) adolescentes 63,5% apresentaram TMC, 75,2% afirmaram que consumiram álcool (alguma vez na vida). O estudo revelou o perfil de adolescentes mais susceptível a situação de violência no ambiente doméstico e ainda que essas(es) adolescentes com vivência de violência intrafamiliar possuem mais chances de utilizar álcool e apresentar TMC em comparação aquelas(es) que não experienciaram o agravo, evidenciando a importância de uma atuação precoce para evitar ou amenizar os impactos causados, principalmente à saúde mental dos adolescentes.

MOTA, G.S. Determinantes sociais da saúde e fatores de risco para sífilis em mulheres de uma comunidade rural. 2021. 79 f. Dissertação (mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
Os determinantes sociais da saúde são um conjunto de fatores que representam as particularidades dos indivíduos e compõem uma rede heterogênea de fatores que prejudicam, promovem ou protegem a saúde. Segundo o Ministério da Saúde, a sífilis continua ainda hoje um problema de saúde pública para o Brasil. Dentre seus fatores de risco em mulheres de comunidades rurais destacam-se: acesso restrito aos serviços de saúde, retardo no diagnóstico e intervenção precoce, relações sexuais desprotegidas e falta do conhecimento acerca da sífilis acarretando diretamente nos impactos sociais dessas mulheres e nos determinantes sociais da saúde no que diz respeito as desigualdades partindo das condições da vida cotidiana. Constitui-se como objetivos da pesquisa: identificar os determinantes sociais da saúde e os fatores de risco para a sífilis em mulheres de uma comunidade rural; verificar a associação entre os determinantes sociais da saúde e os fatores de risco para a sífilis em mulheres de uma comunidade rural. Trata-se de um estudo transversal realizado com 259 mulheres de uma comunidade rural de Camaçari-BA. Os dados foram coletados no período de julho de 2019 a janeiro de 2020, mediante aplicação de um formulário que contemplava as características sociodemográficas e condições de saúde geral. Para o processamento e análise dos dados utilizou-se o software estatístico SPSS, versão 21.0. A análise descritiva foi realizada mediante números absolutos e índices percentuais. Para verificar a associação entre os determinantes sociais da saúde e os fatores de risco para a sífilis foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson, considerando uma significância estatística quando p<0,05, e análise de regressão logística múltipla para determinar quais variáveis puderam ser consideradas preditoras para a sífilis. Houve predomínio de mulheres acima de 30 anos (61,4%), de cor preta/parda (89,2%), sem antecedentes pessoas de doenças crônicas (60,2%), com início da vida sexual acima dos 16 anos (57,7%), com 1 a 3 parceiros sexuais na vida (72,9%), que usavam métodos contraceptivos (67,6%), sem uso dos preservativos em todas as relações sexuais (62,2%), conheciam sobre a transmissão e prevenção de IST (89,8%), já gestaram (91,5%) e não abortaram (74,1%). Possuíam crença religiosa (75,7%), viviam com companheiro (71,4%), possuía filho (89,6%), não contavam com grupo de apoio (57,1%), tinha até o ensino fundamental (47,1%), exercia atividade remunerada (34,3%), residia em casa própria ou cedida (86,1%), recebia menos que um salário mínimo (33,7%), parcialmente dependente financeiramente de alguém (39,4%), não recebe auxílio governamental (51,4%) e acessam exclusivamente serviços de saúde públicos (53,3%). Identificou-se associação estatística significante entre: o uso de preservativos nas relações sexuais e o uso de métodos contraceptivos com a situação de moradia (p=0,03); número de dependentes da renda (p=0,01) e acesso aos serviços de saúde (p=0,03). Com relação ao conhecimento sobre a transmissão e prevenção de IST e crença religiosa (p=0,02) demonstrou associação significativa, assim como possuir filhos (p=0,02), escolaridade (p<0,01) e renda mensal (p=0,02). Os dados revelaram desigualdades sociais que podem interferir na saúde das mulheres rurais, portanto possibilita a ampliação de ações de saúde e estratégias no intuito de atender as necessidades da população.

SILVA, Lucinéia Santos da. Fatores associados ao acidente vascular cerebral isquêmico em crianças e adolescentes com tetralogia de Fallot. 2021. 89 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Enfermagem, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
O objetivo geral é verificar os fatores associados ao AVCI em crianças e adolescentes com tetralogia de Fallot em um ambulatório especializado em cardiologia e cirurgia cardiovascular pediátrica no Nordeste do Brasil e traçados três objetivos específicos: 1º: Estimar a prevalência da T4F em crianças e adolescentes com cardiopatias congênitas; 2º:Estimar a prevalência do AVCI em crianças e adolescentes com T4F e 3º: Caracterizar as crianças e adolescentes com T4F e as complicações encontradas em relação a variáveis clínicas e demográficas. Trata-se de estudo quantitativo, de corte transversal, descritivo, realizado em um ambulatório especializado em cardiologia e cirurgia cardiovascular pediátrica no Nordeste do Brasil. Incluiu amostra representada por todas as crianças e adolescentes com idade de zero a 19 anos com diagnóstico de tetralogia de Fallot acompanhadas nesse ambulatório especializado. Os dados foram obtidos através da consulta dos prontuários eletrônicos, e norteado por um formulário de elaboração própria. Incialmente foi realizada uma análise descritiva univariada das variáveis clínicas e demográficas das crianças e adolescentes com T4F: frequências absoluta e relativa para variáveis categóricas; mediana e intervalo interquartil para variáveis numéricas. Na segunda etapa, foram efetuadas análise bivariada que consistiu em verificar os fatores associados ao acidente vascular cerebral isquêmico em crianças e adolescentes com T4F e aplicou-se o Teste Qui-quadrado de Pearson e ou Exato de Fisher. Todas as variáveis trabalhadas na análise bivariada foram incluídas no modelo multivariado de regressão logística. As que permaneceram no modelo final foram aquelas que se mostraram significantes (p < 0,05). Os resultados foram descritos em dois manuscritos que contemplaram os objetivos. Manuscrito 1: Respondeu os três objetivos específicos da dissertação. Dos 104 (15,5%) das crianças e adolescentes atendidas nesse ambulatório possuem o diagnóstico de tetralogia de Fallot, a maioria era do sexo masculino (59,6%) e com idade entre 10 e 19 anos (49%). Foram evidenciadas complicações como: acidente vascular cerebral isquêmico (6,7%), endocardite (2,9%) e insuficiência cardíaca (1,9%). Manuscrito 2: Respondeu diretamente o objetivo geral da dissertação. Presença de fatores clínicos, como a trombofilia e policitemia e, como complicação, a parada cardiorrespiratória são preditores independentes para acidente vascular cerebral isquêmico em crianças e adolescentes com T4F. Evidenciou-se alta prevalência da T4F e de complicações decorrentes desta cardiopatia. Com isso, é essencial que os profissionais e serviços de saúde estejam preparados para o atendimento dessas crianças e adolescentes e, sobretudo, políticas públicas voltadas para a população infantojuvenil com cardiopatia congênita urgentemente implementadas, a fim de promover a melhoria do cuidado e do acesso ao diagnóstico e ao tratamento.

LEIRO, Jacinta Marta Tavares. O Coleivo de Mulheres do Calafate no enfrentamento à violência contra as mulheres. 2021. 88f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2021.
O referido projeto teve como objetivo conhecer as contribuições do Coletivo de Mulheres do Calafate no enfrentamento a violência contra as mulheres. A realidade da violência contra as mulheres vivenciada por mulheres do Coletivo de Mulheres do Calafate é uma situação que nos convida a compreender a relevância de organizações feministas para o fortalecimento de mulheres em situação de violência doméstica com fins em uma vida livre desse fenômeno e motivada a expandir e propagar o protagonismo do CMC há mais de 25 anos de atuação. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, escolhida por se tratar de uma pesquisa que necessitará resgatar elementos relacionados às vivências e interações de integrantes em uma organização social e sua luta no enfrentamento a violência contra as mulheres em suas várias expressões. Possibilitou conhecer as contribuições do Coletivo de Mulheres do Calafate para o enfrentamento da violência contra as mulheres. Aponta para importância de iniciativas auto gestionadas por mulheres populares e negras para a realização de conquistas pessoais e coletivas, superando os desafios do cotidiano violento e de vulnerabilidade social e oferece subsídios para o direcionamento às outras organizações sociais que atuam ou pretendam atuar para o enfrentamento da problemática da Violência Contra a Mulher.

DAMASCENA, Dhuliane Macedo. Condições de produção de erro no trabalho em
enfermagem. 2021. 134 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de
Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
O objetivo da pesquisa foi analisar condições de produção de erro em processos ético-disciplinares
tramitados, julgados e arquivados nos Conselhos Regionais de Enfermagem do Nordeste
brasileiro. Trata-se de estudo analítico com abordagem qualitativa. O s locais do estudo foram
os Conselhos Regionais da Bahia, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte. Foram incluídos
na pesquisa processos éticos disciplinares tramitados, julgados e arquivados no período de 2000
a 2018. Para a análise dos dados, empregou-se a Análise de Conteúdo Temática proposta por
Bardin. O processo analítico tomou como base a Teoria da Produção Social interpretada por
Carlos Matus, considerando-se três espaços para a produção de erro no trabalho em
enfermagem: espaço geral, espaço particular e espaço singular. No período investigado, foram
identificados 19 processos com denúncia de erro no trabalho em enfermagem, envolvendo 26
trabalhadoras. Os resultados apontaram que a autoria do erro no trabalho em enfermagem é
frequente entre técnicas e auxiliares em enfermagem, dada a natureza do trabalho que executam,
predominando atividades assistenciais. O erro mais recorrente foi o de medicação no ambiente
hospitalar. As condições de produção de erro mais frequentes no trabalho em enfermagem
foram identificadas no espaço geral ou de determinação do erro (74,52%), com destaque para a
precarização do trabalho, revelada pela intensidade do trabalho, pelo descarte do direito do
trabalho e pelas condições precárias de trabalho. No espaço geral, ainda se evidenciou o modelo
hierarquizado de organização do processo de trabalho em saúde e ausência de instrumentos de
trabalho, como condições de produção de erro no trabalho em enfermagem. No espaço
particular, as condições de produção de erro identificadas estavam relacionadas com a
organização do processo de trabalho em enfermagem (15,09%). No espaço singular, que situa
as singularidades das trabalhadoras em enfermagem, como conhecimento, habilidade e atitude,
expressaram-se com menor frequência (10,3%) as condições de produção de erro. Concluiu-se
que as condições de produção de erro foram identificadas com mais frequência no espaço geral,
dos determinantes para a ocorrência de erro, sendo a precarização do trabalho a condição mais
recorrente. As singularidades das trabalhadoras em enfermagem, situadas no espaço singular,
emergiram com menor frequência como condições de produção de erro, demonstrando que
essas profissionais não erravam sozinhas e nem suas singularidades eram predominantemente
causas de erro.

BRANDÃO, Miller Fontes. Imagem da Enfermeira no Jornal O Estado de São Paulo. 2021. 72f. Dissertação (Mestrado em enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2021.
Trata-se de uma pesquisa qualitativa, documental, exploratória com abordagem baseada no processo de investigação histórica que teve como objetivo analisar a imagem da enfermeira divulgada no jornal O Estado de São Paulo no período de 1970 a 1999. Utilizamos como fonte de dados todas as edições publicadas pelo jornal nos 30 anos compreendidos entre 1970 e 1999, totalizando 10.950 edições publicadas no recorte temporal estudado. A coleta de dados foi realizada por meio de técnicas de webscraping, uma técnica proeminente para a coleta automatizada de dados on-line. Adotamos, como critério de inclusão a menção aos termos “enfermeiro” ou “enfermeira”, bem como ambas as palavras nos seus respectivos plurais, em qualquer momento do texto. Deste modo, o corpus de análise foi composto por
2.528 notícias. Identificamos uma média de sete notícias por mês a respeito da enfermeira. Entretanto, em 90,3%, a enfermeira foi apenas mencionada no texto, sem nenhum destaque ou relação com a notícia principal. Além disso, a maior parte das matérias foi veiculada na seção classificados, no formato de artigo ou coluna, que, por característica constitutiva, traz a opinião do autor sobre determinado tema. Nas notícias em que foi a figura secundária ou principal, identificamos características que remetem à dimensão cognitiva da imagem que foram agrupadas nas categorias de análise: Submissão à categoria médica; Representações dicotômicas: de anjos a demônios; A desvalorização do trabalho da enfermeira; A enfermeira profissional; A enfermeira consciente do seu papel político. Podemos inferir, com base nos dados analisados, que apesar do significativo quantitativo de notícias publicadas a respeito do tema durante o período analisado, isso pouco contribuiu para a construção da imagem da enfermeira enquanto profissional de saúde na sociedade brasileira porque a maior parte das notícias apenas mencionou a enfermeira no texto ou utilizou o termo para caracterizar um objeto ou situação. Além disso, as características das enfermeiras apresentadas nas notícias analisadas remetem a uma imagem ainda romantizada e distante da realidade do mundo do trabalho vivenciado pelas enfermeiras, reforçando antigos estereótipos ligados ao feminino e ao trabalho doméstico. Defendemos que é preciso abrir caminhos para o fortalecimento da imagem desta profissional enquanto trabalhadora que desempenha papel central em qualquer sistema de saúde. São profissionais que estão presentes em quase todos os serviços de saúde, de maneira contínua, todos os dias da semana. Elas representam o elo entre os diversos profissionais de saúde na condução dos processos de cuidados e ocupam, cada vez mais, espaços na gestão de serviços e sistemas de saúde.

SILVA, Pedro Henrique Costa. Mobilidade de Pessoas Idosas Hospitalizadas: Um Estudo de Representações Sociais. 2021. 81 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Universidade Federal da Bahia, Escola de Enfermagem, Salvador, 2021.
A pesquisa foi desenvolvida baseada na problemática que a hospitalização, mesmo de forma não intencional, favorece a ocorrência de riscos e quando se trata de pessoas idosas, podem gerar problemas de ordem física, psicológica e social que poderia ser evitado através do estímulo à mobilidade. Objetivo: apreender a estrutura das representações sociais da equipe de enfermagem, acerca da mobilidade da pessoa idosa hospitalizada. Trata-se de uma pesquisa descritiva-exploratória de abordagem qualitativa, fundamentada nos princípios da Teoria das Representações Sociais, com foco na abordagem estrutural. O grupo social estudado foi composto por 100 profissionais da equipe de enfermagem que atua em unidades abertas destinada ao cuidado às pessoas idosas, de um hospital universitário, na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Para coleta dos dados foram utilizadas as técnicas de associação livre de palavras e entrevista não-estruturada. Os dados da associação livre de palavras foram processados pelo software EVOC que determinou a estrutura da representação social através do quadro de quatro casas. O corpus das entrevistas foi analisado através da análise de conteúdo de Bardin. No quadro de quatro casas, considerando a frequência e a ordem média das evocações, os termos “queda, acamado e cuidado” compuseram o núcleo central. O conjunto de termos apresentados no quadro de quatro casas apresentaram ressonância nas entrevistas e endossaram a construção de três categorias temáticas: Cuidados envolvendo os riscos, cuidados voltados para manter a independência/autonomia e atenção para lidar com as barreiras à mobilidade. A equipe de enfermagem ao expor a estrutura representada diante do objeto analisado deixa à vista que não se limita apenas na execução da assistência, vai além ao pensar em estratégias seguras de mobilidade da pessoa idosa hospitalizada. Uma equipe específica que trabalhe com foco nesse domínio através do gerenciamento dos fatores limitantes trazido no quadro, poderia se preocupar em pensar na operacionalização dessas estratégias, provendo pessoas, equipamentos, materiais e as demais necessidades. Embora a pesquisa seja limitada a um grupo de profissionais, é necessário aprofundar os estudos e analisar as conexões que os elementos fazem entre si, além de outras pesquisas na área para elucidar melhor a relação que as profissionais de saúde estabelecem como prioridade na recuperação da mobilidade de pessoas idosas hospitalizadas.

PAIVA, Juliana Maciel Machado. Trajetória profissional dos egressos dos cursos técnicos em enfermagem na modalidade integrada. 110 p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde), Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
No cenário da formação técnica em enfermagem existe uma distância considerável entre a escolha profissional e a consolidação dessa escolha através da atuação na profissão. Essa lacuna é permeada por uma série de elementos facilitadores e desafiadores que impactam na garantia da atuação destes profissionais enquanto técnicos em enfermagem. Portanto, se configura como objetivo principal deste estudo analisar a trajetória profissional dos egressos dos cursos técnicos em enfermagem na modalidade integrada na Bahia. E como objetivos específicos: caracterizar os egressos da formação técnica em enfermagem na modalidade integrada; identificar os elementos que facilitaram a trajetória profissional dos egressos da formação técnica em enfermagem na modalidade integrada e identificar os desafios enfrentados dos egressos da formação técnica em enfermagem na modalidade integrada em sua trajetória profissional. Trata-se de um estudo descritivo-exploratório, realizado através de entrevistas com 19 egressos que finalizaram o curso técnico em enfermagem na modalidade integrada entre 2015 e 2018. A pesquisa teve como instituições coparticipantes 3 escolas no estado da Bahia. A coleta de dados se desenvolveu de forma presencial e à distância com apoio de tecnologias. A tratativa destes dados se deu com o apoio de um software de análise qualitativa. 84,2% dos egressos eram do sexo feminino; as faixas etárias entre 21 e 30 anos e entre 31 e 40 anos representam 36,8% dos egressos; 63,2% eram solteiros, e 57,9% pardos. Através das falas dos egressos foi possível elencar os elementos facilitadores para inserção no mundo do trabalho, sendo evidenciados itens como formação profissionalizante, experiência proporcionada pelos estágios e aulas práticas, experiências profissionais anteriores, iniciativas governamentais e rede de indicações; também foram identificados os desafios: falta de experiência na profissão, limitações das iniciativas governamentais, baixa oferta de vagas no interior do estado, rede de indicações e precariedade dos vínculos.

