O POVO EM DISPUTA: HEGEMONIA E PLURALISMO NAS TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DO POPULISMO
Populismo; Democracia; Representação política; Conflito; Hegemonia.
A dissertação analisa o populismo como uma categoria central da teoria política contemporânea, discutindo sua relação com a democracia representativa e a poliarquia. A partir do diálogo entre Ernesto Laclau, Chantal Mouffe, Pierre Rosanvallon e Nadia Urbinati, o estudo evidencia como o populismo pode ser compreendido simultaneamente como sintoma das crises de representação e como catalisador de novas formas de participação. O trabalho adota a virada linguística e a história dos conceitos como referenciais metodológicos, tratando o populismo como um significante em disputa, cuja historicidade e plasticidade permitem diferentes apropriações em contextos políticos diversos. A análise mostra que, enquanto Laclau e Mouffe interpretam o populismo como lógica de hegemonia que repolitiza o conflito social, Rosanvallon e Urbinati o concebem como forma-limite da democracia, marcada pelo risco de reduzir o pluralismo e enfraquecer as instituições representativas. Conclui-se que o populismo, longe de ser um fenômeno externo, constitui parte integrante das tensões que estruturam a própria democracia.