BORGES, C.C.L. Análise da situação de saúde de homens e o direcionamento da Atenção Primária: Implicações para a Enfermagem. 2021. 101f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia. Salvador – Ba, 2021.
RESUMO
Analisar a configuração da situação de saúde de homens e o direcionamento das ações governamentais Atenção Primária à Saúde, no Brasil, e as implicações das ações governamentais voltadas para a saúde de homens na prática profissional da Enfermagem na APS. Estudo descritivo, baseado na literatura científica sob a utilização de duas estratégias: revisão de escopo nas bases de dados bibliográficas especializada na área de Enfermagem BDENF, COCHRANE, Scientific Electronic Library Online, LILACS, vinculada à BVS, a partir de nove artigos publicados, dos anos de 2000 a 2020, orientados pela metodologia da Joanna Briggs Institute e análise documental com dados obtidos em 31 ações governamentais dos anos de 2009 a 2021, extraídas das bases de dados oficiais hospedados na internet, dos órgãos ligados ao setor da saúde e áreas afins do governo federal do Brasil: página eletrônica do Ministério da Saúde, portal da legislação, portal de arquivos do Ministério da Saúde e outros, obtendo-se leis, planos, notas técnicas, manuais técnicos, guias de orientação e educativo/instrutivo como cartilhas, cartazes, panfletos. Os achados foram discutidos com a literatura científica atual sobre o tema, em alinhamento com os princípios e diretrizes da PNAISH. A situação de saúde de homens na APS está permeada pela concentração de barreiras de acesso e procura pelos serviços estando implicadas nesta adesão: as modalidades clínicas; o medo, a provisão familiar, a invulnerabilidade, automedicação e a feminilização dos serviços de saúde. As principais demandas estavam relacionadas à dor, febre, problemas musculoesqueléticos e as necessidades de saúde bucal, sexual, mental e à prevenção e controle de doenças negligenciadas e das Doenças Crônicas não Transmissíveis. Os marcadores sociais e a construção social das masculinidades influenciam, efetivamente, na situação de saúde e na autopercepção de saúde, a qual contribui também para a busca por serviços mais especializados. Os homens apesar de reduzida frequência nas consultas e na adesão às terapêuticas, participam de grupos educativos em saúde. Quanto as ações governamentais federais relacionadas a situação de saúde de homens expressam um recorte de direcionamento focal a cada tempo histórico e político, e se revelam pela deliberação de ações normativas com o enfoque para a legislação da atenção à saúde de homens no país, ancoradas em uma agenda política para o enfrentamento da morbimortalidade elevada do público masculino e da ampliação e fortalecimento do acesso de homens aos serviços de saúde e com foco na formação, capacitação e aprimoramento profissional das equipes de saúde, dos gestores e apoiadores técnicos a nível nacional. As ações governamentais ainda são pouco expressivas, pois não contemplam todos os eixos do PNAISH, como a mental, espiritual, aos contextos de vulnerabilidade como a situação prisional, a diversidade sexual e de gênero e a etnicidade, cultural e os territórios. Necessita-se inserir o enfermeiro, como integrante da equipe multiprofissional atuando dentro da ESF, utilizando táticas que proporcionem a inserção do homem nos serviços de saúde, apontando a necessidade de educação permanente e capacitação desses profissionais para atuarem frente ao PNAISH, na consolidação da construção de conhecimentos sobre a relação gênero e saúde.

GONÇALVES, Isabela de Jesus. Condicionantes para transição do cuidado hospital-domicílio da pessoa idosa à luz da Teoria de Afaf Meleis. 66 f. il. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
RESUMO
Objetivo: Analisar os condicionantes facilitadores e inibidores no processo de transição do cuidado hospital-domicílio da pessoa idosa a luz da teoria de Afaf Meleis. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, realizada com cuidadores familiares de pessoas idosas que participaram do Projeto de Pesquisa e Extensão intitulado Cuidados de Transição da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia em Salvador, Bahia, Brasil. Os critérios de inclusão foram ser cuidador familiar e atender ao contato telefônico após retorno ao domicílio. Os critérios de exclusão foram: cuidador familiar em que o idoso foi a óbito, contatos errados ou inexistentes, não atender a tentativas de contato telefônico, não souberam responder. A coleta de dados ocorreu entre os meses de janeiro a maio de 2021, por meio do contato telefônico via dispositivo de telefonia móvel onde foi realizada entrevista semiestruturada guiadas por questões abertas que foram audiogravadas e transcrita na integra para posterior análise. Foram entrevistados nove cuidadores familiares de pessoas idosas que já haviam recebido alta hospitalar. A análise dos dados se deu por meio da análise de conteúdo, considerando os pressupostos da Teoria das Transições de Afaf Meleis. Resultados: Os condicionantes facilitadores para a transição hospital-domicílio da pessoa idosa foram o significado positivo para o retorno ao domicílio após hospitalização, a espiritualidade/religiosidade para enfrentamento da condição saúde/doença estabelecida, a estabilidade financeira, o preparo para gerenciamento do cuidar no domicílio e rede de apoio social e comunitária disponível. Os condicionantes inibidores para a transição hospital-domicílio foram o significado negativo para o retorno ao domicílio, o déficit da pessoa idosa para o autocuidado, a insegurança financeira, a falta de preparo para o cuidar no domicílio e a ausência da rede de apoio social e comunitária. Conclusão: Os dados do estudo possibilitam concluir que o processo de transição hospital-domicílio da pessoa idosa é complexo e subjetivo. Por isso, a enfermeira deve direcionar sua atenção aos condicionantes com interesse em promover intervenções que potencialize os facilitadores e atenue os inibidores, contribuindo assim para alcance da transição saudável para pessoa idosa.

FERREIRA, Flávia Silva. Fatores associados ao elevado tempo em comportamento sedentário em universitários de enfermagem. 2021. 60 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.

O comportamento sedentário (CS) tem sido associado a doenças crônicas e à mortalidade por todas as causas mesmo em pessoas suficientemente ativas. Os universitários são referidos como grupo exposto ao CS, mas pouco se conhece sobre esse comportamento em acadêmicos de enfermagem. O objetivo da pesquisa foi estimar o tempo que os universitários de enfermagem passam em CS em seu cotidiano e examinar a associação entre o tempo em CS e as variáveis sociodemográficas, acadêmicas e comportamentais. O estudo transversal foi realizado com 286 universitários de enfermagem de uma Universidade pública, na Bahia. Na coleta de dados, aplicou-se um questionário para caracterização das variáveis de interesse e o Questionário Internacional de Atividade Física. Adotou-se o ponto de corte ≥8h/dia para tempo elevado em CS. As variáveis foram analisadas em frequências absolutas e relativas e a idade, também, em média e desvio-padrão. Empregou-se razões de prevalência (RP), com intervalo de confiança (IC) de 95% para analisar a associação entre as variáveis de interesse e o CS. Na análise bivariada, empregou-se também o teste Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher. As variáveis, com valor de p ≤0,20, foram inseridas no modelo de Regressão Logística Múltipla. Na modelagem, utilizou-se o procedimento backward e na escolha do melhor modelo, o critério de informação de Akaike (AIC) com menor valor. Dado ao tempo elevado em CS ser comum na amostra, para a correção dos riscos, empregou-se o método de estimação Delta, obtendo-se as estimativas de RP e respectivos IC (95%). Adotou-se significância estatística de 5%. A prevalência de tempo em CS ≥8h/dia foi de 53,5%. Na análise multivariada, universitários com idade ≥25 anos ficavam 33,0% menos tempo em CS ≥8h comparados àqueles entre 18 e 24 anos, com dedicação de ≥3 horas aos estudos extraclasse apresentaram 1,23 vezes mais tempo em CS ≥ 8h comparados aos que dispendiam <3horas e que cursavam ≥4 disciplinas no semestre atual apresentaram 1,58 vezes mais tempo em CS ≥ 8h comparados aos que cursavam ≤ 3 disciplinas. Ademais, aqueles que realizavam atividade física <150 min/semana permaneciam 1,25 vezes mais tempo em CS ≥8h do que aqueles que atendiam a recomendação de ≥150 min/semana e aqueles que usavam medicamentos para dormir apresentaram 1,46 vezes mais tempo em CS ≥ 8h em relação aos que não usavam esse tipo de fármaco. Os resultados destacam a importância da elaboração de estratégias e políticas de promoção à saúde visando o combate ao CS em universitários, sobretudo para os alunos mais jovens, com maior acúmulo de disciplinas concomitantes, maior número de horas de estudo extraclasse, nível insuficiente de atividade física e em uso de medicação para dormir.

SANTOS, Gleice de Oliveira. Vivências de mulheres sobre a gravidez ectópica. 2021. 50f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) - Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.

A gestação ectópica se apresenta como um dos tipos de hemorragias que acometem as mulheres durante a primeira metade do período gestacional, essa por sua vez caracteriza-se como a gestação fora da cavidade uterina, possui elevado número de morbimortalidade materna, e um crescimento exponencial nos casos tornando-se uma grande questão de saúde pública em todo mundo. No Brasil sua ocorrência incide em 2% das gestações. O diagnóstico precoce e preciso de gestação ectópica favorece consequentemente à escolha, manejo e eficácia do tratamento. O presente estudo objetiva analisar as percepções de mulheres que vivenciam a gestação ectópica. Trata-se de uma pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, vinculada a um projeto matriz intitulado “Síndromes obstétricas com potencial hemorrágico e suas implicações para saúde da mulher”. O trabalho foi desenvolvido numa maternidade escola no município de Salvador, Bahia, Brasil. As colaboradoras foram mulheres com 18 anos ou mais com história de gestação ectópica. Foram excluídas mulheres que estavam vivenciando a gestação ectópica no período da coleta. Os dados foram obtidos através de entrevistas virtual semiestruturadas. As falas foram gravadas e transcritas na íntegra. A organização e análise dos dados se deu através da análise de conteúdo orientada por Bardin. A pesquisa atende aos requisitos éticos contidos nas resoluções do Conselho Nacional de Saúde, 466/2012 e 510/2016 que regem o desenvolvimento de pesquisa envolvendo seres humanos, respeitando os princípios da bioética. Os resultados foram apresentados inicialmente com a caracterização das participantes do estudo, descrevendo desde dados sociodemográficos a dados referentes às características gineco-obstétricas das participantes. A partir dos resultados obtidos surgiu a categoria principal que é a Vivência da Gravidez Ectópica, e suas subcategorias. O estudo contribui com informações pertinentes para a identificação precoce desta patologia, identificou-se o desconhecimento das mulheres sobre este tipo de gestação, alertando aos profissionais de saúde em especial à enfermagem que atua diretamente nesta assistência, sobre a sua qualificação e promoção de um cuidado mais direcionado e humanizado. Além de contribuir para aumentar o acervo com os estudos relacionados a esta relevante temática.

ALMEIDA, Marcio Soares de. Situação de saúde de homens na atenção de média e alta complexidade e as implicações para o cuidado em enfermagem. 2021. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, 2021, 122p

Estudar a temática saúde de homens é um desafio contínuo e necessário. Diversos estudos no mundo têm demostrado que a população masculina subutiliza os serviços de saúde, sobretudo os que priorizam ações preventivas. O estudo tem como objetivo geral: Analisar a situação de saúde de homens na atenção de média e alta complexidade e as implicações para o cuidado em enfermagem. Específicos: Mapear o cenário da saúde de homens na atenção de média e alta complexidade; analisar a situação de saúde de homens na atenção da média e na alta complexidade a partir dos determinantes e condicionantes sociais; analisar as Necessidades Humanas Básicas no cuidado de saúde de homens na atenção de média e alta complexidade. Trata-se de estudo multimétodo e optou-se pela revisão de escopo para explorar a literatura existente sobre a temática, com a metodologia do Instituto Joanna Briggs, realizada mediante estratégias de busca em seis bases de dados relevantes na área da saúde. A revisão incluiu estudos primários e secundários, de abordagem quantitativas ou qualitativas, nos idiomas inglês, espanhol e português, não havendo limite temporal para inclusão dos estudos. No que concerne a análise qualitativa, foi conduzido estudo com homens adultos, cisgêneros, residentes em um município da Bahia, Brasil, frequentadores de serviços de saúde na média e na alta complexidade. Realizou-se entrevista individual semiestruturada, submetidas à análise metodológica da Teoria Fundamentada nos Dados. Os dados foram interpretados com base no Modelo de Dahlgren e Whitehead e na teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Wanda de Aguiar Horta. O projeto matriz foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa de Escola de Enfermagem da UFBA, sob o parecer de número: 3.313.517/2019. Quinze estudos foram incluídos na revisão, revelando domínios no cenário da saúde de homens, dentre esses, a saúde física, sexual, reprodutiva, mental e social. Ressaltou-se os fatores psicossociais, culturais e comportamentais; hábitos de vida e vida social, condições de trabalho, distribuição de renda, acesso e uso dos serviços de saúde e medicamentos, como principais determinantes na saúde de homens no contexto da média e alta complexidade de atenção. O cuidado de saúde da clientela desta investigação derivou das Necessidades Humanas Básicas, com maior notoriedade no acometimento de doenças e agravos e dos desequilíbrios repercutidos, especialmente, no corpo físico. A filosofia de vida direcionada à espiritualidade também emergiu como necessidade no domínio Psicoespiritiual. Faz-se necessário melhorar a resolutividade dos principais agravos preveníveis pela atenção primária e os entraves encontrados na articulação das redes de atenção. É salutar compreender os determinantes sociais que estão atreladas ao contexto do ser homem e o olhar mais abrangente quanto às necessidades desse público e o consequente cuidado fundamentado em processos que possibilitem assistir a população masculina em sua integralidade.

SOUSA, Anderson Reis de. Saúde de homens no contexto da pandemia da covid-19 no Brasil: uma análise à luz da teoria de charles rosenberg. 2021. 205f. Tese (Doutorado em Enfermagem e Saúde). Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, Brasil, 2021.

Este estudo objetiva compreender a situação de saúde de homens na perspectiva do enquadramento sóciohistórico da pandemia da Covid-19 no Brasil. Estudo qualitativo, realizado com 200 homens residentes no Brasil no contexto da pandemia da Covid-19. Realizou-se uma pesquisa online em todas as regiões do Brasil. Para tanto, aplicou-se um formulário semiestruturado, hospedado no Google Forms. Os dados apreendidos foram organizados, processados em software de suporte e submetidos à análise pelo método do Discurso do Sujeito Coletivo e interpretados à luz do referencial de Charles Rosenberg, que propõe o enquadramento da doença epidêmica. Os achados evidenciados foram estruturados em cinco artigos científicos, a saber: Artigo 01: enquadramento da covid-19 face à explicação realizada por homens residentes no brasil, com o objetivo de revelar o enquadramento da Covid-19 no Brasil realizado por homens residentes neste país; Artigo 02: teorias conspiratórias no contexto da Covid-19 no brasil: uma ameaça à saúde de homens, cujo o objetivo foi apreender o discurso masculino acerca das teorias conspiratórias para explicação da Covid-19 e o seu potencial de ameaça à saúde; Artigo 03: sentimentos e emoções de homens no enquadramento da doença Covid-19, no qual o objetivo buscou compreender como os sentimentos e emoções de homens contribuem para o enquadramento da doença Covid-19 no Brasil; Artigo 04: análise sociohistórica dos padrões normativos de masculinidades na pandemia da Covid-19: impactos na saúde de homens, em que o objetivo foi analisar sociohistoricamente como os padrões normativos de masculinidade hegemônica geram impactos deletérios para a saúde de homens no contexto da pandemia da Covid-19; e Artigo 05: Sars-cov-2 no brasil e as repercussões psicossociais para os homens: estudo sóciohistórico, que teve o objetivo de conhecer as repercussões psicossociais da pandemia da Covid-19 para homens residentes no Brasil. A pandemia da Covid-19 provocou impactos na situação de saúde de homens, no Brasil e expôs problemáticas sociais conjunturais estruturantes pregressas e latentes, as quais foram geradoras de repercussões psicossociais significativas. A partir da vivência da pandemia, os homens revelaram os atos representativos que compuseram as características definidoras e os elementos simbólicos da doença no território brasileiro. Tal enquadramento foi composto pela negação inicial da Covid-19, com posterior revelação progressiva da existência e compreensão sobre a doença, gerenciamento de respostas individuais e coletivas junto ao público de seu ciclo social, com inclusão dos veículos midiáticos televisivos, da internet e das redes sociais digitais, para só então adotar medidas de enfrentamento, autogestão da saúde e do cuidado de si e do outro e estabelecer reflexões e aprendizados.

MARQUES, Gabriela Cardoso Moreira Marques. Autonomia reprodutiva intergeracional em mulheres quilombolas. 227f. Tese (Doutorado em Enfermagem). Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
A autonomia reprodutiva é definida como o poder que cada mulher tem para decidir e controlar questões associadas ao seu corpo, no que concerne ao uso de contraceptivos, a gravidez e à maternidade. As práticas sexuais e reprodutivas são imbricadas por questões socioeconômicas, culturais, assimetrias de gênero por raça/etnia e por padrões patriarcais, diversificando pelas crenças e conhecimentos vividos em época e contextos históricos diferentes. Esta pesquisa teve como objetivos analisar a autonomia reprodutiva em mulheres quilombolas e os fatores intervenientes na transmissão intergeracional entre mães e filhas; analisar às práticas reprodutivas de mulheres quilombolas e fatores intervenientes em diferentes gerações; verificar a associação entre a autonomia reprodutiva e características sociodemográficas, sexual e reprodutiva em mulheres quilombolas e verificar associação entre o perfil de saúde sexual e reprodutiva e as características sociodemográficas em mulheres quilombolas. Trata-se de estudo analítico do tipo transversal. A pesquisa foi desenvolvida em comunidades quilombolas em município do sudoeste baiano com 160 mulheres (80 mães e 80 filhas) em idade reprodutiva de 18 a 49 anos. Optou-se por um estudo de amostragem estratificada Os dados foram coletados por meio de entrevistas, utilizou-se dois instrumentos: questionário semiestruturado da Pesquisa Nacional de Saúde adaptado para o estudo e a Escala de Autonomia Reprodutiva. A análise dos dados foi realizada por procedimentos da estatística descritiva para expressar os resultados como frequências, medidas de tendência central, dispersão e valores mínimos e máximos. Com o intuito de avaliar a transmissão intergeracional da autonomia reprodutiva e das características sexuais e reprodutivas, cada filha foi pareada a sua mãe. Para comparação das características sociodemográficas, utilizou-se os testes qui-quadrado para as variáveis qualitativas, e o teste Mann-Whitney, para as variáveis quantitativas. Foram respeitados os aspectos éticos dispostos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Os resultados evidenciaram que a vida das mulheres quilombolas é marcada por dificuldade de informações e de acesso aos serviços de saúde o que implica em limitações de práticas e planejamento reprodutivo. O grupo das mães apresentou maior frequência de mulheres casadas ou com companheiro (66,2%), que trabalhavam atualmente (51,2%) maior renda (mediana = 358 reais) e maior frequência de realização de exame citopatológico de colo uterino (72,5%). Por outro lado, as filhas apresentaram mais anos de estudo (10,5 anos), maior frequência de participação em grupo de planejamento familiar (37,2%) e uso de método contraceptivo (80,5%). As mulheres quilombolas apresentaram elevada autonomia reprodutiva, principalmente nos domínios tomada de decisão (2,33) e ausência de coerção (3,40), sendo que mulheres solteiras ou sem companheiro apresentaram maior autonomia reprodutiva geral (3,07), comparadas as mulheres casadas ou com companheiros (2,93). A transmissão intergeracional entre mães e filhas quilombolas, foi identificada sobretudo nos domínios ausência de coerção e comunicação. Os resultados oferecem elementos para a construção de estratégias para melhoria da qualidade de vida e da saúde sexual e reprodutiva garantidos quando as políticas públicas garantirem liberdades individuais considerando as dimensões sociais que essas mulheres quilombolas estão inseridas de modo a reconhecê-las pelas singularidades.

SANTOS, A.C.P.O. Violência institucional a criança hospitalizada na perspectiva de
acompanhantes e profissionais de saúde. 2021. 199f. Tese (Doutorado em Enfermagem) –
Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.

A violência institucional (VI) é definida como aquela exercida nas/pelas instituições
prestadoras de serviços na área da saúde, justiça, educação, que inclui uma ação ou omissão,
desde a falta de acesso à má qualidade destes serviços, tendo como principal causa as relações
assimétricas de poder entre usuários e profissionais. Quando a vítima é uma criança, o evento
torna-se ainda mais grave, considerando a condição de vulnerabilidade desta, acarretando
problemas que poderão repercutir no desenvolvimento infantil. Esta pesquisa tem como
objetivo geral: Compreender a violência institucional vivenciada por crianças hospitalizadas
na perspectiva de acompanhantes e profissionais de saúde. Trata-se de um estudo qualitativo
que utilizou aproximações com o pensamento foucaultiano, realizado em um hospital
universitário de grande porte em Salvador-Bahia. A coleta de dados ocorreu no período de
novembro de 2018 a outubro de 2019. Participaram da pesquisa 10 acompanhantes (mães) e
39 profissionais de saúde (assistente social, enfermeiras, farmacêuticas, fisioterapeutas,
fonoaudiólogas, médicas, nutricionistas, psicóloga e técnicas de enfermagem). Como
instrumentos de coleta utilizou-se um roteiro semi-estruturado para entrevistas, caderno de
observações e um folder informativo. Os dados foram analisados em duas etapas: na primeira
etapa, foi utilizada a técnica da análise de conteúdo, tendo utilizado o software NVIVO12
para ajudar na categorização dos dados; na segunda etapa, os dados foram analisados pela
análise do discurso. A pesquisa respeitou os critérios contidos na resolução 466/2012 e na
resolução 510/2018, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa, parecer: CAEE nº
99681518.0.0000.5531. De acordo com os resultados obtidos pela análise de conteúdo, foi
evidenciado que os acompanhantes e profissionais das diversas categorias reconhecem a VI à
criança hospitalizada de maneira distinta. A VI foi reconhecida pelos participantes através de
três grandes elementos: problemas na estrutura hospitalar; problemas na relação entre
profissionais de saúde, criança e família; problemas relacionados às práticas de saúde no
cuidado à criança. Também foi identificado que alguns profissionais e acompanhantes não
reconhecem a presença da VI à criança no cuidado hospitalar, além de que grande parte dos
profissionais de enfermagem afirmavam desconhecer ou conhecer parcialmente ou direitos
infantis. De acordo coma análise do discurso, a VI à criança hospitalizada foi compreendida
como um fenômeno marcado pelas invisibilidades. O pensamento foucaultiano contribuiu
para melhor compreender a engrenagem dos jogos de poder por trás dessas invisibilidades.
Seja na baixa oferta dos serviços, no atendimento focado em normas e rotinas, seja pelo
desconforto das instalações hospitalares, abuso de poder e perda da autonomia, foi possível
reconhecer a presença das tecnologias de poder como a disciplina e o discurso biopolítico
influenciando as ações que permeiam o cuidado à criança. É premente considerar a
necessidade de ampliação das discussões sobre a VI à criança hospitalizada para que se possa
ofertar um atendimento de qualidade. Para tanto, profissionais, gestores, comunidade
acadêmica e usuários devem ampliar seus conhecimentos sobre este tipo de violência, para
que o serviço de saúde não seja produtor, mas sim um aliado no seu enfrentamento.

RIBEIRO-BARBOSA, Juliana Costa. Formação para a docência em enfermagem nas Escolas Técnicas do SUS: possibilidades em Comunidade de Prática. 2021. 206 f. Tese (Doutorado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
Estudo qualitativo do tipo pesquisa-ação que teve como principal objetivo compreender como o enfermeiro desenvolve a sua formação para a docência na educação técnica em enfermagem nas Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde a luz do referencial teórico de Lee S. Shulman. Teve como cenário cinco Escolas Técnicas do Sistema Único de Saúde de três regiões brasileiras que possuíam turmas do curso técnico em enfermagem em andamento, localizadas no Acre, Amazonas, Ceará, Paraná e Santa Catarina. O estudo desenvolveu-se em duas fases: diagnóstica, que se ocupou de estabelecer um panorama mais abrangente acerca do objeto, contemplando as cinco escolas mencionadas e participativa, com a pesquisa-ação, cujo cenário foi a escola do Ceará. Os participantes foram os docentes do curso em foco e coordenadores pedagógicos das escolas. Quanto aos instrumentos e técnicas para a coleta de dados, foi empregado, na fase diagnóstica, questionário on line com os enfermeiros docentes, cujas questões relacionavam-se com a caracterização do seu perfil formativo-profissional. Também, utilizou-se um roteiro para a realização de entrevista semiestruturada com o coordenador pedagógico para obter informações concernentes aos espaços pedagógicos constituídos pelas escolas para a formação docente. Na fase participativa, a técnica foi o Grupo Focal, norteado por roteiro com questões relacionadas ao conhecimento da realidade dos professores, suas dificuldades e necessidades relacionadas à formação docente, bem como a possibilidade de desenvolvimento de Comunidade de Prática docente na perspectiva da formação continuada para a docência. Para sistematização e análise dos dados coletados por meio de questionário, utilizou-se a estatística e análise descritivas. Para os dados coletados através das entrevistas e Grupo Focal, empregou-se a análise de conteúdo temática conforme Bardin, subsidiada pelo Qualitative Data Analysis Software. Os resultados evidenciam que a minoria dos enfermeiros docentes eram licenciados e a maior parte tinha especialização na enfermagem/saúde. Apesar de a maioria considerar necessária a formação para o ensino, quase metade não tinha qualificação para este trabalho. O tempo médio de atuação na assistência foi maior que na gestão, concentrando-se na rede hospitalar. Ainda, os espaços pedagógicos constituídos pelas escolas técnicas para a formação docente concentram-se em encontros pedagógicos que acontecem antecedentes à atuação do docente, no decorrer e ao final desta atuação. Evidenciou-se ainda que os caminhos para a formação docente do enfermeiro perpassam pela sua motivação para inserção e atuação na docência e pela formação propriamente. A necessidade de formação foi constatada e suprida mediante qualificações institucionais e busca pessoal por cursos de especialização. Por fim, possibilidades para o desenvolvimento de comunidade de prática docente foram identificadas mediante a percepção da necessidade de formação docente, dificuldade de conciliar trabalho e estudo e viabilidade de promover esta formação em grupo. Fica manifesto ser indispensável, a formação do enfermeiro para o exercício docente e o investimento nesta, pois está em pauta a formação de trabalhadores essenciais para o cuidado em enfermagem. Assim, torna-se imperativa a (re)formulação de políticas que considerem a complexidade e profissionalidade do ensino, com vista a uma formação e atuação docente experta e o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

MARTINS, Lucas Amaral. Protocolo para prevenção da hipotermia em recém-nascido no período perioperatório. 2021. 183f. Tese (Doutorado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador-BA, 2021.
Manter a estabilidade térmica do recém-nascido (RN) é um desafio para os profissionais de saúde e requer uma prática acurada, visto que a realização de procedimentos invasivos e cirúrgicos predispõe à hipotermia nesses pacientes. Configura-se como o evento adverso de maior notificação em unidades neonatais. O objetivo geral foi construir e validar um protocolo para prevenção de hipotermia em RN no período perioperatótio; os objetivos específicos foram: identificar as estratégias que vêm sendo utilizadas para prevenção de hipotermia em RN no período perioperatório; identificar os fatores que predispõem à hipotermia em RN no período perioperatório, na perspectiva dos profissionais de saúde que integram a equipe assistencial; descrever estratégias de cuidado para prevenção de hipotermia em RN no período perioperatório; e realizar a validação de conteúdo e da estrutura de um protocolo para prevenção de hipotermia em RN no período perioperatório. A revisão de literatura abordou as intervenções para controle da hipotermia no RN. O referencial teórico transversaliza entre: termorregulação do RN cirúrgico; segurança do paciente na abordagem ao RN cirúrgico; e teoria ambientalista ancorando o cuidado térmico neutro ao RN. Como referencial metodológico, optou-se pela Pesquisa Convergente Assistencial (PCA), tendo como cenário uma maternidade privada da capital baiana, desenvolvida em duas fases: na primeira, construção do protocolo com a triangulação dos dados do referencial teórico, revisão de literatura, observação, entrevistas e grupo de convergência, tendo como participantes 21 profissionais de saúde; na segunda fase, procedeu-se a validação de conteúdo, guiada pelo método Delphi, sendo composta por 12 juízes. A interpretação dos dados qualitativos foi guiada pelo modelo de análise proposta pela PCA, e, na análise dos dados quantitativos, foi utilizado o índice de validação de conteúdo individual e geral. Os resultados constatam que, dentre as estratégias identificadas na literatura científica para prevenção da hipotermia, destacam-se: controle da temperatura ambiente; estabelecimento de umidificação e qualidade de limpeza do ar condicionado; utilização de incubadora ou berço aquecido; uso de colchão térmico; uso de toucas e cobertor; fluidos aquecidos; monitoramento da temperatura; cobertura de órgãos abdominais. Os fatores que predispõem à hipotermia são: imaturidade do sistema termorregulador; temperatura do ambiente cirúrgico; transporte intrahospitalar; líquidos frios; inadequação na utilização dos recursos tecnológicos; não reconhecimento da hipotermia como agravo; e falha na educação continuada. Com a triangulação dos dados, foi construído um protocolo que foi dividido em três períodos operatórios, pré, intra e pós; cada período foi composto por cinco domínios, 48 objetivos com justificativa e 85 estratégias de cuidado. Na validação, obteve-se Índice de Validação de Conteúdo geral de 0,94. Pode-se concluir que o protocolo se mostrou um instrumento inédito, criterioso, válido e confiável para uso na prevenção da hipotermia do RN em periodo perioperatório. Acredita-se que essa tecnologia permite reduzir os riscos, agravos e danos à saúde, bem como qualificar a assistência, tendo como norte a política de segurança do paciente e as estratégias ambientalistas trazidas por Nightingale. Dessa forma, possibilitará melhorar o cuidado prestado à saúde do neonato, visto que pode redirecionar ações assistenciais e contribuir com a redução da morbimortalidade neonatal.

ARAUJO, Cristina Nunes Vitor de . Estratégias de resistência de enfermeiras: um estudo foucaultiano. 2021. 217f. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.
O movimento de conceptualização da enfermagem moderna brasileira se deu através da inserção da mesma em lutas pela sua conscientização político-profissional, pelos interesses da categoria e pela preocupação em constituir-se como profissão autônoma, regulamentada e ética. A regulamentação da medicina no ano de 2013 representou uma dessas lutas em que as enfermeiras vivenciam a emergência de acontecimentos históricos e discursivos que marcam a sua atuação sociopolítica em defesa da profissão e do direito da saúde dos usuários. A partir deste cenário, este estudo objetivou analisar as estratégias de resistência de enfermeiras, a partir da sua prática discursiva, diante das lutas no campo profissional e da saúde, propostas pela regulamentação do ato médico no Brasil. Utilizando o referencial teórico filosófico de Michel Foucault, este estudo se inscreve numa proposta qualitativa, interpretativa e documental que analisou textos publicados nos noticiários do site do Conselho Federal de Enfermagem a partir de uma perspectiva metodológica arqueogenealógica e de um exercício de triangulação teórica com os Estudos Críticos do Discurso. A coleta de dados ocorreu durante os meses de março e abril de 2019, através da clipagem de notícias sobre a regularização do ato médico no Brasil, resultando em 49 notícias que compõem o corpus discursivo do estudo. Os discursos foram organizados e codificados com auxílio do software Atlas.ti e sua interpretação resultou em quatro manuscritos. O primeiro realiza uma descrição arqueogenealógica de enunciados e demonstra uma prática discursiva das enfermeiras que toma o discurso da saúde como um direito de todos como estratégia ao defender que, no Brasil, esse direito é efetivado por meio de uma política pública e que as enfermeiras são a condição de existência do Sistema Único de Saúde. O segundo analisa os discursos e táticas que emergiram da ação coletiva das enfermeiras, através da mobilização dos espaços públicos e institucionais, do estabelecimento de alianças e da intensa movimentação em torno dos vetos presidenciais. No terceiro, identificamos a emergência de três subjetividades: o sujeito da moral, o sujeito de práticas ascéticas e o sujeito da resistência que milita por sua profissão e por si mesmo constituindo o seu êthos. No último, as categorias analíticas de Teun Van Dijk para análise da manipulação discursiva, evidenciaram e existência de um discurso manipulador nas dimensões cognitiva, episódica e social, a partir uma análise textualmente orientada. Ao concluir, ampliamos e confirmamos a tese inicial de que as enfermeiras exercem resistência diante das relações de poder, uma prática que vem lhes conferindo seu papel social no campo da profissional e da saúde, à luz de Michel Foucault e estas resistências possuem um caráter de manutenção das estruturas e das relações de poder vivenciadas. Espera-se que este estudo possa contribuir para pensar a profissão da enfermeira a partir das limitações na sua prática profissional e do estabelecimento das estratégias de resistência para superá-las. Uma vez que se trata de uma profissão regulamentada, é fundamental o exercício de práticas autônomas e do seu auto reconhecimento como protagonista das ações no sistema de saúde brasileiro.

SILVA, Melissa Almeida. Aspectos da saúde mental de estudantes de Enfermagem e medidas para redução do sofrimento. Orientadora: Ridalva Martins. 2021. 83f. il. Tese (Doutorado em Enfermagem e Saúde) – Programa de Pós-Graduação em Enfermagem e Saúde, Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, 2021.

A saúde mental de estudantes universitários vem sendo pauta de um número crescente de pesquisas. Alguns estudos apontam para uma prevalência maior de sintomas de ansiedade e depressão entre as estudantes de graduação na área de saúde e, em especial, em Enfermagem, sendo necessária a adoção de estratégias de enfrentamento por parte das instituições de ensino superior. Sabe-se que em situações adversas, como a pandemia do novo coronavírus, que exigiu mudança na rotina, adaptação ao ensino remoto, distanciamento social, ameaças à situação econômica, entre outros, esses sintomas tendem a aumentar. Assim, o objetivo desta pesquisa foi investigar os sintomas de ansiedade e depressão entre graduandas de Enfermagem durante a pandemia do Novo Coronavírus (SARS-COV II), bem como as medidas de enfrentamento adotadas por instituições de ensino superior em todo o mundo para redução dos sintomas associados ao sofrimento psíquico. Para tanto, foram elaborados 3 artigos intitulados: a) Sintomas de ansiedade e depressão entre estudantes de Enfermagem durante a pandemia da Covid-19. b) Estratégias para promoção da saúde mental entre estudantes de Ciências da Saúde: uma revisão sistemática c) Carta ao editor: estratégias institucionais para enfrentamento de sofrimento mental entre graduandas de Enfermagem. O primeiro derivado de uma pesquisa de corte transversal realizada com 73 estudantes, com coleta de dados via internet no período de julho a setembro de 2020, através de questionário estruturado, elaborado a partir dos inventários de ansiedade e depressão de Beck. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética na Pesquisa. Os resultados, apresentados em três artigos, demonstraram elevada frequência de sintomas de ansiedade e depressão, correlacionado positivamente com sexo feminino, menor renda, maior semestre, solteiro(a)s, que não recebem auxílio financeiro. Quanto às intervenções para redução do sofrimento, as mais comuns foram curso para psicoeducação, e promoção de autocuidado e práticas de meditação. Apenas uma das quinze intervenções identificadas não apresentou desfechos positivos ao final. Conclui-se sintomas de ansiedade e depressão foram elevados durante a pandemia e que existem estratégias factíveis para enfrentamento do Problema pelas universidades.

LEAL SILVA, Elaine Andrade. Colaboração interprofissional no programa de educação pelo trabalho para a saúde/ interprofissionalidade. 2021, 200 f. Tese (Doutorado) –Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2021.

O estudo se trata da Colaboração Interprofissional no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET-Saúde) Interprofissionalidade (IP), tendo como objetivo geral: analisar como ocorre o desenvolvimento da colaboração interprofissional no PET-Saúde IP. Os objetivos específicos foram: descrever características do PET-Saúde interprofissionalidade; analisar os elementos da dimensão colaborativa interprofissional contidos nos projetos do PET-Saúde IP; descrever a colaboração interprofissional (CIP) desenvolvida pelos preceptores e tutores do PET-Saúde IP; analisar dimensões da CIP nas atividades do PET-Saúde IP. Para tanto, realizou-se uma pesquisa qualitativa, cujo cenário foi composto por cinco Universidades Federais que desenvolvem atividades do PET-Saúde IP no Nordeste do Brasil e que participaram do programa nos editais números 14/2013 e 13/2015 no mesmo campus. As fontes de informação constituíram-se de cinco projetos PET-Saúde IP e 44 participantes – tutores e preceptores – que atuaram no PET-Saúde IP por mais de 12 meses. Após parecer favorável pelo comitê de ética em pesquisa, aconteceu a coleta de informações entre julho e outubro de 2020, com auxílio de matriz documental e de questionário online. De posse dos documentos e das respostas aos questionários via Google Forms®, com ajuda do Software WebQDA®, foram tratados por análise de conteúdo e conduzidos pelo referencial teórico do modelo de colaboração de D’Amour e outros autores. As categorias de análise foram: 1) Características do PET-Saúde IP; 2) elementos da CIP em projetos de educação pelo trabalho para a saúde;3) CIP em Saúde: atuação dos preceptores e tutores no PET-Saúde; 4) dimensões colaborativas da interprofissionalidade: práticas indutoras em programas de formação em saúde. Os resultados revelam que o desenvolvimento da CIP ocorre no PET-Saúde IP em um programa que possui características relacionadas à interinstitucionalidade, conectividade entre participantes e articulação entre os cursos, sendo constituído por enfermeiras experientes e qualificadas que atuaram como preceptores e tutoras na elaboração e realização do plano de ações do programa. Os elementos que compõe as dimensões da CIP contidos nos projetos estão relacionados ao fazer juntos para produzir uma ação coletiva. A CIP desenvolvida por preceptoras e tutoras aparece na identificação e compartilhamento de objetivos comuns, internalização da interdependência entre os profissionais e ajustes para sua realização. Ela está presente no PET-Saúde IP e acontece em um clima favorável, em que há disponibilidade para a interação entre profissionais de saúde e estudantes, produção de ações coletivas e ajustes de condutas para um fazer colaborativo. As dimensões da CIP nas atividades do PET-Saúde IP se conectam a práticas de caráter instrucional, formativa e experimental, destacando-se mais no âmbito relacional. Conclui-se que a CIP no PET-Saúde foi planejada e aplicada com maior ênfase para as dimensões ligadas a interações e internalizações da ação coletiva, sendo necessário avançar para ações de cunho operacional e organizacional.

CAMPOS, Luana Moura. Sexualidade de mulheres com história de violência conjugal: compreendendo o fenômeno a partir de uma Teoria Fundamentada nos Dados. 2021. 202f. Tese (Doutorado). Universidade Federal da Bahia. Escola de Enfermagem, Salvador 2021.

O estudo possui o objetivo de compreender a sexualidade experienciada por mulheres com história de violência conjugal. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, norteada pelo referencial teórico de gênero e patriarcado de Kate Millett e metodológico da Grounded Theory, especificamente a vertente Straussiana. Seguindo os pressupostos da Amostragem Teórica, o primeiro grupo amostral foi composto por 17 mulheres assistidas pela Operação Ronda Maria da Penha da Bahia e segundo grupo por 10 profissionais de saúde da Estratégia de Saúde da Família, sendo realizadas entrevistas semiestruturadas com ambos. Os dados foram organizados com o auxílio do software NVIVO10, momento em que foram analisados e se aplicou a codificação aberta, axial e integração. Vale salientar que a compreensão da sexualidade das mulheres estudadas foi elucidada a partir do fenômeno que emergiu da aplicação das etapas do Modelo Paradigmático, cujos elementos são ação-interação, condição e consequência. A pesquisa respeitou os aspectos éticos contidos na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Sobre os resultados, apontou-se para o fenômeno “Construindo a sexualidade feminina por meio de pressupostos da cultura machista com repercussões para a vida e saúde”. Este emergiu da análise e integração dos dados que compuseram as seguintes categorias: (Não) se masturbando; (Não) experienciando relações sexuais satisfatórias, que correspondem a ação-interação; (Não) aprendendo sobre a sexualidade; Acreditando ser responsabilidade da mulher satisfazer o homem sexualmente; Rememorando o abuso sexual experienciado, resultante da Condição e Experienciando repercussões na saúde e Experienciando repercussões na relação, as quais revelam as Consequências. Nesse sentido, o estudo aponta que a sexualidade experienciada pelas mulheres com história de violência conjugal perpassa pelo processo de ação-interação com o seu corpo e com o do outro, o que aponta para a (im)possibilidade de se masturbar, por gatilhos de memória referentes a abusos sexuais vividos e por limitações no exercício das relações sexuais. Essas experiências relacionam-se com a fragilidade da educação sexual, pautada em um modelo machista e patriarcal, que orienta as mulheres para o dever de atender os impulsos sexuais masculinos, o que também culmina em impactos para saúde e relações dessas mulheres.

a violência sexual no cenário da conjugalidade é um fenômeno ainda velado,
devido a naturalização em torno da subserviência feminina ao homem, o que dificulta o
entendimento de que as ações do parceiro com fins na imposição de manter a relação
sexual configuram-se enquanto ato criminoso. Esse contexto é permeado pela
complexidade o que requer dos profissionais de saúde maior conhecimento acerca deste
evento. Objetivo: desvelar a vivência de violência sexual por mulheres em situação de
violência conjugal. Metodologia: trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva com
abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas com 16 mulheres acompanhadas pela
Operação Ronda Maria da Penha da Bahia, Brasil, cenário do estudo. Os dados foram
coletados de setembro a outubro de 2019. Os dados foram organizados com o suporte do
software NVIVO 10 e direcionados pela análise de conteúdo proposta por Bardin.
Resultados: o estudo identificou que, durante a vivência de violência sexual os homens
utilizam de estratégias como cobrança pela obrigação sexual na relação conjugal,
perpassando pela coerção física e aterrorização, com fins na relação sexual. Tais
situações, ocorrem de forma rotineira e vivencia-las, trazem implicações para a saúde
física e mental das mulheres. Considerações Finais: o estudo sinaliza para a necessidade
de intervenção dos profissionais, sobretudo, no que diz respeito a identificação das ações
praticadas pelo homem para violentar sua companheira, além do reconhecimento das
implicações atreladas a essa vivência favorecendo pensar em estratégias efetivas para
minimização do fenômeno.

CONCEIÇÃO, Marimeire Morais da. Violência sexual infantojuvenil: percepções de profissionais de saúde. 2020. 188 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

A violência sexual contra crianças e adolescentes é um problema de saúde pública, que pode provocar danos físicos, emocionais, psicológicos e sociais irreversíveis às vítimas e seus familiares, refletindo em toda a sociedade. O atendimento hospitalar à essas vítimas e familiares causam diversos sentimentos aos profissionais de saúde, que podem influenciar na qualidade do atendimento prestado. Descrever as percepções de profissionais de saúde sobre a violência sexual infantojuvenil. Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório realizado mediante o uso de entrevistas semiestruturadas, entre junho e julho de 2019, com 30 mulheres, profissionais da equipe de saúde atuantes há mais de um ano em um hospital público da Bahia. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa sob o parecer nº 3.383.906. As participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, as entrevistas foram gravadas, transcritas, analisadas por meio da técnica de análise de conteúdo. Da análise das entrevistas emergiram quatro categorias: 1) Percepções sobre reações manifestadas por crianças, adolescentes, familiares e membros da equipe multiprofissional: sentimentos, comportamentos e atitudes das vítimas, familiares e profissionais sugerem que a violação sexual infantojuvenil choca a todos, gerando: abalo emocional, revolta/indignação e medos que resultam em sofrimento, silêncio, empatia e envolvimento nos cuidados; 2) Percepções sobre a realidade social de crianças e adolescentes que sofreram violência sexual: as vítimas atendidas tinham idade entre 0 e 17 anos, a maioria eram meninas, negras. As adolescentes eram pouco desenvolvidas física e emocionalmente. As crianças tinham mães ausentes de seus lares ou eram filhas de adolescentes. A maioria das vítimas pertencia famílias com dinâmicas disfuncionais, sendo algumas submetidas a situações de negligência e abandono; 3) Percepções sobre o quadro clínico de crianças e adolescentes vitimizadas sexualmente: as vítimas infanto-juvenis apresentavam lesões físicas graves e distúrbios psíquicos, outras não apresentavam sinais de violência, sendo que algumas delas foram à óbito em decorrência dos abusos sofridos. Tiveram iniciação sexual com homens adultos e/ou vivenciavam o casamento na infância e 4) Percepções acerca de contradições/negação dos agravos vivenciados pelas crianças e adolescentes atendidas: as situações de violência sexual conhecidas por responsáveis contribuem para a elucidação dos fatos. Entretanto, alguns familiares estão imersas na possibilidade de negação da ocorrência e ocultação da identidade do agressor. Reações manifestadas pela equipe multiprofissional denotam uma seara impactante que resulta em mobilização emocional, ao depararem-se com realidades sociais complexas, contextos clínicos graves e reações de difícil abordagem.

GÓES, Melicia Maria da Conceição Silva Reis. Metodologia para monitoramento de Núcleos de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. 2020. 75f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

O objetivo geral da dissertação é elaborar um marco lógico para monitoramento das atribuições de Núcleos da Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Os objetivos específicos são: construir fluxo teórico para subsidiar a elaboração do Marco Lógico e elaborar Matriz de Indicadores. O Núcleo de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde é uma estratégia do Sistema Único de Saúde para qualificar os processos de gestão do trabalho e educação na saúde nas secretarias da Saúde estaduais e municipais. Esta é uma pesquisa avaliativa do tipo interessada, pois possibilita detectar dificuldades, obstáculos ou constrangimentos; produzir recomendações ou corrigir processos, além de detectar fatores que ao longo da implementação que facilitam ou impedem a capacidade de gestão, no caso da gestão do trabalho e da educação na saúde no SUS. A elaboração do Marco Lógico e da Matriz de Indicadores cumpriu as seguintes etapas: revisão da literatura sobre gestão do trabalho e da educação na saúde, revisão de documentos normativos de secretarias da Saúde e do Ministério da Saúde, entrevistas exploratórias com trabalhadoras e trabalhadores de Núcleos de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, elaboração de diagrama para a criação e validação do Marco Lógico e elaboração e validação da Matriz de Indicadores de Monitoramento. A elaboração do Marco Lógico envolveu a construção do conceito guia e a escolha do modelo representativo e seus componentes, a partir das observações feitas pelos especialistas que o avaliaram e a matriz de indicadores e a literatura consultada, bem como a experiência de trabalho da pesquisadora. Utilizou-se um desenho que contemplasse seus componentes e subcomponentes. A validação foi feita por pesquisadoras do campo da avaliação e trabalhadores da gestão do trabalho em duas rodadas, com atribuições de notas e justificativa sobre cada indicador. O Marco Lógico tem como componentes a Gestão do Trabalho e Gestão da Educação, e como subcomponentes, inspirados na tríade de Donabedian: Estrutura, Gestão de Pessoas, Mesa de Negociação, Regulação do Trabalho, Educação Permanente em Saúde e Integração, Ensino, Serviço e Comunidade, além de Objetivos, Ações, Resultados Intermediários e Resultados Finais. O foco central é um modelo operacional que abarca as condições basais para a implantação e funcionamento dos Núcleos. A Matriz de Indicadores para Monitoramento de Núcleos de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde foi composta por 14 indicadores no componente Gestão do Trabalho e 15 indicadores no componente Gestão da Educação na Saúde. A escolha dos indicadores baseia-se na disponibilidade para obtenção dos dados e factibilidade, dado o estágio incipiente de implantação e implementação dos Núcleos de Gestão do Trabalho e Educação na Saúde, podendo ser adaptada a depender do contexto existente em cada local de aplicação. O monitoramento dos Núcleos pode contribuir para aprimorar o gerenciamento e a implementação da política de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.

SANTOS, Jacilene Santiago do Nascimento Trindade. Necessidades do familiar cuidador da pessoa idosa em cuidados paliativos e hospitalizada. 2020. 83 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

As pessoas idosas elevam as estatísticas de ocupação hospitalar, tornando-se um dos principais usuários dos serviços de saúde, no que se diz respeito à hospitalização. Nela, o idoso permanece a maior parte do tempo no leito diante de uma enfermidade crônica. É importante que o familiar responsável seja incluído nas rotinas e demandas hospitalares no que se refere ao cuidado com o paciente, além da necessidade de capacitá-lo para a alta hospitalar, respeitando seus limites e necessidades expressas na prestação dos cuidados ao paciente. Mas, é necessário que ele também seja visto e cuidado. Objetivos: Analisar as necessidades apresentadas pelos familiares cuidadores de pessoas idosas em cuidados paliativos hospitalizadas. Específicos: caracterizar o perfil sociodemográfico e de saúde de familiares cuidadores de pessoas idosas em cuidados paliativos hospitalizadas; identificar as principais necessidades do familiar como cuidador; identificar os fatores associados as principais necessidades apresentadas pelos familiares cuidadores de pessoas idosas em cuidados paliativos. Método: Trata-se de um estudo descritivo e analítico de abordagem quantitativa. Participaram do estudo 205 familiares cuidadores de pessoas idosas em cuidados paliativos e hospitalizadas que atenderam aos critérios de inclusão. O estudo foi desenvolvido em um hospital público e filantrópico na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. A coleta de dados foi realizada nos meses de agosto e setembro de 2019, sendo aplicado um questionário que constou de questões sociodemográficas e aquelas relacionadas as necessidades expressas pelos familiares cuidadores, levando em consideração as quatro dimensões integradoras do ser humano. Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição lócus sob parecer nº 3.455.910. Para análises dos dados foi usado o Software Statistical Package for Social Sciences (SPSS), versão 21 for Windows por estatística descritiva e inferencial. Resultados: Estão apresentados no formato de artigos, com vista a responderem aos objetivos específicos. Artigo 1 tem como título: Perfil de familiares cuidadores de pessoas idosas em cuidados paliativos e o Artigo 2: Fatores associados as necessidades de familiares cuidadores de idosos em paliação. Conclusão: o familiar cuidador é na sua maioria do sexo feminino, idade acima de 50 anos, casado, de classe social “C” e raça/cor predominante negra. Vem se dedicando ao cuidado do seu paciente idoso em cuidados paliativos há menos de dois meses e, com um estado de saúde razoável na sua maioria não tem um vínculo de trabalho fixo. Em relação ao fator tempo dispensado para a prestação dos cuidados ao ente em paliação, houve associação com cinco necessidades apresentadas pelos familiares cuidadores, a saber: controle emocional, minimizar os conflitos consigo próprio, sair de casa, fazer planos futuros e poder realizá-los e a necessidade econômica e financeira. Espera-se que a realidade descrita, resultado de construções sociais, seja transformada pela consciência da necessidade de se criar processos de cuidar da pessoa idosa, reconhecendo, valorizando, respeitando e acima de tudo cuidando do seu familiar cuidador.

SANTANA, Jéssica Damasceno de. Estupro marital: estratégias de Coping utilizadas por mulheres. 2020. 60 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2020.
O objetivo deste estudo é desvelar as estratégias de coping utilizadas pelas mulheres diante a experiência de estupro marital. Trata-se de um estudo de cunho descritivo e abordagem qualitativa, onde foi utilizado a teoria de Coping proposta por Folkman e Lazarus. A pesquisa foi desenvolvida no domínio da Operação Ronda Maria da Penha, vinculada à Polícia Militar do Estado da Bahia, com 16 mulheres em vivência de violência conjugal entrevistadas individualmente a partir de um formulário semi-estruturado. Das participantes, todas eram negras, com idade entre 24 e 51 anos e a 13 tinham concluído o ensino médio, sendo que seis cursaram o nível superior. Considerando a análise do material empírico em consonância com os pressupostos de Folkman e Lazarus, foi possível identificar as estratégias de Coping adotadas pelas colaboradoras, diante a experiência de estupro marital e representá-las a partir das seguintes categorias: fuga-esquiva, autocontrole, afastamento, aceitação de responsabilidade, confronto, resolução de problema, suporte social e reavaliação positiva. Conclui-se que diante o estupro marital as mulheres utilizam de estratégias de Coping para lidar com este evento estressor, manuseando as emoções, e assim reduzindo os impactos do sofrimento, de modo a direcionar as ações para a resolução do problema com fins na ruptura do abuso.

A confecção de um estoma intestinal pode torna-se uma condição impactante da vida dos
indivíduos, gerando mudanças nas dimensões físicas e corporais, e psíquico-sociais, podendo
refletir de maneira negativa na sexualidade destes, por não enquadramento aos padrões
construídos socialmente. Este estudo teve como objetivo apreender os sentimentos e práticas
acerca da sexualidade de homens em vivência de estomas intestinais. Trata-se de um estudo
qualitativo, do tipo histórico-analítico e compreensivo-exploratório, realizado com trinta
homens adultos, na faixa etária de 20 à 59 anos, e cadastrados em um Serviço de Atenção à
Saúde da Pessoa com Estoma, no município de Salvador/Bahia. Para coleta de dados foi
realizada uma entrevista individual, guiada por um roteiro semiestruturado, coletados entre o
período de junho à setembro do ano de 2019. Seguiu-se os critérios de coleta e análise dos
dados a partir do método de história oral temática, a interpretação dos dados baseada na
“Teoría de los sentimentos” de Agnes Heller, e para sistematização do material coletado
utilizou-se o software NVIVO 12 ®. O resultado do estudo revelou que: homens adultos com
estomas intestinais vivenciam múltiplos sentimentos vinculados à sua sexualidade, dentre
esses, os impulsivos, emocionais, afetivos e orientativos, associados às limitações nas práticas
sexuais, aos estigmas do estoma, imagem corporal alterada e as dificuldades do
estabelecimento de relações afetivas. Os pressupostos do estudo foram comprovados com a
análise dos dados: o estoma intestinal reflete na maneira como o homem enxerga seu corpo e
se comporta acerca das suas emoções e das suas relações afetivas, visto que a nova identidade
significa para ele restrições nas relações sexuais, e ao mesmo tempo constitui uma mudança
de hábitos enraizados em seu meio e em sua cultura frente à antiga forma de manifestação da
sua sexualidade, Salienta-se a relevância de uma assistência de enfermagem especializada e
de uma equipe multidisciplinar para melhor atender as demandas de saúde sexual, que se
entrelaçam com a saúde psíquica-social, aos homens em vivência de um estoma intestinal.

SOARES, Daianne Teixeira. Fatores sociodemográficos e clínicos associados à hemorragia pós-parto em mulheres atendidas em uma maternidade. 2020. 57f. Projeto de dissertação (Mestrado) - Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

A hemorragia pós-parto é um grave problema de saúde pública que vem aumentando, repercutindo na comunidade, estando cada vez mais frequente nos sistemas de saúde e representando a causa mais importante de morte materna no mundo. O objetivo geral deste estudo foi investigar os fatores sociodemográficos e clínicos associados à hemorragia pós-parto em uma maternidade. Trata-se de um estudo transversal, durante o período de janeiro a dezembro de 2018, desenvolvido em uma maternidade de Salvador/BA. A amostra foi composta por 83 mulheres, tendo os dados obtidos através de coleta em prontuários. Para o processamento e tratamento dos dados, utilizou-se os softwares Statistical Package for the Social Sciences, versão 23.0, e STATA, versão 14. Foi aplicado os testes Qui-quadrado de Pearson ou Exato de Fisher e com nível de significância de 5% viabilizando estimar prevalências. A medida de associação utilizada foi a razão de prevalência (RP) com respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: A prevalência de HPP foi de 38,6%, com causas atribuídas à atonia (25,6). Na análise multivariada, ajustando-se pela escolaridade, identificou-se associação com Hemorragia pós-parto, mulheres multíparas e as que não amamentaram na primeira hora de vida. Conclusão: Os dados encontrados neste estudo confirmam a magnitude da frequência da hemorragia pós-parto tornando a mulher cada vez mais vulnerável à ocorrência deste agravo apesar do uso de protocolo profilático. Este estudo ressalta o monitoramento das multíparas com desvantagem social por escolaridade e sugere maior incentivo ao aleitamento materno exclusivo na primeira hora de vida como medidas que podem contribuir para a redução da frequência da hemorragia pós-parto e suas complicações nesta maternidade.

TORRES, Claudia Almeida Ribeiro. Impacto do Monitoramento Remoto por Telemedicina sobre os Indicadores de Morbidade em Pacientes Asmáticos Graves. 2020. 109p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, 2020.

Introdução: A asma é uma doença crônica reconhecida como um problema mundial de saúde pública, com alta prevalência, morbidade e mortalidade. As taxas de internações hospitalares mostram os episódios mais graves da doença representando um indicador relevante da carga de asma não controlada. A telemedicina constitui um método eficaz de intervenção educacional para complementar o tratamento usual com potencial de aumentar a eficácia do controle da asma e com isso reduzir visitas não eletivas, internações e visitas a emergência por asma. Objetivos: Estimar a ocorrência de indicadores de morbidade por asma em pacientes asmáticos graves acompanhados em um centro de referência (PROAR – UFBA) após o monitoramento por Telemedicina. Secundário: Relativos ao uso da telemedicina como ferramenta para redução de hospitalização de pacientes asmáticos (– Revisão da literatura - Impacto do Monitoramento Remoto por Telemedicina sobre a Hospitalização de Pacientes Asmáticos): Revisar a literatura sobre o uso de telemedicina e seu impacto na hospitalização de pacientes asmáticos;Refletir sobre como a telemedicina pode potencializar o controle da asma complementando o tratamento convencional e reduzindo hospitalização.Relativos ao impacto do monitoramento remoto por telemedicina sobre os indicadores de ocorrência de morbidade em pacientes asmáticos graves (Artigo original descritivo): Descrever o perfil sócio-demográfico e clínico da amostra; Estimar os indicadores de morbidade: idas ao serviço de saúde; internamento e atendimento ao serviço de emergência; Estimar a adesão ao tratamento farmacológico em asmáticos graves; Identificar a frequência de uso do plano de ação pelos sujeitos de pesquisa, quando necessário;Associar as variáveis sexo, cor autorreferida, escolaridade, rinite, asma na infância, hábitos de vida (tabagismo), prática de atividade física; adesão, uso correto dos dispositivos inalatórios, plano de ação, uso regular de medicação aos indicadores de morbidade. Métodos: Artigo 1 - Revisão sistemática: busca de dados nas bases de dados PUBMED/MEDLINE, BIREME, sem limite de tempo. Artigo 2 – Resultados do Ensaio Clínico Randomizado, 2020. Resultados: Os resultados dos estudos apresentados nesta dissertação de mestrado mostraram reduções nos indicadores de morbidades nos grupos submetidos a intervenção por telemedicina. Conclusão Geral: Intervenções por telemedicina podem ser utilizadas para reduzir indicadores de morbidade por asma, principalmente aqueles mais carentes de acompanhamento regular especializado. A intervenção por telemedicina, com uso de aplicativos baseados no telefone pode ser uma ferramenta útil e de fácil acesso, viável e servindo para um maior acesso ao tratamento especializado para asma e adesão ao tratamento, bem como minimizar as taxas de morbidade por asma quando associada ao tratamento e acompanhamento presencial regular.

MOREIRA, Fabiana Araújo. Cuidados do técnico de enfermagem a pacientes em paliação
na unidade de terapia intensiva: Teoria Final de Vida Pacífico. 62p. 2020. Dissertação
(Mestrado em Enfermagem). Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia,
Salvador. 2020.

A expectativa de vida da população com doenças crônicas aumentou nos últimos anos devido
o avanço das tecnologias médicas, com isso faz-se necessário um modelo de assistência que
contemple o fim da vida. O conhecimento dos cuidados paliativos é essencial para uma melhor
qualidade de vida no adoecer e na morte. A enfermagem, enquanto área profissional no cuidado
necessita estabelecer o seu papel neste tipo de assistência. A pesquisa tem como objetivo geral
apreender o cuidado do técnico de enfermagem a pacientes em paliação na unidade de terapia
intensiva, e objetivos específicos: 1. Identificar o conhecimento do técnico de enfermagem
acerca dos cuidados paliativos na Unidade de Terapia Intensiva; 2. Conhecer como o técnico
de enfermagem cuida de pacientes em cuidados paliativos na Unidade de Terapia Intensiva; 3.
Identificar as facilidades e dificuldades do técnico de enfermagem no cuidado aos pacientes em
paliação na Unidade de Terapia Intensiva. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva,
com abordagem qualitativa, realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital
particular de grande porte da cidade de Salvador, Bahia. Os participantes foram técnicos de
enfermagem que integram a equipe de enfermagem de uma Unidade de Terapia Intensiva. A
coleta dos dados ocorreu por meio de questionário de caracterização sócio demográfica e
entrevista com roteiro semiestruturado. Os depoimentos foram analisados através da técnica de
análise de conteúdo de Bardin e discutidos a luz da Teoria Final de Vida Pacífico e
pesquisadores de cuidados paliativos. As categorias apreendidas foram: 1. Compreensão sobre
cuidados paliativos e o processo de morte morrer; 2. O Técnico de Enfermagem prioriza o
conforto na prestação do cuidado; 3. Déficit de comunicação entre a equipe multiprofissional e
insegurança na prestação do cuidado; 4. O cuidado do técnico de enfermagem para o paciente
alcançar a paz; 5. O Técnico de Enfermagem possibilita a proximidade da família; 6.
Dificuldades e facilidades do técnico de enfermagem no cuidado ao paciente em paliação na
Unidade de Terapia Intensiva. Considerações Finais: O cuidado do técnico de enfermagem na
Unidade de Terapia Intensiva é essencial e soma a equipe multiprofissional para uma assistência
em sua totalidade, podendo atender as necessidades e demandas biopsicossocioespirituais
apresentadas por pacientes em Cuidados Paliativos.

SANTOS, Fernanda Cajuhy. Cuidado de enfermagem relacionado à cognição da pessoa idosa na Unidade de Terapia Intensiva. Dissertação (Mestrado em Enfermagem). Universidade Federal da Bahia. Salvador, 2020. 110f. (Orientadora Dr^a Larissa Chaves Pedreira)

A população idosa brasileira vem crescendo de forma acelerada e as pessoas idosas possuem taxas de internação significativa, especialmente nas Unidades de Terapia Intensiva. O ambiente crítico e a rotina nessas unidades possuem fatores que podem prejudicar a manutenção da cognição. Com isso, as intervenções voltadas ao estímulo cognitivo nas Unidades de Terapia Intensiva tornam-se prioritárias e a equipe de enfermagem ganha destaque na execução destas, por ser a categoria que mais participa no cuidado a pessoa idosa. Tendo assim como objetivo analisar como ocorre o cuidado de enfermagem relacionado ao estímulo à cognição das pessoas idosas hospitalizadas na Unidade de Terapia Intensiva. Foi realizado um estudo qualitativo, descritivo, exploratório, realizado em duas unidades de terapia intensiva de um hospital universitário localizado na cidade de Salvador-Ba, entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020. A coleta de dados ocorreu em duas etapas: a primeira em prontuários de idosos internados em uma das unidades lócus e a segunda a partir de grupos focais com a equipe de enfermagem. A análise de dados foi realizada por meio de análise de conteúdo de Bardin e o estudo seguiu as normas brasileiras da Resolução 466/12 com aprovação em Comitê de Ética em Pesquisa. Foram acompanhadas 132 prescrições de enfermagem, 16 históricos, 132 evoluções e 264 anotações de enfermagem. Os diagnósticos de enfermagem mais identificados foram risco de queda com os fatores relacionados: extremos de idade (38,9%), alteração neurológica (16,7%) e mobilidade prejudicada (1 1,1%); seguido do diagnóstico de dor aguda: evolução da doença (11,1%). Nas prescrições de enfermagem, tiveram destaque: avaliar sensório (62,5%) e comunicar sinais de dor (56,3%).  Os problemas descritos nas evoluções e anotações de enfermagem foram: contato verbal monossilábico, tendo como intervenção estimulação cognitiva; e delirium, com agressão a equipe, sendo realizada contenção mecânica e uso de medicamento. Alguns problemas relatados não tiveram intervenção registrada. Em relação aos encontros de grupo focal, emergiram três categorias: cuidado de enfermagem relacionado à cognição dos idosos na UTI; fatores que influenciam positivamente no cuidado para o estímulo à cognição dos idosos na UTI e fatores que influenciam negativamente no cuidado para o estímulo à cognição dos idosos na UTI. Os resultados mostraram que a equipe de enfermagem realiza ações relevantes para o estímulo à cognição do idoso na Unidade de Terapia Intensiva, no entanto, esses cuidados são realizados de forma esporádica e pouco registrados. A equipe precisa ser sensibilizada quanto à temática, sendo fundamental implementar estratégias educativas e novos estudos sobre a cognição do idoso na Unidade de Terapia Intensiva.

A Hipertensão arterial sistêmica é uma doença multicausal que, além da condição biológica, pode ser também explicada pelo contexto socioeconômico e estilo de vida dos indivíduos. É responsável pela maior taxa de mortalidade dentre as doenças cardiovasculares e gera incapacidades mundialmente. Aspectos relacionados ao estilo de vida interferem no aparecimento e controle da doença. Objetivou-se verificar a associação entre os fatores sociodemográficos, padrão sedentário e consumo excessivo de bebida alcóolica em pessoas com hipertensão arterial. Estudo transversal, realizado com 220 pessoas hipertensas. Utilizaram-se do IPAQ e AUDIT para coleta de dados e do programa estatístico SPSS para tratamento destes. Calcularam-se razão de prevalência e intervalos de confiança de 95%, com modelo de regressão de Poisson robusto para o desfecho padrão de atividade física e cálculo da Odds Ratio e intervalos de confiança de 95%, com modelo de regressão logística para o desfecho consumo excessivo de álcool. Predominou o padrão sedentário em todas as seções do IPAQ. No trabalho, o padrão sedentário foi mais prevalente no sexo masculino e nos participantes com idades ≥ 60 anos. Em casa, as variáveis que tiveram mais padrão sedentário foram: o sexo masculino com 16,0 %, idade ≥ 60 anos com 13,0 % e raça negra com 43,0%. Em relação à associação com o álcool, verificou-se significância estatística entre a maior zona de risco do álcool e participantes autodeclarados da raça não negra IC (0,053-0,628) e com salário mínimo > um, IC (0,059-0,669). Para o desfecho padrão de sedentário observou-se associação entre as variáveis sexo, idade e raça, no indicador casa; e sexo e idade, na dimensão trabalho. Observou-se associação entre a raça não negra e renda >1 salário mínimo e as maiores zonas de risco do álcool, no entanto, não se observou diferenças significativas entre as demais variáveis sociodemográficas investigadas.

NASCIMENTO, D. F. B. Associação entre fatores sociodemográficos e consumo de bebida alcoólica em mulheres de uma comunidade rural. 2020. 76 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

 O objetivo do estudo foi investigar a associação entre fatores sociodemográficos e consumo de bebida alcoólica em mulheres de uma comunidade rural. Estudo transversal, de abordagem quantitativa/descritiva desenvolvido numa comunidade rural localizada no município de Camaçari. Para a coleta dos dados foram aplicados, por meio de entrevista, formulário sociodemográfico e o Alcohol Use Disorders Identification Test. Para o processamento dos dados, foram realizadas análises descritivas das características socidemográficas. Para estimar a contribuição independente de cada variável para a probabilidade dos desfechos relacionados ao consumo de álcool, realizaram-se medidas de associação à análise de regressão logística múltipla. Para análises bivariadas, aplicaram-se os testes Qui-Quadrado de Pearson e/ou Exato de Fisher. As diferenças entre os grupos foram também demonstradas pela odds ratio. Adotou-se o nível de significância estatística de 5%. A amostra foi constituída por 259 mulheres. Predominou a faixa etária entre 30 e 49 anos (47,5%), cor autodeclarada preta (89,2%), com crença religiosa (74,5%), companheiro (64,4%), ensino médio completo (53,7%), exercia atividade remunerada (67,6%), recebia menos que um salário mínimo (34,4%), com dependência financeira (64,5%) e residia em casa própria ou cedida (85,3%). Observou-se prevalência de 50,2% do consumo de bebida alcoólica e  56,2% do uso abusivo. Para as medidas de associação, a relação entre idade e uso de bebida alcoólica evidenciou associação estatisticamente significante entre a faixa etária dos 30 aos 49 anos e a zona de risco I (p=0,043), o consumo de bebida alcoólica e renda para a zonas I (p=0,081) e zona IV (p=0,049). Considerando o uso abusivo de bebida alcoólica, a crença religiosa caracterizou-se como fator de proteção (OR= 0.15; IC 95% -0.07; 0.36). Para o desfecho Zona I, a variável residentes classificou-se como fator de risco (OR= 2.19; 1.10; 4.34), assim como  Não “ficar ferida porque bebeu” (OR= 21.7; 5.21; 91.03) e possuir crença religiosa (OR= 8.43; 4.21; 16.88). Para o desfecho Zona II, a crença religosa classificou-se como fator de proteção (OR= 0.26; 0.13; 0.52). A Zona III, não ficar ferido porque bebeu, estabeleceu-se como fator de proteção (OR= 0,04; 0.00; 0.20) e na Zona IV, a religião constituiu-se em fator de proteção (OR= 0,11; 0.018; 0.713), assim como não ficar ferido porque bebeu (OR= 0.03; 0.005; 0.174). Concluiu-se que fatores sociodemográficos, como faixa etária e renda, estavam associados ao uso e consumo de bebida alcoólica em mulheres de uma comunidade rural e mais da metade da amostra consumia bebida alcoólica e de modo abusivo, entretanto não era um uso dependente.

JESUS, Marília Emanuela Ferreira de. Temática das drogas no processo de ensino- -aprendizagem de Enfermagem: um estudo de caso. 2020. 112 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

A problemática das drogas é complexa, multifacetada e pode acarretar repercussões individuais, coletivas e sociais que afetam a saúde das pessoas. Logo, a temática merece ser discutida na formação profissional, sobretudo na área da saúde. Para tanto, requer esforços individuais e coletivos para que a discussão seja isenta de estereótipos e estigmas. Nesse contexto, foi objetivo dessa pesquisa: identificar se/e como a temática das drogas é abordada no processo de ensino-aprendizagem em um curso de graduação em Enfermagem. Pesquisa descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa do tipo estudo de caso, cujos dados foram produzidos a partir de documentos curriculares institucionais e produções científicas acerca da temática das drogas produzidas no período de 2010 a 2020, pela instituição investigada. O processo se deu pela análise documental do Projeto Pedagógico e das ementas dos componentes curriculares e análise de conteúdo lexical dos resumos de 27 produções científicas, com processamento no software IRAMUTEQ, que gerou a conformação da nuvem de palavras, árvore máxima de similitude e a classificação hierárquica descendente. Nos documentos oficiais não foram identificadas evidências explícitas sobre a abordagem da temática das drogas no processo de ensino-aprendizagem da formação em Enfermagem. As produções científicas analisadas versaram essencialmente sobre o cuidado como norteador das ações de Enfermagem, abordaram questões relativas ao consumo de drogas lícitas em grupos vulnerados, com destaque para as mulheres e adolescentes revelando diferentes formas de envolvimentos das mulheres com a problemática das drogas e evidenciando a importância de contemplar a pessoa, o contexto e a droga nas ações de cuidados.

A doença diarreica aguda (DDA) é um problema de saúde pública global,
caracterizando-se como uma das principais causas de morbimortalidade entre crianças menores
de cinco anos, especialmente em países em desenvolvimento e em comunidades com precárias
condições sanitárias, como é o caso dos quilombos. Frente à importância epidemiológica da
diarreia na infância, é necessário o desenvolvimento de ações em saúde que favoreçam a
prevenção deste problema e permitam o adequado manejo quando o quadro já está instalado,
evitando os óbitos infantis por desidratação, que é a principal complicação da diarreia aguda.
Objetivos: O objetivo geral foi realizar uma pesquisa-ação sobre prevenção e manejo
domiciliar da DDA em crianças de comunidade quilombola. Como objetivos específicos, foram
apresentados os seguintes: 1) apreender a percepção de responsáveis por crianças quilombolas
acerca da relação das condições sociossanitárias da comunidade e a ocorrência da diarreia; 2)
identificar quais medidas preventivas são adotadas pelos responsáveis para prevenção da DDA
infantil; 3) verificar quais cuidados pertinentes ao subsistema informal são prestados à criança
com diarreia em uma comunidade tradicional; 4) apreender como os responsáveis por crianças
com DDA identificam os sinais de desidratação e quais cuidados são ofertados às crianças
nestes casos; 5) investigar o conhecimento dos responsáveis por crianças quilombolas acerca
do preparo do soro caseiro; 6) delinear o itinerário terapêutico da criança com diarreia na
comunidade quilombola em questão; 7) descrever como ocorre o manejo da diarreia aguda
infantil em comunidade quilombola à luz da teoria de Madeleine Leininger; 8) planejar
intervenções para prevenção e manejo domiciliar da DDA em crianças de comunidade
quilombola; 9) realizar ações de educação em saúde para preparo do soro caseiro no domicílio
dos participantes; 10) executar o projeto “Doe um chinelinho e ajude a combater a diarreia
infantil”; 11) socializar conhecimentos sobre prevenção e cuidados à criança com DDA; 12)
realizar intervenções para prevenir e cuidar da criança com diarreia; e 13) avaliar, de forma
imediata e mediata, o conhecimento e as práticas dos participantes sobre o preparo do soro
caseiro, medidas de prevenção e manejo domiciliar da diarreia infantil após intervenções.
Método: Foi realizada uma pesquisa-ação que teve como suporte teórico a Teoria Transcultural
do Cuidado de Madeleine Leininger. O cenário do estudo foi a comunidade quilombola de Praia
Grande, Ilha de Maré, Salvador-BA. Os participantes foram 64 indivíduos de ambos os sexos,
responsáveis por crianças de até cinco anos de idade que já apresentaram algum episódio
diarreico. Os dados foram coletados de novembro de 2017 a março de 2020 pela técnica de
entrevista e o instrumento foi um roteiro estruturado (elaborado após a realização de três estudos
pilotos), após aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob número de parecer
3.471.347. Os dados quantitativos foram computados e processados no Programa Epinfo versão
3.5.1. Para análise destes dados foi adotada a estatística descritiva, utilizando frequências
absolutas e relativas das variáveis quantitativas nominais. Para tratamento dos dados
qualitativos foi utilizada a técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin. Resultados:
Este estudo é descrito em dois momentos: o primeiro diz respeito à aplicação de um roteiro
estruturado acerca dos cuidados à criança com DDA (fase exploratória da pesquisa-ação) e à
realização de uma educação em saúde para demonstração de como preparar o soro caseiro, feita
logo após a aplicação do roteiro estruturado e planejada em consonância com os participantes
ao se observar na primeira fase da pesquisa-ação necessidade de intervenção no que concerne
à qualificação do cuidado à criança com diarreia. Na fase de planejamento foram articuladas
junto aos participantes as atividades do segundo momento do estudo, o qual consta da aplicação 

de um segundo roteiro estruturado (pré-teste), seguido de uma atividade de educação em saúde
no domicílio e, após esta, nova aplicação deste mesmo roteiro para avaliação dos
conhecimentos obtidos com a atividade de educação em saúde (avaliação imediata). Este
mesmo roteiro foi aplicado quatro meses após a aplicação inicial para realização da avaliação
mediata. Os resultados desta pesquisa são apresentados a partir de cinco manuscritos: 1) No
manuscrito intitulado “Manejo da diarreia aguda infantil em comunidade quilombola: uma
análise à luz de Leininger” foram discutidos como cuidados com características culturais à
criança com DDA o uso de calçados, a prática de higiene das mãos, a oferta de chás, a
interferência da rede de suporte e da religiosidade e oferta de água de coco; 2) No manuscrito
“Percepção de genitores sobre a relação entre condições sociossanitárias e ocorrência de
diarreia na criança” obteve-se como resultado que os participantes reconhecem a relação entre
precariedade sanitária e ocorrência de diversas doenças além da diarreia. Além disso, foi
demonstrado pelos participantes que os mesmos atribuem tal situação à invisibilidade de Praia
Grande frente à gestão municipal de Salvador; 3) No manuscrito “Itinerário terapêutico da
criança quilombola com diarreia aguda”, tendo-se utilizado como suporte teórico os trabalhos
de Arthur Kleinman, foi observado que o itinerário terapêutico da criança com diarreia aguda
na comunidade quilombola de Praia Grande é iniciado a partir do subsistema informal,
representado pelos cuidados domiciliares (uso de chás, soro caseiro, solução preparada com
sais de reidratação oral e modificações na alimentação), pela rede de suporte social e pela
religiosidade. Após utilização dos recursos ofertados no subsistema informal é procurado o
subsistema formal de cuidados; 4) No manuscrito “Educação em saúde para preparo do soro
caseiro em comunidade quilombola” são apresentados os resultados acerca do modo de preparo
deste elemento pelos participantes e descrita a atividade de educação em saúde realizada no
domicílio logo após a coleta dos dados. Diante disso, tem-se como resultado que antes da
intervenção educativa em saúde, nenhum dos participantes verbalizou o preparo do soro caseiro
conforme a técnica preconizada pelo Ministério da Saúde, embora tivessem afirmado conhecer
tal técnica. Após realização de atividade em educação em saúde, observou-se que os
participantes executaram a ação adequadamente; 5) O manuscrito intitulado “Prevenção e
manejo domiciliar da diarreia infantil em comunidade quilombola”, a partir da descrição de
todas as etapas da pesquisa-ação realizadas neste estudo de doutorado, apresenta tanto a
intervenção educativa realizada no segundo momento da pesquisa como a média de avaliação
das respostas obtidas no pré-teste, na avaliação imediata e na mediata. Diante disso, apreendeu-
se que o maior nível de conhecimento foi demonstrado no momento da avaliação imediata.
Contudo, os depoimentos colhidos na avaliação mediata foram mais assertivos que aqueles
identificados no pré-teste. Considerações finais: Esta pesquisa permitiu o intercâmbio de
experiências entre comunidade e universidade, além de ter potencial para promoção da saúde
da criança, prevenção da DDA e adequado manejo deste problema na comunidade em questão.
Foi observado que ações de natureza simples, como é o caso das atividades de educação em
saúde, são bem aceitas pela população e de fácil aplicação por parte dos profissionais de saúde.
Além disso, as visitas domiciliares se revelaram como uma estratégia efetiva no que diz respeito
à educação em saúde na comunidade, tendo tido melhor aceitação pelos participantes deste
estudo que as reuniões em grupo em um espaço previamente determinado. Espera-se que este
estudo tenha contribuído no empoderamento dos participantes no autocuidado e no cuidado à
criança quilombola.
Palavras-chave: Saúde da Criança. Diarreia Infantil. Grupo com Ancestrais do Continente
Africano. Enfermagem Pediátrica. Pesquisa Participativa Baseada na Comunidade.

SANTOS, D.S.S dos. Condições de nascimento e o cuidado à criança no cárcere. 2020. Tese (Doutorado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador.

O número de crianças que nascem e crescem no contexto do cárcere tem aumentado proporcionalmente ao de mulheres em idade fértil, que vivenciam situação de prisão no país. Este estudo teve como objetivo geral analisar os cuidados prestados às crianças de 0 a 6 meses que vivenciaram o ambiente prisional. Os objetivos específicos consistiram em: caracterizar sociodemograficamente gestantes e lactantes, que encontram-se no contexto prisional no estado da Bahia; descrever as condições de nascimento de crianças no contexto prisional; apreender os cuidados prestados às crianças de 0 a 6 meses por mães, profissionais de saúde e agentes penitenciárias; e, identificar os fatores que interferem no cuidado prestado à criança de 0 a 6 meses no contexto prisional. Pesquisa qualitativa de natureza descritiva exploratória, com abordagem etnográfica. O estudo foi desenvolvido em duas unidades prisionais femininas no estado da Bahia, que possuíam unidade de berçário. Os sujeitos da pesquisa foram seis mães em privação de liberdade, nove agentes penitenciárias e 15 profissionais de saúde. A pesquisa obteve aprovação pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob o protocolo nº 2.876.907. Para coleta de dados, utilizou-se formulário, entrevista semiestruturada e observação participativa. Os dados foram analisados segundo a técnica de “análise de conteúdo”, constituindo cinco categorias temáticas: 1) A criança no contexto de vulnerabilidade do cárcere; 2) Mulheres em período gravídico puerperal – situação de vulnerabilidade no cárcere; 3) Condições de gestar, parir e nascer no contexto do sistema prisional; 4) O cuidado à criança no cárcere – percepções dos profissionais de saúde; e, 5) Atenção à criança no contexto prisional – um olhar das agentes penitenciárias. Os resultados demonstraram que o cárcere é um local de vulnerabilidade e violação de direitos da criança. Em relação ao perfil das mulheres que vivenciaram a maternidade no cárcere, foi identificado que são jovens, negras, pobres e de baixa escolaridade. Em relação às condições de nascimento das crianças no sistema prisional, foram evidenciadas situações precárias de infraestrutura da unidade prisional, dificuldades no transporte das gestantes durante o trabalho de parto, e as dificuldades para as mães prestarem os cuidados a seus filhos após retorno à prisão – devido à escassez de insumos e de instalação. Com relação aos cuidados às crianças prestados pelos profissionais no contexto prisional, foram descritos os cuidados cotidianos realizados na prisão, cuidados durante as intercorrências infantis e os desafios para prestação dos cuidados à criança no cárcere. Por fim, foi revelado que o sistema de vigilância e a realização das práticas disciplinares na prisão trazem impactos para a vida dos bebês. Com este estudo, permitimos que as mães, profissionais de saúde e agentes penitenciárias revelassem o cuidado à criança dentro do sistema prisional, evidenciando as principais dificuldades para o desenvolvimento da assistência à criança. Os dados desta pesquisa apontam para a necessidade de elaboração de políticas públicas, que garantam às crianças e suas mães, que vivem no contexto prisional, um cuidado integral e congruente à sua situação de vulnerabilidade.

OLIVEIRA, Ana Luíza Barreto de. O vivido da pessoa idosa na espera pela regulação da em unidade de pronto atendimento. 2020. 96f. Projeto Tese (Doutorado em enfermagem) - Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

O aumento contínuo de pessoas com 60 anos ou mais é uma realidade não só em países desenvolvidos, mas, também, em países em desenvolvimento, como o Brasil. À medida que esse segmento populacional cresce, aumentam as chances por cuidados de emergência e admissão hospitalar. A regulação representa ferramenta mediadora da rede de atenção à saúde, por meio da garantia do atendimento nos diferentes níveis de complexidade na rede do Sistema Único de Saúde. Ao falar da pessoa idosa que espera a regulação para outros níveis de atenção a saúde, o fator tempo é importante, não só do ponto de vista cronológico, também, para compreender o sentido que essa espera representa na vida do ser que envelhece e como isto se relaciona com sua saúde. Assim, teve como objetivo: Compreender o vivido da pessoa idosa na espera pela regulação em unidade de pronto atendimento. Trata-se de estudo de campo, qualitativo, embasado na análise fenomenológica proposta por Martin Heidegger, vinculado ao Núcleo de Estudo e Pesquisa do Idoso-NESPI. A coleta de depoimentos foi realizada em Unidade Pronto Atendimento de porte III do Município de Salvador após aprovação pelo Comitê de Ética, pelo parecer de nº 3.246.039/2019, entre os meses de abril e outubro de 2019. No primado ôntico, a compreensão do modo como a pessoa idosa esteve disposta à espera da regulação se deu nas seguintes unidades de significação: O significado do vivido pela espera da regulação para a pessoa idosa; A angustia e o medo constitutivas na disposição de ser idoso na espera pela regulação em unidade de pronto atendimento; O ser idoso impróprio suprimido na espera pela regulação; O ser idoso próprio desvelado na modalidade existenciária de ser para a morte. Tais disposições permitiram chegar a uma hermenêutica ontológica sobre o ser na Unidade de significado: A cura como ser da presença da pessoa idosa a espera pela regulação. As significações permitiram compreender um ser idoso que pelo medo e angustia, é sobreposto as regras de seu mundo circundante, apontando para um distanciamento/fuga do seu ser-si-mesmo, por viver na facticidade do existir, não sendo presente de forma própria na busca de melhoria de sua condição de saúde. Todavia, o significado de mergulhar na própria angustia, não permite uma negação do ente idoso em sua totalidade e consente um questionamento do seu próprio ser, que significa uma existência autêntica manifesta pelo desejo originário de reestabelecer sua saúde para retornar à sua facticidade mundana. Assim, para melhorar a assistência em saúde da pessoa idosa é necessário empondera-lo sobre a sua condição de saúde, para que isso faça parte de seu modo próprio de ser presente no mundo. A enfermeira, através de uma comunicação efetiva e clara, poderá incluir a pessoa idosa como coparticipante no cuidado à sua saúde.

MAGALHÃES, Júlia Renata Fernandes de. Violência Intrafamiliar na infância e/ou adolescência: vivências de homens em processo criminal violência conjugal. 118p. 2020. Tese (Doutorado em Enfermagem). Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador. 2020.

A violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes trata-se de um fenômeno histórico que tem se perpetuado ao longo das gerações, sobretudo, pela reprodução dos modelos de relacionamentos vivenciados na infância e/ou adolescência. Essa reprodução pode ser compreendida a partir do Interacionismo Simbólico, o qual parte da premissa de que o comportamento humano emerge da maneira como as pessoas significam suas vivências. Assim, adotou-se como objetivo geral: Analisar a violência intrafamiliar vivenciada na infância e/ou adolescência por homens em processo criminal por violência conjugal e como objetivos específicos: 1. Identificar os significados da violência intrafamiliar vivenciada na infância e/ou adolescência por homens em processo criminal por violência conjugal; 2. Desvelar as repercussões imediatas de uma infância permeada pela violência conjugal; 3. Analisar os significados atribuídos à dinâmica familiar por homens que reproduziram a violência doméstica vivenciada na infância. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, fundamentada na História Oral Temática e interpretada à luz do Interacionismo Simbólico. Os participantes foram seis homens que respondiam criminalmente por violência conjugal junto à 2ª Vara de Justiça pela Paz em Casa no município de Salvador, Bahia, Brasil, e que tinham experienciado violência intrafamiliar na infância e/ou adolescência. A aproximação com os participantes foi favorecida pela participação dos mesmos em Grupos Reflexivos promovidos pelo Laboratório de Pesquisas Violência, Saúde e Qualidade de Vida da Universidade Federal da Bahia. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas contemplando questões relacionadas ao tema, além dos aspectos socioeconômicos. Estas foram gravadas, transcritas, textualizadas e transcriadas, e ao final deste processo, validadas pelos entrevistados. Os discursos foram organizados com o apoio do software NVIVO® 11 e sistematizados conforme a Análise de Conteúdo Temática. Ressalta-se que foram respeitados os aspectos éticos preconizados pela Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. A partir dos discursos foi possível depreender que, apesar do contexto de agressões físicas e psicológicas na infância, a maioria dos entrevistados não se percebeu como vítima de violência, significando-a como uma ferramenta educativa. O entendimento enquanto conduta inadequada apenas emergiu quando a interação entre pai e filho foi marcada por práticas consideradas extremas, como em casos de uso de arma de fogo. Mesmo com a naturalização das relações familiares violentas, constatou-se que a convivência com a violência conjugal suscitou repercussões negativas na infância, tais como medo, impotência e desespero, desencadeando ações em defesa da mãe consideradas arriscadas para a idade, bem como a incorporação da agressividade. A interpretação dessas experiências, por sua vez, direcionou a construção dos significados de que a dinâmica familiar deve ser delineada no sentido de que o homem seja rude com os filhos e detenha o controle sobre a mulher. Considerando que o comportamento é guiado pela maneira como as pessoas significam suas vivências e que tais significados são passíveis de modificação, acredita-se que o desenvolvimento de estratégias educativas por enfermeiras e educadoras que promovam a reflexão acerca do contexto vivenciado na infância, seja um caminho promissor para o rompimento com o ciclo de violência intrafamiliar.

TORRES, Raimeyre Marques. Diabetes mellitus tipo 2 em uma população com asma: estudo sobre a ocorrência e os fatores associados. 2020. 164 f. Tese (Doutorado em Enfermagem). Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2020.

Introdução: O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) é uma doença multifatorial, caracterizada por um defeito na secreção de insulina e/ou uma diminuição na sensibilidade à insulina e inflamação. A asma é uma doença heterogênea, caracterizada por inflamação crônica e hiperresponsividade das vias aéreas. A associação asma e DM2tem se tornado cada vez mais frequente e requer determinadas medidas de controle por se tratar de duas condições crônicas muito complexas que apontam para um pior desfecho no da asma. Objetivos: Estimar a ocorrência de DM2 em uma população com asma, descrever os fatores associados à ocorrência de DM2 nesta população, assim como comparar as características sociodemográficas e clínicas, parâmetros bioquímicos, função pulmonar e controle da asma entre pacientes com asma e DM2 concomitante. Métodos: Estudo transversal dos dados coletado para um estudo de caso-controle intitulado “Fatores de risco e biomarcadores para a asma grave” conduzido entre 2013-2015 no Programa para Controle da Asma (ProAR), com 996 pacientes com diagnóstico de asma, na cidade de Salvador-BA. A definição de DM2 considerou critérios pré-definidos. Todos os participantes responderam um questionário para avaliação de características sociodemográficas e clínicas, realizaram índice de massa corpórea e circunferência da cintura (CC), exames laboratoriais e espirometria. As variáveis categóricas foram expressas em frequência absoluta e percentagens e as variáveis contínuas como média e desvio padrão. A análise univariada foi realizada com teste de qui-quadrado e teste t de Student. Os dados foram analisados peloSTATA versão 12.0. Os fatores associados à ocorrência de DM2 na asma foram inseridos em um modelo de regressão logística multivariada onde foram calculadas as razões de chances e seus respectivos intervalos de confiança de 95%. Em todas as análises os valores de p menores que 0,05 foram considerados significativos. Resultados: Esta tese foi composta por um artigo de revisão e dois originais. Artigo 2: 122 (12,2%) pacientes preencheram os critérios para DM2. Após ajuste para fatores de confusão, ter hipertensão arterial e CC acima dos parâmetros da normalidade mais que dobra as chances de desenvolver DM2, enquanto que os participantes com dislipidemia apresentaram o dobro de chances de desenvolverem DM2 em relação aos seus pares. A asma não controlada aumenta em 65% a chance de desenvolver DM2 na amostra deste estudo. Artigo 3: Quando comparados asmáticos com e sem DM2, o grupo com DM2 apresentou comprometimento da função pulmonar. Conclusões: Artigo 2: É importante que os profissionais de saúde identifiquem os fatores associados a ocorrência de DM2 na asma e assim possam intervir na coexistência entre essas duas condições crônicas, visando o manejo adequado de ambas, objetivando melhorar a gestão e o controle da asma, consequentemente, diminuir a morbimortalidade respiratório. Artigo 3: Demonstrou-se que asmáticos com diabetes concomitante apresentavam menor função pulmonar e pobre controle da asma quando comparados com asmáticos sem diabetes. É importante ampliar o diagnóstico de diabetes, promover o manejo apropriado da glicemia, controlar o peso e melhorar ponderação quanto ao uso de insulinas inaladas, visando reduzir o impacto adicional na função pulmonar de pacientes com asma.

O cuidador informal é a principal fonte de ajuda para o idoso dependente ou com limitação funcional. Ele desempenha seu papel com ou sem vínculo emocional e, além da sobrecarga, demonstra despreparo para o ato de cuidar, falta de orientação e de suporte social. Aparecem junto aos cuidadores necessidades e limitações diversas que justificam a importância de orientações e cuidados que podem ser articulados a partir de uma rede de apoio à disposição desse público. Este estudo tem como objetivo geral: Articular, através de uma intervenção em uma comunidade do interior da Bahia, estratégias de apoio social e de saúde em rede para cuidadores informais domiciliares de pessoas idosas. Trata-se de uma pesquisa-ação dividida em quatro etapas, de abordagem qualitativa, desenvolvida em uma unidade básica de saúde de Vitória da Conquista – Bahia, no período de dezembro de 2018 a agosto de 2020. Os participantes do estudo foram os cuidadores informais de pessoas idosas com dependência no domicílio, voluntários e lideranças da comunidade, equipe de saúde, incluindo enfermeiro e os agentes comunitários de saúde, além das pessoas idosas aptas e interessadas. O estudo foi dividido em quatro fases: fase 1 - diagnóstico prévio; fase 2 - diagnóstico compartilhado e planejamento para discussão e formulação das ações a serem realizadas; fase 3 - intervenção, marcada pelo desenvolvimento de ações de acordo com as propostas priorizadas pelos participantes e fase 4 - avaliação, avaliação a curto prazo, que teve o objetivo de detectar, através do relato dos participantes, de que forma a articulação da rede de apoio social e de saúde contribuiu para transformações na comunidade e impactou a rotina do cuidador informal da pessoa idosa. O estudo teve suas fases estruturadas no referencial teórico da pedagogia emancipatória de Paulo Freire. A fase 1 identificou o perfil de cuidadoras sobrecarregadas, com queixas psicológicas e de saúde, isoladas socialmente que contam com o apoio limitado da igreja e da unidade básica de saúde e utilizam a espiritualidade e a família como estratégias de resiliência para enfrentar a rotina exaustiva de cuidado; na fase 2, surgiram propostas de ações pautadas na espiritualidade, apoio psicológico, orientações de cuidados básicos e atividades de lazer para os cuidadores; na fase 3 de intervenção, as ações propostas e priorizadas pelos participantes foram implementadas: grupo de cuidadores, treinamento dos profissionais de saúde, visitas domiciliares específicas, além de atividades de lazer e grupo religioso nos domicílios; a fase 4 com avaliação processual realizada durante todas as fases, os participantes mencionaram uma melhoria quanto ao bem-estar, segurança e apoio. Através da avaliação final, realizada oito meses após a intervenção, foi possível detectar a curto prazo, mediante relato dos participantes, as transformações ocorridas a partir da construção da rede de cuidado. Conclui-se que a articulação de uma rede social e de saúde disponível e atuante pode transformar a árdua rotina de cuidado e contribuir para o bem-estar e diminuição da sobrecarga dos cuidadores de idosos dependentes.

SILVA, Fernanda Rios da. Tomada de Decisões de Enfermeiras na prática clínica à luz de normativas deontológicas. 2019. 116 fls. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) - Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019.

A tomada de decisões da enfermeira constitui ato relevante para o cuidado de enfermagem no funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS), entretanto, são poucas as investigações no Brasil que tratam desse fenômeno no contexto da prática clínica na atenção primária. Este estudo tem como objetivo analisar como as enfermeiras tomam decisões diante de dilemas e conflitos éticos vivenciados durante a prática clínica na Estratégia Saúde da Família, à luz de normativas deontológicas que regem a profissão. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa, cujas participantes foram 14 enfermeiras que atuam em seis Estratégias Saúde da Família, localizadas no município de Salvador, na Bahia. Para a coleta de dados foi utilizada uma ficha com informações para a caracterização das participantes e a técnica da entrevista contendo uma situação de ética-clínica e uma pergunta norteadora. Os dados coletados, nos meses de junho a agosto de 2018, foram organizados seguindo os seis momentos contidos na Configuração Triádica Humanista-Existencial-Personalista e a análise foi teoricamente fundamentada em duas normativas deontológicas relevantes às enfermeiras durante a prática profissional, quais sejam: o Código de Ética para Enfermeiras do Conselho Internacional de Enfermeiras e o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem no Brasil. Os aspectos éticos foram garantidos com base na Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, com CAAE nº 88488418.0.0000.5531. A partir da análise foi possível apreender a estrutura do fenômeno constituída por quatro categorias empíricas, a saber: Tomada de decisões compartilhadas das enfermeiras na prática clínica na Estratégia Saúde da Família; ações e estratégias realizadas pelas enfermeiras ao lidarem com desafios éticos em sua prática diária; como as enfermeiras tomam decisões durante a prática clínica na Estratégia Saúde da Família e; percepções e sentimentos de enfermeiras em situações que envolvem ação/decisão e seu dever profissional. O estudo possibilitou compreender que as enfermeiras, ao serem confrontadas na prática clínica com dilemas e/ou conflitos éticos, buscam obter novas visões a partir do compartilhamento da situação enfrentada com seus pares, acionam recursos de saúde e sociais, realizam ações como escuta, apoio, orientação, indicações sobre o uso de método contraceptivo, empoderamento e aconselhamento, além de utilizarem estratégias, como visita domiciliar, a fim de criar vínculo e abranger a família no plano de cuidados. O estudo permitiu desvelar como as enfermeiras tomam decisões, elementos que influenciam em sua atuação na Estratégia Saúde da Família, barreiras encontradas, percepções, sentimentos e o dever profissional de agir em situações de vulnerabilidade social e de violência. Esta pesquisa possibilitou revelar apenas uma face do fenômeno, de modo que outras vertentes ainda precisam ser exploradas com vistas à melhorias no ensino, na pesquisa e na prática clínica das enfermeiras brasileiras, no que se refere à tomada de decisões.

O comportamento suicida é um fenômeno global multifatorial que
provoca altos índices de morbimortalidade. Considerando que o suporte social
representa um elemento protetivo no sentido de favorecer o cuidado ao ente em risco
para o suicídio, torna-se necessário que os profissionais de saúde se lancem para a
compreensão acerca do apoio da família e dos amigos. OBJETIVO: Apreender o
discurso de pessoas com comportamento suicida acerca do suporte social da família e
amigos. METODOLOGIA: Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva com
abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas com 18 usuários do Núcleo de
Estudo e Prevenção ao Suicídio (NEPS), vinculado ao Centro de Informações
Antiveneno da Bahia, Brasil, cenário do estudo. Os dados foram coletados de abril a
agosto de 2018. A organização dos achados foi direcionada pelo referencial
metodológico do Discurso do Sujeito Coletivo. RESULTADOS: A existência do
suporte social perpassa por experiências que esboçam a interrupção do cuidado após o
ato suicida e outras que este se deu justamente devido à tentativa do suicídio. Tal apoio
aconteceu em situações adversas, que vão desde a ausência total de apoio ao longo da
vida até a vivência do cuidado de forma contínua. Evidenciou-se que o suporte da
família e amigos pode ser favorecido por meio da existência de vínculo afetivo com a
pessoa com comportamento suicida, a experiência prévia de sofrimento psíquico, a
empatia e a compreensão acerca do comportamento suicida. CONSIDERAÇÕES: Ao
revelar a importância do suporte social pelos familiares e amigos às pessoas com
comportamento suicida, bem como evidenciar que esse pode (não) existir em diferentes
situações de vida, independentemente do risco para o suicídio, o estudo possibilita
reflexões acerca de uma atenção psicossocial articulada a uma proposta ampla de
suporte social.

FREITAS, Raniele Araújo de. Sentido da espiritualidade e da religiosidade no vivido da pessoa idosa com câncer. 137 f. il. 2019. Dissertação (Mestrado em Enfermagem e Saúde) – Escola de Enfermagem, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019.

A espiritualidade e a religiosidade vêm se destacando como estratégias no enfrentamento de situações não modificáveis no cotidiano das pessoas idosas, como em casos de diagnóstico do câncer, que ao tomar consciência da transitoriedade da vida, a pessoa torna-se desafiada pela responsabilidade de a mudar a si mesma. Assim, esse processo é acompanhado por transformações que reorientam a trajetória de vida, levando a uma ressignificação do presente, passado e do futuro, podendo desenvolver um novo sentido da vida. O estudo objetivou desvelar o sentido da espiritualidade e da religiosidade no vivido da pessoa idosa com câncer. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com abordagem fenomenológica, fundamentada na Análise Existencial de Viktor Frankl. Foi realizada na unidade Oncologia Clínica de um hospital referenciado em oncologia da cidade de Salvador, Bahia. Os participantes do estudo foram 20 pessoas idosas com câncer que frequentam a referida unidade e que atenderam aos critérios de inclusão do estudo. Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, utilizou-se a entrevista fenomenológica para a coleta dos dados, que ocorreu entre agosto e outubro de 2018. Os depoimentos foram analisados pelo método empírico-fenomenológico de Giorgi, adaptado por Vietta, e interpretados a luz do referencial teórico-filosófico de Viktor Frankl. A compreensão vaga e mediana das vivências compartilhadas possibilitou a construção de seis categorias, ou seja, a pessoa idosa com câncer mostrou-se como pessoa que: 1. Compreende a espiritualidade e a religiosidade através de valores vivenciais e atitudinais; 2. Apresenta dificuldades em conceituar espiritualidade; 3. Vivencia a espiritualidade/religiosidade face a tríade trágica e ao vazio existencial; 4. Utiliza significados para a projeção futura; 5. Utiliza a espiritualidade/religiosidade como estratégia de resiliência; 6. Vivencia mudanças positivas e cuidados diversos. Após as etapas de apreensão dos aspectos ônticos, foi desvelado o sentido da espiritualidade e da religiosidade no vivido da pessoa idosa com câncer em seus aspectos ontológicos. Os participantes vivenciam o sofrimento, a culpa e a morte, por vezes negando a existência da doença e perdendo o estimulo para viver. Alguns entes projetam o futuro com atividades de lazer e com o ocupar-se do trabalho.  Houveram discursos sobre a valorização da vida e da família, como possibilidades para ressignificar o vivido. O ser-pessoa-idosa-com câncer, ao permitir desvelar em seu discurso o que estava oculto em sua vivência, deixa transparecer que a espiritualidade/religiosidade influencia na saúde, na qualidade de vida, na aceitação da doença, e na ressignificação do sentido da vida. O vivido da fé e das práticas religiosas demonstraram ser importantes estratégias de resiliência no enfrentamento do cotidiano instável, sendo capaz de trazer a paz interior, conforto, e influenciar na adesão ao tratamento. Nesse contexto, os profissionais de saúde, sobretudo a enfermeira, devem abordar em suas práticas assistenciais, questões frente à espiritualidade/religiosidade no viver da pessoa idosa com câncer, devido à relevância que o tema apresenta na vida desse ser.

Ainda que asseguradas pela Lei do acompanhante (Lei 11.108, de 07 de abril de 2005) muitas pessoas são impedidas de estar com a mulher no processo de parto. A presença destas no processo de parto ainda é alvo de críticas por grande parte dos profissionais da saúde e suas vivências não relatadas na literatura.  Esta pesquisa tem como objetivo conhecer a vivência de acompanhantes no processo de parto. Trata-se de uma pesquisa descritiva, exploratória de abordagem qualitativa realizada com 10 acompanhantes de mulheres em processo de parto de uma maternidade pública, em Salvador, Bahia. A coleta de dados ocorreu no período de abril a novembro de 2018, por meio da entrevista com formulário semiestruturado. As falas dos (as) participantes foram gravadas, após assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido, e transcritas. Para análise das falas foi utilizado a Análise do Conteúdo Temática Categorial proposta por Franco. Quanto a caracterização dos (as) participantes, a maioria pertencia ao sexo masculino (07) e apenas 03 do sexo feminino. Acerca da idade a maioria se encontrava na faixa etária de 18 a 34 anos (06), 04 na faixa etária de 35 a 59 anos e não houve participante acima de 60 anos. Todos os (as) participantes se declararam da raça negra, ou seja, pretos e/ou pardos. Quanto ao grau de escolaridade 04 pessoas possuíam ensino fundamental incompleto, 01ensino fundamental completo, 04 o ensino médio completo e apenas 01 o ensino superior completo. Em relação ao grau de parentesco/ afinidade com as mulheres que acompanhavam 07 homens relação marital; entre as 03 mulheres acompanhantes, 02 eram mãe e 01 irmã da mulher que acompanhava. No total de acompanhantes apenas 01 acompanhou mais de uma vez o processo de parto, todos os outros eram a primeira vez; destes, 07 foram somente de escolha da mulher, 01 afirmou ter sido escolha de ambos, 01 relatou interesse próprio em acompanhar e 01 afirmou ter sido escolha da mulher, mas também, uma necessidade do momento. Em relação a análise das falas, emergiram quatro categorias e três subcategorias relacionadas às vivências dos/as acompanhantes de mulheres no processo de parto: A vivência de mais um papel social; Uma vivência única (permeada por emoção, múltiplos sentimentos e sensações, permeada por dor e sofrimento, permeada pela percepção de risco em que a mulher está exposta em relação à capacidade do serviço); A vivência do acolhimento permeada pela importância da informação e A vivência da expectativa pela via de parto. Tais categorias proporcionaram o conhecimento das vivências atreladas a função de mais um papel social, relatadas como únicas, cercadas de emoção, sentimentos e sensações que variam a depender do desfecho do parto; permite ainda uma percepção de risco ao qual a mulher está. Vivenciar o processo de parto é perceber o acolhimento e a importância da informação e criar uma expectativa pela via de parto. Para além de ser relatado o papel do(a) acompanhante e da importância dos (as) mesmos (as) no processo de parto junto a mulher espera-se que o conhecimento destas vivências auxiliem profissionais, unidades de saúde e gestores na compreensão das dificuldades em conciliar as demandas pessoais com o papel  de apoio social de mulheres em processo de parto.

As doenças crônicas não transmissíveis trazem consigo uma nova conjuntura de assistência à saúde, exigindo novas formas de abordagem à pessoa idosa. A Insuficiência Renal Crônica surge nesse contexto, pleiteando transformações em diversos aspectos, o que torna todo esse processo mais doloroso e de difícil manejo. A espiritualidade/religiosidade adentra nesse contexto como uma ferramenta importante no enfrentamento da doença, além de possibilitar um novo sentido para a vida da pessoa idosa e a equipe de enfermagem deve estar apta para atender a essa mais nova demanda durante os cuidados prestados. Trata-se de um estudo qualitativo, com abordagem metódica fenomenológica e referencial teórico frankliano, que se fundamenta na busca do sentido da vida. Nesse viés, objetivou-se desvelar o sentido da espiritualidade/religiosidade no viver da pessoa idosa com Insuficiência Renal Crônica. Fizeram parte do estudo 20 pessoas idosas, que realizam hemodiálise em uma unidade referência em Nefrologia, na cidade de Salvador, Bahia, com idades entre 60 e 79 anos. A coleta dos depoimentos foi realizada através da entrevista fenomenológica, com pergunta disparadora sobre o significado da espiritualidade para a pessoa idosa com Insuficiência Renal Crônica e teve início após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do hospital local do estudo. A análise e interpretação dos depoimentos foram realizadas mediante referencial teórico-metodológico baseado na configuração Triádica-Humanista-Existencial-Personalista, através da adaptação do Modelo de Giorgi, proposta por Vietta. A compreensão vaga e mediana das entrevistas possibilitou a construção das seguintes categorias e subcategorias: Definições da Espiritualidade; Um novo cotidiano diante da doença; A maior dependência familiar; A finitude da liberdade; O encontro com um novo hábito alimentar; Rotinas Religiosas modificadas pela hemodiálise; Modos de enfrentamento diante da Insuficiência Renal Crônica; A inquietude com a doença; Suporte Social para a vida; A crença em algo maior; A fé como recurso para a existência; A fé como precursora do sentido da vida; A fé relacionada ao sagrado; A religiosidade como esteio da vida; Religiosidade no vivido da pessoa idosa com Insuficiência Renal Crônica; Repercussões da religiosidade no viver da pessoa idosa com Insuficiência Renal Crônica; A espiritualidade como suporte para o viver com Insuficiência Renal Crônica; Deus como uma fortaleza; A tríade trágica presente no vivido da pessoa idosa com Insuficiência Renal Crônica. A partir dessas categorias e subcategorias emergiu a categoria de sentido: “A espiritualidade/religiosidade no viver da pessoa idosa com Insuficiência Renal Crônica e um novo sentido da vida”. Foi desvelado pela pessoa idosa com Insuficiência Renal Crônica que a espiritualidade/religiosidade atua como fonte de força, suporte e superação para que eles pudessem ressignificar suas vidas diante de todas as exigências impostas pela doença, além de perceber que a fé, principalmente em Deus, faz parte do seu cotidiano e é a característica intrínseca para que eles possam continuar lutando pelas suas vidas. Nesse sentido, a equipe de saúde responsável pela assistência a esses indivíduos, em especial o profissional da enfermagem, deve estar apta à abordagem da dimensão espiritual da pessoa idosa com Insuficiência Renal Crônica, fornecendo subsídios para que eles possam vivenciar seus ideais, suas crenças e seus credos.

Os Escores Pediátricos de Alerta Precoce são ferramentas que auxiliam a equipe de saúde na identificação dos sinais de deterioração clínica em crianças hospitalizadas a fim de prover uma intervenção precoce, evitando assim piora do quadro clínico e possíveis complicações associadas. Objetivo: implantar a versão traduzida, adaptada e validada do Brighton Paediatric Early Warning Score para o contexto brasileiro (BPEWS-Br) em uma unidade hospitalar de atendimento pediátrico. Método: Trata- se de uma pesquisa de abordagem qualitativa cuja a estratégia metodológica é a pesquisa ação, realizada em um Hospital Público de ensino na cidade de Salvador, Bahia, Brasil. Os dados foram coletados por meio de um questionário semiestruturado e de gravações em áudios das oficinas pedagógicas realizadas com a equipe de enfermagem de uma unidade de aberta pediátrica. Foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temática proposta por Bardin para categorização do material colhido nas oficinas. Os aspectos éticos foram baseados nas normas da Resolução nº 466/12 e 510/16, o trabalho foi submetido e aprovado pelo ao Comitê de Ética em Pesquisa da EEUFBA, CAAE: 83915318.0.3001.0049. Resultados: A partir do diagnóstico inicial, foram identificadas fragilidades da equipe de enfermagem no reconhecimento da deterioração clínica em crianças hospitalizadas. Desse modo, o Escore Pediátrico de Alerta Precoce, assim como o seu fluxograma de atendimento, foram implementados por meio de intervenções educativas e participativas, cujo processo compreendeu 5 etapas: análise situacional, sensibilização, capacitação, implementação do escore e avaliação. O processo envolveu treinamentos teóricos e simulações realísticas voltadas para as reais necessidades da equipe de enfermagem. Conclusão: O uso de intervenções educativas foi fundamental para implementação do BPEWS-Br, adesão e envolvimento dos profissionais de enfermagem da unidade pediátrica. Acredita-se que as etapas adotadas para a implementação do escore possibilitaram a autocrítica, tomada de decisão, empoderamento e senso de corresponsabilidade entre os participantes deste processo. 

Cuidados paliaiivos compreendem uma abordagem de cuidados ativos a  paciente, e seus familiares buscando proporcionar a prevenção e alívio do sotìimento lfsico, psicológico. social e espiritual. É uin direito humano que deve ser prestado a todas as pessoas em processo de morrer. na morte e nn luto. Para tal, o acesso a rede de serviços deveria ocorrer a partir da estrategia de saúde da fairiília. que por direcionar o sujeito aos serviços de urgéncias e emergência. Estes por sua vez começam a ser utilizar equivocadamente como a única porta de entrada para a rede de saúde sendo um meio imediato para enconti ar o alívio do sołÎimento por ter atençăo rúpida e de alto nível às snas necessidades. Traia-se de uma pesquisa de natureza exploratorio -descritiva, coin abordagem qualitativ ativa, que teve por objetivo conhecer 2 abortlagem da equipe öe saúde de um serviço de emerq•ência no atendimento a pacientes com doença avançada na perspective dos cuidados paliativos e descrever o olhar da equipe de saúde de uin serviço de emergência acerca da sua abordaÿem aos pacientes em cuid.1tlOS .Ôléltivos. Fizeiam parte do estudo 29 profissionais cie saúde (enł‘ermeiros, tecnicos de enfermaeem e médicos), que atuam na unidade de emergência de um hospit.it privado de uina capital do Nordeste brasileiro. A colet.i de dados foi rea1iz‹ida por meio
de enirevisia semiestruiurada entre os meses de janeiro e março de 2019 e teve início após arrovaçño do projeto pelo Comitê ale Etica e Pesquisa da instituiçño lócus do estudo, sob Parecer n° 3.100.032. Utilizou-se par:i orȘaniz‹içño e análise dos dados a Técnica de Anúlise de
Conteúdo. Emergiram duas categorias temäticas: "Cui‹1ados paliativos como .sinônimo de conforto e alívio da dor no paciente com doença avançada" e Comunícação e controls de sintomas como o cerne da abordagem paliativista na unidade de emerq=éncia"’ A equipe identilicou as dimensões lisica, emocioniil, espiritual e social do ser como abordașeni aos pacientes. Foi defìnido conio essencial para tal abordaq•ein, o cultivo de uma ielaçăo iecíproca entre o ser cuidado e o ser qile cuida, independente da teinpor:it inane desse encontro. Além de terem simbolizado a comunicaçäo conio uin elo primordial no desenvo[vimento do plano assistencial indi vidualizado. Concl ui-se que uina boa relação da equipe. numa perspective interdisciplinnr e empútica. foram os pontos łortes des velados nessa pesquisa em prol ‹le um
cuidaöo que visa promover conlorto e alívio da for. tendo ‹i comunicaçño como o principal elemento constitutivo das ações da equire. As experièncias individuais e pessoais da equipe de enferma_=em. o senso comuiTl de que “en cuido coino en _=ostaria de ser cuidado” e os resultados
do encontro com o sofrimento humimo exercem Grande inlJuência nesse fazer cui‹1aflo. Ao conhecer esles elementos, é possível rel3etir sobre a prática e repensar no qiie as equi pes da emergência j ú realixarn na perspective dos cuidados paliativos. e o que pode ser aper1‘eiçoado para um cuidado que promova dignidade ao processo de morrer e morte. Espera-se que os result.idos possam contribuir significativ.imente p.ira uma sensibilizaçào acerca da teinatica. uma vez que se expõe uma realidade tăo presente.

SANTOS, Victor Porfirio Ferreira Almeida. Imagem da enfermeira veiculada na mídia imprensa baiana entre os anos 1936 e 1956. 73 p. Dissertação (Mestrado em Enfermagem eSaúde), Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2019.

Trata-se de uma pesquisa histórica, documental, descritiva e exploratória que teve como objetivo descrever a imagem da enfermeira veiculada na mídia impressa baiana entre os anos de 1936 a 1956. Quanto ao estudo histórico compreendido entre os anos de 1936 a 1956, foi possível investigar quatro momentos a serem analisados de forma serial, II Guerra Mundial e a Cruz Vermelha; Era Vargas; a criação da EEUFBA e o Departamento Nacional Saúde Pública. Os dados analisados foram através dos levantamentos de materiais jornalísticos encontrados no Acervo Digital do Jornal A TARDE, devido que era o mais de relevância da região soterapolitana. Os dados foram coletados no acervo digital do jornal, através de busca pelos termos “Enfermeira” e “Enfermeiras”, em todos os cadernos do jornal, publicados no período de 1936 a 1956. Para a análise dados foi utilizado o software Atlas TI (Archivfuer Technik, Lebenswelt und Alltagssprache Textual Interpretation), e a UH do estudo foi composta pelas 540 reportagens. A análise das publicações do banco de dados com o uso do software foi utilizada a partir da codificação dos trechos jornalísticos, com o destaque de termos, enfermeira ou enfermeiras. A partir disso, foi realizado a codificação no Atlas TI, sendo os Quotes classificados de acordo com os Codes. Dessa forma, as categorias emergentes do estudo foram: a imagética religiosa da enfermeira: caridade, benevolência e vocação; a imagem militar da enfermeira; imagem da enfermeira e sua articulação com a saúde pública. A inserção de enfermeira e a sua articulação na saúde pública trouxeram reconhecimento e minimização das resistências médicas, diante assistência preconizada na prevenção e promoção. Além de que, a divisão técnica do trabalho é vista na nova organização do departamento, devido ser histórico e cultural o modo de trabalho da enfermeira. Em relação, incorporação da mulher nos serviços militares durante os conflitos bélicos foi associada a enfermagem, constituindo a imagem da enfermeira militar constituída por signos da mulher heroica e os determinantes do contexto da enfermagem e a foi umas das maneiras da emancipação feminina e no processo da profissionalização da enfermagem. As publicações da imagética enfermeira religiosa história traz os preceitos de caridade, humanitário e angelical. Assim, o estudo possibilitou a realizar uma reflexão crítica sobre a constituição da imagem da enfermeira diante dos fatos históricos divulgadas sob a ótica do jornalismo. Ao pensar na imagem da enfermeira, é importante a desconstrução dos determinantes de contexto que estão presente na profissão, para o seu reconhecimento e valorização. O conhecimento sobre a imagem enfermeira e sua visibilidade deve realizar uma leitura crítica e reflexiva da profissão, no intuito de conscientizar profissionais do seu papel social na saúde, relevância do seu trabalho e a formação da identidade profissional.

Identificar a prevalência do Transtorno Mental Comum e os fatores associados. Métodos: Estudo transversal realizado na cidade de Salvador, Brasil, com 230 escolares com idade entre 10 a 19 anos. Utilizou-se como instrumentos um formulário contendo variáveis e escala avaliativa de Transtorno Mental Comum. Os dados foram processados com auxílio do Stata versão 12. Resultados: A prevalência de Transtorno Mental Comum nos escolares foi de 52,2%. A análise multivariada identificou associação positiva com significância estatística entre o Transtorno Mental Comum e as variáveis sexo feminino (RP = 3,06 e IC95%:1,77 -5,4), raça negra (RP = 2,08 e IC95%:1,04 – 4,16), ter namorado (RP = 2,07 e IC95%:1,06 – 4,03) e uso de cigarros uma vez na vida (RP =2,88 e IC95%:1,31 – 6,31).  Conclusão: Adolescentes meninas, negros, que tem namorado e fumam estão mais expostos a apresentarem TMC, ao contrário da maior escolaridade, que se mostrou fator protetivo para o agravo.